15 - Louisa

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Escutei alguns passos vindo em direção ao quarto e me encolhi embaixo do cobertor aconchegante. Assim que os passos se cessaram, abri meus olhos lentamente e receosamente afim de descobrir quem estava ali, mas desejei não ter feito. Tudo o que consegui enxergar foi o corpo de Adam de costas para mim. Meu olhar se perdeu primeiramente nas suas costas largas e atraentes e logo depois em sua bunda coberta apenas por uma cueca boxer.

Não me julguem, eu amo costas e bundas masculinas, e quando se trata de Adam Parker, tudo é malditamente atraente.

Eu odiava o fato de que no caso dele a aparência me enganou. Quando eu o conheci na academia eu pensei que ele fosse apenas mais um garoto metido a badboy ignorante, mas cada vez mais ele vem me mostrando ser uma pessoa diferente desses estereótipos. Tudo bem, ele não perde o posto de badboy ignorante, mas ele é muito mais do que isso, ele tem um lado bom. Um lado bom que ele insiste em mostrar para mim. Eu gostaria que ele jamais tivesse me mostrado esse lado. Gostaria de poder continuar apenas odiando-o, mas agora eu só conseguia me lembrar de como é gostosa a sensação de ter os lábios dele sob os meus.

Droga, o beijo dele é extremamente bom e viciante. Como se não bastasse isso, o seu toque é fenomenal. Deus, como eu adorava ter as mãos dele percorrendo pelo meu corpo. Sem contar o fato dele estar sendo incrivelmente compreensivo e atencioso comigo. A cena dele me colocando para dormir na noite passada está muito bem gravada na minha memória assim como o seu beijo. Lembro-me da sua preocupação em me deixar dormir na sua cama por ser maior e mais confortável. Lembro-me dele passando suas mãos pelo meu cabelo e rosto e me desejando boa noite. Já era a segunda vez que eu estava dormindo na cama dele e eu podia jurar que já reconhecia de longe o cheiro dele e, de certo modo, dormir na cama com o cheiro dele me passava a sensação de acolhimento e segurança.

— Bom dia, dorminhoca. — Ele disse e começou a caminhar na minha direção. Oh, droga, eu já podia sentir minhas pernas virando gelatina.

— Bom dia. — Falei envergonhada.

Sim, agora olhando nos olhos dele eu me senti envergonhada e fraca. Envergonhada e fraca por ter mostrado para ele parte da minha fraqueza. Fraca por ter deixado ele se aproximar tanto. Envergonhada por ele saber tanto sobre mim em tão pouco tempo. Envergonhada e fraca por ele ter me encontrado dopada. Envergonhada e fraca por ele ter me encontrado chorando na rua. Envergonhada por ele ter me acolhido na noite passada. Agora sinto que teria sido melhor se eu tivesse voltado para casa. Eu odeio parecer tão fraca e indefesa diante dele, como se eu estivesse sempre precisando da ajuda dele. Como eu iria encarar Lilian? O que ela deveria estar pensando de mim? Que eu sou uma coitada? Ou uma oferecida?

Droga!

— Eu estou indo caminhar, mas volto logo para te levar para casa. — Ele parou ao lado da cama e cruzou os braços em frente ao peitoral, que agora estava devidamente vestido para o bem da minha sanidade.

— Não se preocupe com isso, eu já te incomodei demais. — Falei sem encará-lo.

— Você não incomodou em nada, Louisa, entenda isso.

— Me desculpe, eu só queria que nada disso tivesse acontecido. Eu não costumo ser aquela garota que você viu ontem. — Desabafei.

— Eu acredito em você. — Ele falou e ergueu minha cabeça para que eu pudesse encará-lo. — Todo mundo tem dias ruins, Louisa, você não é imune a isso. Minha mãe deixou café para você, ela saiu para ajudar na festa comunitária de hoje à noite. Esteja pronta até às dez para eu levar você para casa.

Apenas assenti com a cabeça e observei ele sair pela porta. Assim que ele saiu, me levantei da cama e chamei um táxi para ir embora. Eu não queria ficar sozinha com Adam de novo. Pelo menos não antes de eu organizar meus pensamentos.

Com amor, Louisa.Onde histórias criam vida. Descubra agora