epilogue

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 [Matthew]

- És uma pessoa horrível realmente – Autumn brincou.

- Sim, é por isso que gostas de mim?

- Toda a gente comete erros, sinceramente nem sei como é que isso aconteceu.

- Podes dizer-me, não é nada de novo, eu sei que sou irresistível – continuei.

- Tens um ego do tamanho do mundo.

- É porque eu posso. E se o tenho, a culpa é tua, ninguém te disse para me fazeres sentir tão especial – eu brinquei.

- Desde quando é que precisas de mim para te sentires especial? Isso é ridículo.

- E porque é que é ridículo?

- Sempre foste especial. Não precisas que ninguém, muito menos eu, tenha de te dizer isso.

Eu sorri. Autumn tinha sido realmente a escolha mais acertada que eu tinha feito na minha vida. Talvez porque ela era também a escolha que mais felicidade me tinha trazido.

- Espero que saibas que eu não me arrependi, por um segundo que fosse, de me ter apaixonado por ti. Aliás – acrescentei – nunca nada me deixou tão feliz ou me fez sentir tão bem.

- Acho que compreendo isso. Eu posso ou não sentir-me da mesma forma – eu ri.

[...]

Estava perdido nos meus pensamentos, sobre Autumn como era de esperar, quando o som do meu telemóvel me trouxe de volta à Terra. Ponderei se devia ou não dar-me ao trabalho de o ir buscar mas a ideia de que pudesse ser ela tomou conta de mim e deixei-me levar. As coisas que eu faço por aquela rapariga são absurdas, não me lembro de contrariar a minha preguiça por quem quer que seja, mas como sempre, ela tinha de ser a exceção. A minha exceção mais absoluta, a mais importante de todas as minhas prioridades, a mais bonita forma de amor que existia na minha vida.

Sorri assim que confirmei as minhas suspeitas.

Autumn ❤: Vem ter comigo.

Levantei-me com a maior rapidez que alguma vez me lembrava de me ter levantado. Neste momento estava tudo perfeito entre nós. Temos tantas boas memórias e tudo o que eu quero é aproveitar cada oportunidade de criar mais. É como se cada segundo contasse. Está tudo tão calmo e eu sei que, quando Autumn e eu olharmos para trás, a única coisa de que nos recordaremos serão as boas memórias e a forte conexão que um dia nos uniu. E que eu espero que continue. Porque eu tenho-me vindo a aperceber de algo. Eu realmente não me importava de passar o resto da minha vida com esta rapariga.

Assim que cheguei ao parque desviei a minha atenção para aquele sítio. Autumn estava sentada. Pensei no quão incrível era que ela nem precisasse de dizer onde nos íamos encontrar. Aquele seria sempre o nosso sítio. O local onde tudo começou, onde eu finalmente percebi que a amava.

- Hey – eu falei e sentei-me. Autumn parecia estar séria.

- Temos de falar.

- Desde que não seja para acabares comigo, tudo bem – eu brinquei.

Autumn manteve a sua postura séria. Uma lágrima escorreu pela sua face.

- Autumn, diz-me que não é para acabares comigo, por favor – eu disse desta vez mais sério.

- Não imaginas o quanto eu gostava de dizer isso.

- Eu não estou a perceber – respondi preocupado.

- Matty, lembras-te de eu ter falado do meu pai estar a tentar arranjar um emprego?

- Claro, mas em que é que isso se relaciona connosco?

- Bem, ele arranjou – Autumn tentou sorrir – Na Califórnia.

- Diz-me que não vais ter de ir com ele – eu sentia já inúmeras lágrimas descerem.

- Mais uma vez, tu não imaginas o quanto eu gostava de dizer isso – Autumn falou entre as lágrimas e os soluços.

- Porque é que a vida nunca é justa connosco? – eu perguntei revoltado.

- Eu não sei. Talvez esta não seja a altura certa para nós.

- Desde quando é que existe uma altura certa? Nós gostamos um do outro, isso não deveria ser o suficiente para ficarmos juntos?

- Eu sempre achei que sim, mas aparentemente essa não é a opinião do universo.

- O que é que nós fizemos de mal?

- Tu não fizeste nada. Eu sei que serias incapaz de fazer o que quer que fosse de mal – Autumn respondeu – Mas talvez isto esteja a acontecer por tudo aquilo que eu já fiz com que sofresses. Não importa o que aconteça, eu quero que saibas que a culpa não foi, em momento algum tua.

- Isto não precisas de ser o fim, podemos tentar uma relação à distância.

- Matt, tu sabes tão bem como eu que isso não é possível.

- Só não é possível se tu não quiseres.

- Espero que, assim como eu nunca te vou esquecer, nunca te esqueças de mim. Eu espero que lembres todos os bons momentos que passámos e esqueças todos aqueles que te fizeram triste, eu realmente acho que esses não têm tanta importância – Autumn respirou fundo e limpou algumas das suas lágrimas – Tu serás sempre o meu primeiro e vou amar-te sempre por isso. Talvez isto não seja um adeus, a vida dá tantas voltas, quem sabe se não nos iremos encontrar novamente – Autumn chorava cada vez mais – Eu entreguei-te o meu coração e nunca ninguém tratou tão bem dele como tu. Tens de saber que nunca ninguém, quem quer que fosse, me fez tão feliz como tu. Não sabes o quanto eu lamento que isto tenha de acabar assim. Que logo quando eu pensava que tudo estava a dar certo, o pior que nos podia acontecer tenha acontecido. Também não sabes o quanto me parte o coração ter de fazer isto. E só quero que saibas que te estou eternamente grata por teres feito de mim a pessoa que sou hoje. Eu devo a pessoa que sou hoje a ti.

Autumn começou a andar na direção oposta. Eu queria impedi-la, queria dizer-lhe que arranjaríamos uma maneira de resolver tudo mas nem eu acreditava nisso. Talvez um dia eu viesse a acreditar que isso era o melhor para nós. Mas hoje não é esse dia porque tudo o que eu sinto é um vazio no coração, o maior que alguma vez senti. Sei qune lembrar-me-ei sempre da primeira vez que amei alguém bem como me lembrarei sempre desse alguém. Autumn ❤

Nota da autora: É o fim de Autumn. Espero que ninguém me mate.

All the love as always, Fi xx

Autumn | MEOnde histórias criam vida. Descubra agora