Minha filha é como um pedaço de mim, mas tive que deixá-la após a partida de minha esposa. Eu ainda estava abalado pela perda de Madson e, em seguida, eles tiraram Dorothy de mim. Naquela época, eu não me sentia em condições de cuidar de Elisa.
Foi quando encontrei Savannah, enquanto retornava do orfanato onde tinha ido para comemorar o aniversário de minha filha. A visão da garotinha chorando desesperadamente ao lado de uma lata de lixo no fundo de um beco escuro chamou minha atenção. Aproximei-me dela para acalmá-la, e foi então que ela me disse seu nome: Savannah Scott. Senti a magia emanando dela, algo que me fez lembrar de um ser celestial, Jannie Scott, que se casara com um humano e depois desaparecera completamente. A menina me contou que haviam matado sua mãe e expulsado seu pai de casa.
Decidi cuidar de Savannah como se fosse minha própria filha. Ensinei-a a controlar sua magia, matriculei-a em uma boa escola e afastei os garotos que tentaram se aproximar dela. Mas, paradoxalmente, isso só aumentou minha culpa por não ter dado a mesma oportunidade a Elisa, por tê-la deixado em um orfanato
Não faz muito tempo que fiquei sabendo do retorno de Hugo. Instruí Savannah a não sair de casa sob nenhuma circunstância e a usar seus poderes apenas em último caso. Um amigo meu informou que Hugo estava sem poderes, mas ainda assim tentou capturar um ser celestial que estava morando com vampiros.
Quando finalmente recebi o sinal que tinha escondido em uma das lembranças de minha filha, senti uma felicidade surreal. Enviei imediatamente uma mensagem para Savannah, ordenando que não saísse de casa de forma alguma, enquanto eu seguia as vibrações mágicas deixadas pelo feitiço. Após algum tempo, cheguei à casa de uma bruxa extremamente poderosa, Lucy Siegfried, e um enorme alívio me inundou. Elisa estava segura sob os cuidados de Lucy, e meu coração se encheu de gratidão por sua proteção.
Enquanto eu andava na direção da entrada, senti magia acumulada no ar, como se fosse um campo de energia, talvez um campo de proteção, e isso é muito bom, significa que ela está protegendo minha filha do mal. Toco a campainha nervoso, minha filha está lá dentro.
A porta se abre lentamente, revelando um homem que reconheci imediatamente: Donald Derkian, um vampiro. A surpresa toma conta de mim. O que ele está fazendo aqui?
— Deixe-o entrar, Donald — Ouço uma voz feminina vinda de dentro da casa, e o vampiro se afasta para me dar espaço.
Dou passos hesitantes na direção da entrada, meu coração batendo com força no peito. Enquanto Donald me observa com uma expressão enigmática, sinto que estou prestes a descobrir algo que mudará tudo.
— Irei chamar eles — Um garoto se manifesta, subindo as escadas com pressa.
— Adotamos Elisa há pouco tempo — Uma mulher loira murmura, identificada como Márcia Derkian, outra vampira. Sua voz é calma, mas há uma tensão no ar que não posso ignorar.
— Por que a adotaram? — Pergunto, tentando evitar pensar em hipóteses malucas e focando em obter respostas claras.
— Porque você deixou ela lá — O garoto desce as escadas e se posiciona ao lado de uma garota loira, como se estivessem se preparando para alguma revelação importante.
Minha mente está cheia de dúvidas, e meu coração parece prestes a explodir de ansiedade.
Finalmente, após tanto tempo, pude reencontrar minha filha. Meu coração estava cheio de um misto de emoções, desde a alegria incontida até a ansiedade pelo que viria a seguir. Tinha tanto para explicar, tantas histórias para compartilhar, e a esperança de que Elisa pudesse me perdoar por tudo o que aconteceu no passado. Queria ser capaz de acalentar suas dúvidas, preencher os vazios em sua vida e, acima de tudo, ser o pai que ela merecia. Estávamos diante de um novo capítulo de nossas vidas, e eu estava determinado a fazer tudo da maneira certa desta vez.
(...)
Explico para Elisa tudo o que aconteceu, desde a partida de sua mãe até o momento em que a encontrei novamente. Ela ouve atentamente, e parecia estar indo bem. A conexão entre nós estava se fortalecendo a cada palavra compartilhada. No entanto, quando cheguei na parte de Savannah, notei uma mudança em sua expressão. Ela se fechou completamente, seus olhos se tornaram distantes, e o semblante que antes mostrava compreensão e aceitação agora demonstrava confusão e dor.
Eu entendia o motivo. Eu carregava uma culpa profunda comigo por ter criado a filha de outra pessoa, enquanto minha própria filha crescia sozinha em um orfanato. Era um fardo que eu precisava carregar, e agora era o momento de enfrentar as consequências de minhas escolhas passadas.
Eu a observava com apreensão, esperando que, de alguma forma, ela pudesse encontrar em seu coração a capacidade de me perdoar por esse erro terrível. Estava disposto a fazer de tudo para reparar os danos que causei e reconstruir nossa relação, se ela me desse a chance.
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Adotada por Vampiros
VampireElisa passou a vida inteira esperando por uma família, mas agora que a oportunidade chegou, ela se pergunta: e se eu não for quem eles esperam? E se eles não forem quem eu imagino? Plágio é crime História iniciada em: 11/06/2016 História finalizada...