Cap. 25 | Elisa - Revisado

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Todas as feridas de Savannah foram curadas, sua respiração está tranquila, e não há sinais de danos internos. Então, por que ela não acorda? Ou simplesmente não abre os olhos?

Saio do campo de invisibilidade, deixando Savannah lá dentro, e olho ao redor, perplexa com o que aconteceu.

Vejo todos os soldados das armaduras douradas partindo, a casa está incrivelmente organizada e não há nenhum sinal de Hugo ou de seu exército. O que diabos aconteceu aqui?

— Como você fez isso? — Lucy pergunta, olhando-me profundamente.

— Fiz o quê? — Respondo com outra pergunta, totalmente perdida.

— Uma luz branca surgiu do nada, de onde você estava, e afastou todos que estavam ao lado de Hugo, além de consertar e organizar toda a casa — Henrique diz, aproximando-se de mim.

— Onde está a Savannah? — Felipe pergunta, desesperado, olhando em todas as direções.

Tühista nähtamatu väli — Digo, fazendo o campo de invisibilidade desaparecer. — Eu estava curando a Savannah — Explico, olhando para Felipe, que agora estava agachado ao lado dela.

— Como você fez isso, Elisa? — Lucy pergunta, começando a me examinar de cima a baixo. — Como você fez isso e ainda tem poderes? — Ela pergunta, passando a mão pelo meu corpo.

— O que você quer dizer com isso, Lucy? — Pergunto, sem entender o que está acontecendo.

— Um ser celestial não pode curar outro ser celestial — Lucy diz, ainda chocada. — A menos que ao fazê-lo, perca seus próprios poderes — Ela acrescenta, olhando para Savannah, que continua desacordada.

— Mas a Savannah está bem, e eu ainda tenho meus poderes — Murmuro, sentindo Henrique me abraçar pelo lado — Será que foi por isso que ela tentou me impedir de curar ela? — digo, enquanto a perplexidade e a confusão tomam conta de todos nós.

(...)

— Eles nos emboscaram, lutamos o máximo que pudemos, mas quando recebemos o aviso de Elisa, tudo se tornou caótico, e Donald foi capturado por aqueles capangas malditos de Hugo — Márcia diz com a voz embargada, olhando para todos nós no quarto.

Estamos todos reunidos no quarto de Savannah, que ainda não acordou. Márcia estava compartilhando os detalhes de como Donald foi arrancado de nossas mãos minutos antes do confronto que tivemos na casa de Lucy.

— Eu vou fazer isso — Luís diz, indo na direção de Savannah.

— Tem certeza? — Lucy pergunta, olhando para o meu pai

Encontramos um feitiço capaz de acordar Savannah, mas ele é extremamente perigoso. Estávamos esperando que ela acordasse por conta própria, mas o tempo está passando, e a preocupação aumenta.

— Você não vai fazer isso sozinho — Eu digo, levantando-me e indo até ele.

— Elisa, você já usou poder demais hoje. Nem pense nisso — Meu pai me proíbe de me aproximar mais deles. — Mälestused on olulised inimesele, kes ei suuda ärgata — Ele começa a lançar o feitiço.

Pelo que entendi, o feitiço revolve algumas memórias fundamentais de Savannah, como se a convocasse para uma luta ou algo assim. A essa altura, não me importa exatamente qual é o feitiço, desde que ela acorde.

— AAAAAHH! — Todos se assustam com o grito repentino de Savannah. Ela está sentada na cama, olhando ao redor. Vejo meu pai caído no chão e corro até ele.

— Pai, pai — Digo, dando-lhe leves sacudidas

— Ele usou muito poder, minha querida — Lucy diz, abaixando-se ao meu lado. — Vamos levá-lo para uma cama e deixá-lo descansar — Ela completa, e Henrique pega meu pai nos braços, correndo rapidamente para outra cama e voltando logo em seguida.

— O que está acontecendo? — Ouço a voz de Savannah, e todos nos voltamos para ela, que estava sentada na cama.

— Savannah — Felipe praticamente berra, lançando-se na cama para ficar ao lado dela. — Você acordou — Ele diz, sorrindo e abraçando-a com força.

— Eu fiquei apagada por muito tempo? — Ela pergunta, ainda presa no abraço de Felipe.

— Praticamente um dia inteiro — Lucy responde calmamente, enquanto, no mesmo momento, Savannah arregala seus olhos, parecendo surpresa com o tempo que passou inconsciente.

— Onde está Luís? — Ela pergunta, agora com um tom de preocupação evidente em sua voz.

— Ele realizou um feitiço em você, algo relacionado às suas memórias fundamentais — Respondo, vendo-a arregalar os olhos ainda mais.

— Ele viu as minhas memórias? — Ela pergunta, parecendo assustada com a ideia.

— Sim — Ouço a voz do meu pai, vulgo Luís. Ele está parado apoiado na porta, parecendo prestes a cair a qualquer momento. Henrique se prontifica a ajudá-lo, preocupado com sua condição.

— Eu posso explicar — Ela fala se separando de Felipe

— Qual parte? — Ele pergunta apoiado em Henrique — A parte em que você namorou um lobisomen ou a parte que você namorou um lobisomen sem eu saber? — Ele diz parecendo estar furioso e quase cai, mas meu noivo o segura

— Vem vamos sentar —Henrique fala levando-o até uma cadeira

— Você namorou um lobisomen? — Felipe pergunta parecendo assustado

— Foi só um casinho — Savannah diz tentando se explicar

— "Ele não é meu pai, mas eu o considero" — Meu pai fala fazendo uma voz fina — Se realmente considerasse eu saberia disso — Ele completa furioso — E ainda ficaram se beijando num beco escuro — Ele fala e só falta sair fumaça de suas orelhas

— Você o beijou? — Felipe pergunta parecendo incrédulo e faz uma cara de nojo

— Ele era meu namorado, por Deus — Savannah fala exaltada e Felipe sai da cama

— Você tinha 14 anos — Luís praticamente berra e vejo Felipe arregalando seus olhos

— 14 ANOS? — Felipe grita encarando Savannah que se encolhe na cama como uma criança assustada.

— E o que isso tem haver? — Ela pergunta ainda encolhida no meio cama

— Você era praticamente uma criança — Felipe diz começando a ficar vermelho

— Então você é um santo Felipe — Savannah berra se se levantando da cama — Com quantos você beijou pela primeira vez? — Ela pergunta cruzando os braços e parando em frente a ele — Nem deve se lembrar — Ela berra separando seus braços.

Eu acho que não sou a única que pensa que tosa essa briga e discussão é totalmente desnecessária. Mas os dois parecem obstinados demais e Luís parece que vai explodir a qualquer momento.

— Você quer saber? — Felipe pergunta sarcástico — O nome dela era Althea Villanueva, nos nós beijamos no meu aniversário de 16 anos — Ele fala cruzando seus braços e encarando ela com um olhar maldoso.

— Isso não é possível — Savannah fala negando com a cabeça e dando dois passos para trás.

— Issi foi há 121 anos atrás, e sabe o por que eu me lembro perfeitamente? — Ele pergunta olhando sério para Savannah — Porque ela também foi a primeira vez que eu matei alguém — Dito isso ele sai do quarto sem falar mais nada

— Você me decepcionou Savannah — Luís diz negando com a cabeça e dona Márcia levanta

— Dá pra parar? — Dona Márcia fala alto e todos olhamos na direção dela — Nem parecia que você tava chorando porque ela não acordava — Ela aponta para Luís que encolhe levemente seus ombros — Felipe, filho, você já teve muitas namoradas e inclusive já noivou antes de Savannah, é normal que ela já tenha namorado no passado, o que importa é que estão juntos hoje — Ela diz olhando carinhosamente para o seu filho, que desfez a cara de bravo.

— Vamos achar o papai, mãe — Tina diz abraçando a mãe com força.

Adotada por VampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora