12 - Louisa

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Revisado por Maryane Filgueiras.

Eu não pensei duas vezes antes de ligar para Patrick ao ouvir a discussão vinda do quarto no fim do corredor. Tudo o que eu menos queria era passar o sábado à noite sozinha em casa escutando meus pais discutindo.

Eu já sabia qual era o destino de Patrick essa noite, e apesar de estar tentando evitar aquele lutador prepotente, eu não me importei.

Eu só queria fugir para algum lugar que me desligasse da minha atual realidade.

Parece que eu não tenho mais vida. Minha mãe está me matando com suas paranoias. Eu preciso me sentir viva. Eu preciso fazer algo para me sentir viva novamente.

Minha vida anda tão monótona que eu não consigo me lembrar da última vez que fiz algo extraordinário. Não consigo nem sequer lembrar da última vez que eu realmente me senti feliz.

Pat está estranho comigo. Em momento nenhum falamos sobre o ocorrido na festa do lago, mas, para ser sincera, eu não quero falar sobre isso com ele. Não quero que ele pense que aquele beijo teve algum significado.

Peguei um casaco fino antes de sair de casa. Assim que abri a porta, avistei o táxi me esperando, com Patrick dentro. Tenho plena certeza de que meus pais nem me ouviram sair.

– Oi. – Ele falou assim que eu entrei no carro. Ele cheirava incrivelmente bem e, sem os seus óculos, estava mais bonito do que o normal.

– Oi. – Falei e sorri.

– Pensei que você não queria mais frequentar as lutas. – Ele disse um tanto receoso.

– Eu não quero, mas não tenho outra opção. Eu precisava sair um pouco de casa. – Falei bufando. – Por que você está indo para a luta de novo? Você não parece ser o maior fã de lutas.

– São essas lutas que pagam minhas despesas, então, apesar de não gostar, eu tento dar algum apoio para o Adam.

– Entendo. – Falei simplesmente.

Eu me senti mal. Eu sempre ganhei as coisas tão facilmente,  enquanto Patrick dependia das lutas do seu irmão.

Adam apanha todas as semanas para sustentar a família, é isso mesmo?

Deus, isso é absurdo!

O caminho até a arena seguiu em silêncio. Eu não achei nenhum assunto para puxar conversa com Pat e pelo jeito ele estava perdido em pensamentos. Assim que o táxi parou em frente ao nosso destino, deixei as notas de dinheiro sob o banco e saí antes que meu amigo reclamasse.

– Já falei que detesto quando você fica pagando as coisas para mim. – Escutei-o resmungar logo atrás de mim.

– Você pode me pagar algo para comer lá dentro. – Retruquei.

Escutei-o bufar e deixei-o me guiar, afinal, eu não sei o caminho. A arena está lotada mais uma vez e eu já estou me acostumando com toda essa multidão. Como das outras vezes, nossos lugares são bem perto do octógono, e várias garotas já estavam esperando por Adam.

– A luta de hoje não vai ser fácil. Adam está com o pulso machucado e parece que o adversário dele é bem forte. – Ele disse para mim. Patrick parece estar bem preocupado, diferente das outras vezes; ele costuma estar sempre muito confiante.

– Seu irmão é um monstro, tenho certeza que ele irá detonar qualquer adversário. – Falei para tentar passar confiança, mesmo não fazendo ideia do que eu estava falando.

– Espero que você esteja certa. – Ele murmurou enquanto pressionava suas mãos uma contra a outra em nervosismo. – Posso te perguntar uma coisa? – Ele perguntou ao parar de mirar o octógono e focar em mim.

Com amor, Louisa.Onde histórias criam vida. Descubra agora