Na manhã seguinte a da volta de Charlie fiz questão de acordar cedo, Charlie precisava ir para uma escola, eu precisava encontrar uma e eu quase consegui sair de casa se não fosse por Vicente acordar bem na hora e me impedir. O médico disse repouso absoluto, eu só ia andar, nada mais, nem faria tanto esforço, ia andar de carro, mas Vicente não deixou e ao invés de me deixar sair e procurar uma escola para meu filho, foi ele quem saiu e ainda por cima levou Charlie, segundo os dois eles iam encontrar a escola perfeita para Charlie estudar e enquanto isso eu ficaria em casa e completamente imóvel .
Eu já tinha assistido todos os episódios disponíveis das séries que acompanhava , já tinha feito o almoço, já tinha tomado banho, já tinha feito tudo que não exigia muito esforço de mim para que o tempo passasse mais rápido , porém me pareceu que o relógio parou e que quanto mais eu me movia mais as horas se arrastavam. Decidi por fim dormir, era o melhor a ser feito, dormir, Felicia estava fazendo a mesma coisa, ela dormia no sofá todos os dias depois do almoço, então nada mais justo que eu copia-la , fui para o quarto de Vicente que agora era meu também, me deitei na cama e foi questão de segundos para que eu não estivesse mais acordada.
1 mês depois..
Depois de uma noite incrivelmente mal dormida, fui me deitar depois do almoço como peguei o costume de fazer todos os dias no ultimo mês . Estava quase dormindo quando Felicia começou a gritar algo do tipo vai nascer, então, sem nem pensar em meus bebês corri para a sala e me deparei com Felicia de pernas abertas e uma poça de água misturada com sangue no chão bem embaixo dela.
- Ai meu Deus.
Olhei para o lado e vi Vinícius apavorado, ele não se mexia, não falava , Vicente tinha saído para buscar Charlie na escola, por tanto estávamos eu, a grávida que daria a luz a qualquer momento e o pai da criança que estava em estado de choque, tentei ligar duas vezes para Vicente mais ele não atendia. Fui obrigada a grudar na gola da camisa de Vinícius e lhe dar um tapa no rosto.
- Vinícius! Péssima hora para você escolher entrar em choque, Felicia está aqui e está tento o bebê , ela precisa de você, vai levanta e vai ajudar ela, agora!!!
Vinícius foi até Felicia que chorava e tremia, eu peguei as bolsas e fiz o mais rápido que pude a mala tanto dela quanto do bebê, Vicente chegou e ao se deparar com a cena começou a gritar junto com Felicia, fiquei pensando em quando nossos filhos nascessem no estado que ele ficaria, cheguei a conclusão de que ele precisava de treino para isso. Vicente foi com Vinpicius e Felicia para o hospital eu fiquei com Charlie, enquanto Charlie tomava banho para almoçar , comecei a ficar preocupada com a demora de Vicente para ligar nos dando noticias , apesar de estar nascendo não era normal, um bebê não pode nascer de sete meses, me lembrei que a um mês atrás tive a sensação de ter perdido os meus e rezei para que Felicia não estivesse sentindo o mesmo naquele exato momento.
A agitação não fazia bem nem para mim nem para os bebês, eu precisava ficar em repouso e essa era a parte mais difícil considerando a vida que eu e minha família levávamos , me forcei em pensar em outra coisa, algo que pudesse prender completamente minha atenção, foi então que decidi conversar com Charlie, apesar do papel de mãe ser meu ele que me acalmava em situações difíceis de lidar até mesmo para uma adulta como eu.
Depois de conversar com Charlie Vicente ligou e finalmente deu a noticia que eu tant esperava, estava tudo bem com minha amiga e com seu filho, estava tudo bem, graças a Deus, contei a Charlie que também ficou aliviado e logo pediu para ir ver seu priminho.
Vicente voltou para casa trazendo mais confiança para nós, no dia seguinte todos íamos ver o bebê de Felicia. Já era tarde quando Charlie foi dormir, ao me deitar ao lado de Vicente peguei sua mão e a coloquei em minha barriga, eu tinha começado a sentir os bebês se mexendo dentro de mim, só não tinha contado antes até porque com toda a correria do dia não íamos conseguir sentir nada, como disse a agitação nos fazia mal.
- Você acha que são meninos ou meninas?
- Eu não sei meu amor, as vezes penso que são meninos, as vezes penso que são meninas, eu não sei.
- Sabe o que eu acho?
- O que pijaminha?
- Eu acho que são duas meninas, não sei porque, só acho que são meninas.
- E como seria os nomes?
- Eu gosto de Louise e você?
- É bonito mesmo, Louise, também gosto de Analia.
- O que acha de Louisa e Analia?
- São lindos .
- E se for meninos?
- Gosto de Arthur.
- E eu de David .
- Ótimo, Arthur e David.
- Nossos bebês.
- Nossos bebês.
Eu não sabia ao certo quando chegariam, nem o sexo de cada um deles, mas sabia que embora só estivessem comigo a três meses eu já os amava e muito, amava não só por fazerem parte de mim, mas por serem parte de Vicente também, por serem a prova de que quando é para ser ninguém impede, eu os amo, amo os três, Vicente e meus bebês, são mais do que tudo minha mais nova família. Um amor que eu não sabia que podia sentir, um amor que ultrapassou os limites do orgulho e do medo. Eu estava feliz por tudo, por Felicia e Vinícius , por mim e por Vicente, por Diego e Lúcia, por todos mesmo que aparentemente terem encontrado seus lugares e acima de tudo, terem encontrado alguém que os faça bem, os faça tão bem assim como Vicente me faz.
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Insensatez
Romance- Você é o pior tipo de cafajeste que pode existir em toda a galáxia. Ela me disse com lágrimas nos olhos enquanto eu a segurava pela cintura. - E qual seria o pior tipo de cafajeste? Ela me olhou com lágrimas escorrendo pelo seu belo rosto e me di...