Eu sempre estive envolvida com a dança.
Meus pais costumavam dizer que eu nasci para isso.
Minha tia costumava dizer que eu tinha o talento e a personalidade de uma bailarina.
Desde criança, eu sempre soube que o meu futuro seria sobre a dança.
Minha mãe sempre exebiu para mim os troféus, medalhas e matérias de honra que ela guardava nas paredes e prateleiras da casa. Aquilo sempre foi um lembrete de que eu deveria me tornar tão boa quanto ela já foi um dia.
Eu nunca tive outra opção além da dança. Minha mãe nunca deixou eu escolher além da dança. Ela costumava dizer que eu era boa apenas na dança, e deveria aproveitar isso.
Conforme eu fui crescendo, fui me interessando por outras coisas, mas eu sempre voltava para a dança, pois no fim dia, ela acabava sendo meu porto seguro, minha zona de conforto.
Porém, com o tempo, o que era para se tornar minha paixão, se tornou minha tortura.
Eu amava dançar. Amava como a dança me fazia sentir leve e livre, mas eu odiava o fato de ter que estar sempre provando que eu era a melhor. Odiava o fato de que ao mesmo tempo que ela era o meu conforto, ela também era a minha destruição.
Lake Charles, Louisiana, EUA.
Droga, eu estava atrasada!
Se demorasse mais um minuto, perderia a carona de mamãe e ficaria a pé para ir até a escola. Não que fosse um caminho muito longo, mas eu realmente não estava disposta à caminhar hoje. Vesti um casaco fino, já que não fazia tanto frio, e coloquei minha roupa de dança dentro da mochila. Eu adorava o clima da primavera, ele sempre era propício para as minhas aulas de dança.
Sempre fui completamente apaixonada por dança, e desde que comecei a fazer aulas, quando eu tinha apenas 5 anos, não parei mais. Nunca tive um estilo favorito, sempre gostei de aprender um pouco sobre cada estilo, mas ao longo dos anos, fui me identificando cada vez mais com o ballet.
— Louisa, você vai ficar à pé! — Minha mãe gritou no andar de baixo, com o seu jeito autoritário de sempre, me deixando ainda mais irritada.
— Já estou indo. — Gritei em resposta.
Dei uma última olhada no espelho, peguei minha mochila e desci as escadas. Minha mãe conseguia ser mais impaciente do que eu. Nós discutíamos muito por termos opiniões diferentes sobre praticamente tudo. Minha mãe é uma pessoa ambiciosa e rude, diferente do meu pai. Eu sempre fui mais apegada ao meu pai, mas ele vive viajando pelo país, então eu não o via com muita frequência. O trajeto até a escola com ela sempre era silencioso e perturbador. Nós nunca conseguíamos ter uma boa conversa, e quando tínhamos, o assunto acabava se resumindo apenas em ballet. Em poucos minutos o Audi da minha mãe estava estacionado em frente à escola. Me despedi rapidamente dela e corri para a sala de aula.
— Hey, achei que você não viria. — Patrick, meu melhor amigo, disse assim que me viu chegar. Ele estava me esperando do lado de fora da sala, como sempre. Pat é a pessoa mais amorosa e gentil que eu conheço. Nos conhecemos apenas nesse ano, quando ele conseguiu uma bolsa de estudos na minha escola. Ele é tão inteligente que chega a ser irritante as vezes, além de também ser muito bonito. Patrick é o típico nerd bonito que todas as garotas abririam as pernas sem pensar duas vezes. Se eu não fosse sua melhor amiga, com certeza eu investiria nele. Pat é o pacote completo. Quem não gostaria de ter como namorado um cara bonito, inteligente, educado, gentil e amoroso? Muitas pessoas dizem que ele é apaixonado por mim, mas eu não acredito muito nisso, e também acho que nunca seria capaz de ultrapassar a linha da amizade com ele.
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Com amor, Louisa.
RomanceO quão difícil pode ser a carreira de uma bailarina e um lutador profissional? O quanto pode ser cobrado de dois jovens que estão em busca de seus sonhos? Louisa é uma jovem de classe alta que sonha em um dia ser uma bailarina profissional, mas fora...