Para o almoço tínhamos macarrão com queijo e batata com queijo, ao que me parece Felicia estava enfrentando um surto de amar queijo, tudo que ela fazia tinha que ter queijo, isso a tornou ainda mais bizarra .
- Vocês contaram tantas novidades, agora é nossa vez. Felicia se levantou e foi para o lado de Vinícius.
- Nós descobrimos o sexo do bebê. Vinícius falou praticamente babando na barriga de Felicia.
- Temos palpites? Felicia passava a mão na barriga enquanto nos olhava com aquele olhar sapeca.
- Temos. Me levantei e passei uma de minhas mãos em sua barriga. É um menino.
- Não é, é uma menina. Vicente olhava para mim e aquele olhar só podia significar uma coisa: aposta.
- Se eu ganhar você vai agora comprar uma bomba de chocolate com morango para mim.
- Ok, mas se eu ganhar depois do almoço nós dois vamos para o quarto e vamos fazer muito amor, mais muito amor mesmo, até as pernas bambearem .
- Ai Vicente, se comporta.
- A irmão, eu não preciso saber de nada disso.
Sorri para Vicente que me olhava desafiadoramente.
- Demorou! Agora nos diga Felicia. O que é?
- Bom, sinto dizer..Vicente, mas Liza acertou, é um menino.
- A eu não acredito, já estamos acordados aqui sabiam?
- Eu sabia, sabia que era um menino. E qaul nome?
- Thiago.
- Henrique.
Felicia olhou para Vinícius e Vinícius olhou para Felicia ambos disseram em uníssono .
- Como?! Nós havíamos combinado que se fosse menina se chamaria Eduarda e se fosse menino se chamaria Thiago,Vinícius.
- Não senhora, menina Eduarda e menino Henrique, me lembro muito bem você concordou comigo logo depois que gemeu e nós..
Vinícius olhou para mim e para Vicente que estávamos horrorizados com a forma que eles escolheram os nomes para o filho.
- Eu não acredito.
- Que nojo velho.
Todos riram e depois de terminar o almoço em família, ficamos a sós, eu, Vicente e nossos filhos. Felicia e Vinícius foram para a aula de parto e eu com Vicente fomos para o quarto,eu estava muito sonolenta ultimamente.
- Perdi a aposta. Vicente se deitou na cama, cruzou os braços e fez biquinho.
- Azar o seu, não sabe apostar, se soubesse talvez agora nesse exato momento eu estivesse nua embaixo de você.
- Não fala assim.
Vicente me puxou para ele, me fazendo cair em cima dele,dei vários tapinhas em seu peito mais por costume do que por ter ficado realmente brava. Depois de um beijo cheio de carinho, olhei para Vicente que me encarava quieto.
- O que foi?
- Amor, eu sei que é bem cedo, mas, já tem nomes em mente para nossos filhos?
Não havia pensado nisso, são tantos nomes, várias possibilidades.
- Ainda não e você tem?
- Claro.
Vicente se sentou na cama e me puxou para deitar a cabeça em seu peito, com toda certeza meu lugar preferido para qualquer situação.
- Me diz então os nomes que você pensou que eu digo se gosto ou não, pode ser?
- Como quiser meu amor. Matheus e Marco
- Não.
- Louise e Gabrielly
- Nunca.
- Jennifer e Diego.
- Não amor.
- Pamella e Miguel?
- Não.
- Eu não sei então. Não gostou de nenhum?
- Gostei de Louise.
- Tá, mas e se for dois meninos?
- Eu não sei Vicente, não sei. Agora não me faz pergunta difícil que eu não sei responder. Disse me ajeitando em seu ombro. o sono já estava tomando conta de mim.
Me sentia sonolenta quando abri os olhos e notei que já era noite, procurei Vicente na cama mais não o achei, minha bexiga estava tão apertada que eu podia jurar que se eu demorasse mais dois segundos para acordar teria feito xixi na cama, me levantei e fui até o banheiro , fiz meu xixi e ao limpar minha vagina vi sangue no papel, levantei assustada e ao olhar o vaso sanitário o pânico me envolveu, o vaso estava todo coberto de sangue. As lágrimas começaram a rolar em meu rosto, comecei a chamar Vicente e não demorou muito para que ele aparecesse na porta do banheiro me envolvendo em seu abraço com ternura.
- Calma meu amor, o que aconteceu?
Nenhuma palavra saía de minha boca, eu estava tendo uma crise de pânico, me faltava ar nos pulmões e aos poucos fui sentindo minha visão ficar embasada , em questão de segundos apaguei.
Acordei com luzes fracas acessas na espécie de quarto em que eu me encontrava. Olhei para os lados e vi Vicente deitado em uma cadeira, me lembrei do que havia acontecido e as lágrimas voltaram a rolar em meu rosto, tentei abafar o choro para não acordar Vicente, mas foi impossível .
- Calma meu amor. Ele veio até mim e se sentou na cama ao meu lado.- Está tudo bem, calma.
- Eu perdi os bebês não perdi? Minha voz saía entre soluços, eu não podia acreditar, eu não queria acreditar. Vicente não me respondeu, abaixou a cabeça e pude ver lágrimas escorrendo em seu rosto.
- Me reponde Vicente!
- Nós não sabemos ainda meu amor, o médico disse que passaria aqui quando você estivesse acordada para conversarmos melhor.
- Eu perdi amor, perdi nossos filhos.
- Calma, vamos acreditar que isso não aconteceu, fica calma.
Era difícil pensar que horas atrás eu era três e agora tinha voltado a ser uma, eu só queria acordar e perceber que tudo isso não tinha passado de um pesadelo, queria acordar e estar deitada na cama de Vicente com nossos filhos do lado. O medo de não estar mais grávida me possuía do fio de cabelo até o dedo do pé, mas meu maior medo era e se realmente eu tivesse perdido os bebês, Vicente voltaria a ser aquele cara cafajeste? Estava tudo caminhando muito bem para ser verdade, estava tudo tão bem que eu quase esqueci que a vida não é nenhum mar de rosas.
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Insensatez
Romance- Você é o pior tipo de cafajeste que pode existir em toda a galáxia. Ela me disse com lágrimas nos olhos enquanto eu a segurava pela cintura. - E qual seria o pior tipo de cafajeste? Ela me olhou com lágrimas escorrendo pelo seu belo rosto e me di...