Capítulo 7

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Assim que fechei a porta do apartamento pude ouvir Felicia gritando meu nome, caminhei até o quarto e para minha surpresa Felicia estava em pé arrumando todo o quarto.
- Ué, você não estava doente?
- Eu, eu estava, disse bem, nossa, o que que é isso na sua testa Liza?
- Ah, pergunte ao idiota do Vicente.
- Nossa, é mesmo, por falar em Vicente, me diz, o que você achou dele?
- Do Vicente? Fiz uma careta, por que ela queria saber? Será que estava tão na cara que eu estava me sentindo estranhamente atraída por um idiota?
- Não garota, do Vinícius.
- A sim, ele é.. legal.
Tentei forçar um sorriso mais sempre fui péssima com mentiras, eu até tinha gostado dos dois mais esse não era a melhor dia da minha vida então eu não admitiria nada.
- Legal? Qual é?
- É legal ué. Ai Felicia não me enche hoje não que eu to péssima, a faculdade foi uma merda.
- Ok, não está mais aqui quem falou.
Felicia se levantou e foi para outro cômodo do apartamento, aproveitei para tomar um banho e me enfiar debaixo da coberta. Um pouco antes do horário em que eu começava a me arrumar para o trabalho recebi uma mensagem de Dona Beth avisando que ficaria essa semana toda na casa de uma prima e que não era para eu ne preocupar porque ela não descontaria nada do meu pagamento, sinceramente agradeci aos céus por não ter que ir trabalhar, sabe-se lá o que podia acontecer, convenhamos que hoje, definitivamente não era meu dia.
O dia passou se arrastando, Felicia não me perturbou mais, eu sabia que tinha pego pesado com ela, mas é que tudo deu tão errado que meu nível de estresse subiu de zero a cem em algumas horas. Por volta das dez horas ouvi a porta batendo e decidi que era hora de me levantar e pedir desculpas a Felicia, as luzes estavam apagadas, fui até seu quarto mais ela não estava lá, fui ao banheiro e estava vazio, assim que cheguei na sala ouvi alguém mexer nas panelas da cozinha.
- Felicia? É você?
Ninguém respondeu, o barulho continuou.
- Felicia isso não tem graça!
Mais do que depressa peguei uma raquete de matar pernilongos, uma raquete elétrica, quem quer que fosse levaria choque. Caminhei devagar até a cozinha e ao menor barulho pulei em cima de quem quer que fosse acertando várias e várias vezes a raquete elétrica.
- Ai, para velho! Mano, para, sou eu, Vicente.
- Sai daqui seu.. Vicente?! O que quer aqui? Quem te deixou entrar? Cadê a Felicia?
- Calma eu hein, sua louca, primeiro me dá a raquete, agora.
Dei a raquete nas mãos de Vicente que a tacou no sofá da sala.
- Felicia saiu com Vinícius e não tem horário pra voltar, traduzindo eles vão se pegar essa noite, no apartamento do Vinícius que por acado é o meu também, então, para não ouvir barulhos desagradáveis durante a noite Vinícius pediu para Felicia para que me deixasse dormir aqui essa noite, cá estou.
Eu não pude acreditar, Felicia era uma traidora, eu a mataria assim que aquela vaca chegasse em casa, como que ela pôde me deixar em casa sozinha com um tremendo de um babaca sorridente, que a qualquer momento eu seria capaz de beijar.
Deixei Vicente na cozinha e voltei para o quarto, ok, não era uma situação para se pirar, eu estava sozinha com um cara, um cara que me atraia de um jeito bem esquisito, ao mesmo tempo que queria esfregar aquele rosto no asfalto, queria beijar aquela boca carnuda, isso não podia estar acontecendo, não estava acontecendo, é só eu ficar no quarto e tudo vai estar normal. Pelo menos era o que eu pensava.

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