Cap. 14 | Elisa/Henrique - Revisado

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ELISA SCHNEIDER

Parece que existe uma clara hostilidade voltada em minha direção. Tenho um desejo sincero de participar dessas reuniões intrigantes, mas a permissão nunca é concedida. É quase como se eu estivesse aprisionada em uma torre, o que, de forma irônica, me faz lembrar da história de Rapunzel, que passou a maior parte de sua vida reclusa em uma torre. Entretanto, diferentemente dela, possuo a capacidade de me defender, com habilidades e truques que Lucy gentilmente me ensinou. Neste momento, recorro a um feitiço de audição, reconhecendo plenamente que isso não está correto, mas sendo excluída de tudo só serve para aumentar minha curiosidade.

— Não — Uma voz desconhecida berra — FALTA O SER CELESTIAL — Ele está atrás de mim?

— Ela não é uma Derkian — Ouço Henrique falar em resposta

— Como assim? Ouvi dizer que a nova integrante da família Derkian é um ser celestial — O desconhecido fala visualmente bravo

Não tenho a menor ideia do motivo pelo qual essa pessoa está me procurando, nem do que eu poderia ser útil para ela. No entanto, algo me inquieta profundamente: eu conheço a voz desse indivíduo. Não consigo identificar de onde ou por que a conheço, mas a familiaridade está lá, pairando como uma sombra inquietante.

Sentada na beira da cama, reflito sobre como tantas reviravoltas ocorreram em minha vida em tão pouco tempo. Quando era mais jovem e ansiava por ser adotada, jamais imaginei que minha jornada tomaria esses rumos.

Decido me dirigir à cozinha, ainda atormentada pelo eco da voz do desconhecido. Sinto-me estranha apenas ao pensar na possibilidade de ouvir essa voz novamente. Enquanto passo pela porta da sala, inadvertidamente escuto uma conversa que intensifica ainda mais minha curiosidade.

— Pelo que eu sei, é uma poção bem simples, mas é mortal, como vocês já devem ter percebido — Ouço a voz de Lucy e me aproximo ainda mais

— Como nós perceberíamos? — Márcia pergunta.

— Como eu disse, ele tem que beber todo o sangue do... — Lucy para de falar do nada, me deixando mais curiosa.

— Do...? — Márcia a instiga a falar.

Tulge minu juurde — Do nada eu estou na sala, ao lado de Lucy — Você sabia que é feio ouvir conversa alheia?

— Desculpa, eu vim beber água e acabei ouvindo a conversa de vocês — Tento me explicar

— Não faça mais isso — Donald adverte, me olhando sério.

— Tudo bem — Deixo meu copo no balcão — Vou voltar para o quarto — Saio o mais rápido de lá.

Uma convicção crescente se apodera de mim: eles estão definitivamente escondendo algo, algo que consideram importante o suficiente para me manter no escuro. E eu estou decidida a descobrir a verdade, não importa o preço que isso possa cobrar. Minha determinação se fortalece a cada suspeita que surge, e estou disposta a seguir em frente, enfrentando qualquer obstáculo que se coloque em meu caminho. O que quer que estejam tentando esconder, estou determinada a trazer à luz.

...

— Dorothy Schneider, faça o que eu mando — Um homem com autoridade em sua voz declarou.

— Não, Hugo, cansei — A mulher cujo nome era Dorothy respondeu, sua expressão cansada evidente em seu rosto.

— Deixe minha mulher, seu idiota — Um terceiro homem interveio na conversa, sua voz repleta de raiva.

— Dorothy, se não vier comigo, mato seu marido e aquele bebê inútil — o tal Hugo proferiu ameaçadoramente, apontando na minha direção, deixando-me perplexo.

Adotada por VampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora