Capítulo 8

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Eu realmente estava em um dos piores dias da minha vida, isso se esse não ganhasse o título de o pior. Eu resolvi sair do apartamento, não iria ficar presa aqui com Vicente.
- Eu estou saindo, qualquer coisa liga, mas liga para o Vinícius e não para mim, ok?
- Eu vou com você!
- Não vai não! Você disse que ia dormir aqui e não que ia me vigiar.
Andei em direção a porta, mas Vicente me impediu chegando na porta primeiro que eu.
- Sinto muito, não vou deixar você sair.
- Por que não?
- Eu não vou ficar sozinho aqui e já que eu não posso sair com você, você também não vai.
Vicente pegou as chaves logo depois de trancar a porta e saiu correndo em direção ao banheiro.
- Abre essa porta Vicente! Abre agora!
- Não, eu não vou abrir.
- Qual é o seu problema?!
Sem obter resposta a essa pergunta, fui para a sala, joguei minha bolsa no sofá e tirei meu salto, se era pra ficar aqui que fosse do meu jeito. Corri até o quarto e coloquei meu pijama, tirei toda a maquiagem e soltei o cabelo, fui até a cozinha e peguei um pote de nutella, depois de uns quinze minutos deitada no sofá e comendo nutella Vicente apareceu erguendo minhas pernas e se sentando no sofá, minhas pernas estavam em cima de seu colo e aquilo me deixou extremamente desconfortável, me sentei no sofá e comecei a encara-lo.
- Que foi? Gostou? Pode levar.
- Não palhaço, eu só queria sabe se todo o fogo de não me deixar sair acabou.
- Não, não acabou, eu não vou ficar sozinho aqui.
Revirei os olhos e encolhi as pernas as abraçando em seguida.
- Você é muito chato. Não tenho certeza se Vicente ouviu, minha boca estava apoiada em meu joelho e minha cabeça abaixada, passei uns dez minutos nessa mesma posição até que Vicente apareceu com as chaves as colocando ao meu lado no sofá.
- Pode sair agora!
A raiva que subiu em mim foi incontrolável.
- Qual é o seu problema? Você é um babaca e eu espero muito do fundo do meu coração que você já soubesse disso, se caso não souber estou te alertando agora, você é um tremendo de um babaca.
Me levantei e deixei Vicente sozinho na sala, qual era o problema dele? Por que não me deixar sair da minha própria casa? Entrei em meu quarto e deitei em minha cama, agora era oficial meu dia tinha sido uma grande merda.

Acordei com o barulho de um trovão, estava tudo escuro, olhei no visor do meu celular, era madrugada, tentei acender o abajur, mas ele não ligava, me levantei e caminhei até o interruptor da luz, apertei mais ela não acendeu, fui até a sala e vi Vicente mexendo no celular.
- O que aconteceu?
- Infelizmente o babaca não sabe te responder.
Fiquei olhando Vicente sentado no sofá e uma vontade muito grande de me alinhar ao seu lado cresceu dentro de mim, aquilo era ridículo, me lembro de ir dormir com raiva dele, mas agora, toda aquela raiva tinha sumido.
- Não vai sentar?
- Que?
- Sentar aqui no sofá, vai ficar em pé?
Me sentei no sofá e fiquei calada, vasculhava em minha cabeça qualquer assunto que pudéssemos conversar, mas nada vinha em mente.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Pode.
- Você me acha mesmo um babaca?
- Acho!
Vicente encarava o chão, minha resposta foi tai espontânea que não tive controle sobre ela, ela simplesmente saiu.
- Acho que eu posso aguentar barulhos constrangedores durante a noite, vou indo embora, Boa noite.
- Que? Não! Não vai não.
- Vou sim, não tem o porquê ficar em uma casa em que não sou bem-vindo.
- Eu não disse isso.
- Para um bom entendedor meia palavra basta.
Segurei em seu braço e de imediato senti um choque percorrer meu corpo.
- Eu vou me arrepender disso, mas, fica!
- O que? Você? O que você fez com a Eliza?
- Ham?
- Me pedindo pra ficar aqui com você?! Essa é novidade.
- Já me arrependi.
Revirei os olhos e soltei o braço de Vicente que grudou em minha cintura nos deixando a centímetros um do outro.
- E por que eu ficaria?
Aquela ar de mente que senti em meu rosto juntamente com aquela voz rouca me fez perder a noção do básico.
- Porque eu to pedindo.
- Palavra mágica?
- Me beija!
Quando me dei conta do que tinha dito nossos lábios já estavam em uma dança incrivelmente gostosa, o que era um pingo de chuva para quem já estava toda molhada? Abri espaço para que nossas línguas se encontrassem aprofundando ainda mais o beijo, ele podia ser um tremendo babaca, mas beijava muito bem, Vicente me levantou sem muito esforço me levando até o sofá, onde se sentou, consegui interromper o beijo por alguns minutos.
- Merda! O que eu fiz?
- Fez o que eu queria fazer, só não sabia como.
Vicente me puxou para um novo beijo, aquilo podia estar certo, podia estar errado, podia estar de qualquer jeito, mas ao meu ver estava exatamente como deveria estar.

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