Sinto minha cabeça latejar e meu pescoço lateja de dor. Parece que dormi de forma desconfortável, e meu corpo todo dói. Há um peso na minha cintura e uma perna sobre a minha. Abro os olhos lentamente e vejo um braço em torno da minha cintura e uma perna sobre a minha. Tento afastar o braço cuidadosamente, mas ele retorna ao seu lugar e me aperta ainda mais, fazendo-me sentir algo rígido pressionado contra minha parte traseira.
— Fica quieta — ouço a voz de Henrique sussurrar perto do meu ouvido
— O que você está fazendo aqui? — pergunto, confusa.
— Pergunta errada. — Ele sussurra e vira meu corpo para encará-lo. — Você está no meu quarto, Elisa. — Ele diz, olhando nos meus olhos.
Minha mente começa a se clarear lentamente.
— O que estou fazendo aqui? — Reformulo minha pergunta.
— Depois do que aconteceu ontem... — Ele começa a explicar, mas o interrompo.
— Depois do que? Como assim, Henrique? O que aconteceu? Nós... nós fizemos sexo? — Falo baixinho a última palavra e me levanto da cama, alarmada
— O quê? Não. — Ele diz, se levantando também. — Você não se lembra? — Ele parece confuso.
— Ontem... — Penso um pouco, tentando recordar o que aconteceu. Então, as palavras de Felipe ecoam na minha mente: 'Você. Está. Noiva.' — Eu me lembro de Felipe dizendo que estou noiva. — Digo, olhando para Henrique
— Elisa, eu posso ter arrombado a porta do seu quarto... — Henrique começa a explicar, coçando a nuca. — Mas você pode ir se trocar, suas roupas ainda estão na mala. — Ele murmura.
— Mala? A senhora Márcia me disse que um serviçal havia organizado minhas coisas no meu guarda-roupa. — Fico confusa com a discrepância nas histórias que estou ouvindo.
— Você colocou novamente na mala, mas isso não importa agora — Henrique fala e se vira indo para uma porta, onde suponho ser o banheiro dele
Saio do quarto de Henrique e só então percebo que estou vestindo apenas o meu blusão de dormir. Isso é estranho! Chego ao meu próprio quarto e vejo a porta no chão em três pedaços, exatamente como Henrique a deixou. Como ele conseguiu fazer isso? Adentro o quarto por cima dos destroços da porta e avisto uma mala fechada no meio do cômodo. Não muito longe dela, há uma pequena quantidade de sangue. Não é muito, mas é sangue. Me ajoelho em frente à mala e a abro. Minhas roupas estão todas jogadas, amassadas e desdobradas. Isso é estranho! E ainda mais estranho é o sangue. Não faço ideia de quem possa ser, mas sei que não é o meu, pois não tenho nenhum machucado em meu corpo.
Escolho um short jeans, uma regata preta e um conjunto de lingerie antes de me encaminhar para o banheiro. Enquanto tomo um banho rápido, meu corpo continua doendo, e não entendo o motivo. Depois de me vestir, saio do quarto e começo a caminhar em direção à sala de jantar. À medida que me aproximo, começo a ouvir vozes conversando.
— Como assim ela não se lembra de nada? — A voz de Clementina ecoa na sala.
— Ela só se lembra do Felipe falando que ela está noiva — Henrique murmura, revelando minha aparente falta de memória.
— Calem a boca, ela está se aproximando — Donald diz, me deixando ainda mais curiosa. Continuo a andar e encontro todos sentados à mesa de jantar.
— Você está melhor? — Clementina pergunta com preocupação à medida que me sento em uma cadeira, com ela de um lado e dona Márcia do outro.
— Sim, estou bem. — Afirmo, tentando parecer tranquila.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Adotada por Vampiros
VampirElisa passou a vida inteira esperando por uma família, mas agora que a oportunidade chegou, ela se pergunta: e se eu não for quem eles esperam? E se eles não forem quem eu imagino? Plágio é crime História iniciada em: 11/06/2016 História finalizada...