14 - Adam

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Entrei apressadamente na camionete assim que notei a chuva forte que caia do lado de fora da arena. Eu não lutei hoje pois meu pulso ainda estava doendo muito, mas fiz questão de vir assistir a luta junto com o Drake. A movimentação nas ruas estava pequena, mas alguém chamou minha atenção. Uma garota corria apressadamente na calçada, e quando eu a reconheci pela mochila que carregava, desacelerei o carro imediatamente.

Louisa.

Eu não tinha mais visto ela desde o dia da minha última luta. Depois do show do meu irmão, eu estava tentando evita-la. Eu vi o quanto Patrick a quer longe de mim, e eu tentaria fazer isso por ele. Tudo o que eu menos quero é comprar uma briga com o meu irmão. Eu não preciso disso e também não quero que minha mãe precise lidar com seus dois filhos brigados, ela não merece isso.

Ela parecia estar extremamente assustada. Parei meu carro e abaixei o vidro para falar com ela. Quando ela me viu, uma expressão de alivio surgiu em seu rosto.

- O que diabos você está fazendo sozinha em baixo dessa chuva? - Perguntei preocupado.

- E-Eu estou tentando achar um táxi. - Ela gritou para que eu pudesse escutar.

- Entre aqui. - Ordenei e abri a porta para que ela pudesse entrar.

- Não precisa. - Ela retrucou. Mas é claro que ela faria questão de me contrariar, mas acontece que hoje eu estava sem paciência.

- Entre agora antes que eu te obrigue a entrar. - Ameacei, tentando convencê-la a entrar logo, afinal, eu estava louco para chegar em casa.

Ela finalmente se rendeu e embarcou no carro. Notei que ela estava totalmente encharcada e ainda usava uma daquelas roupas de ballet.

- O que você estava fazendo sozinha aqui? - Perguntei novamente.

- E-Eu estava t-tentando achar um táxi. M-Minha mãe não...Minha mãe não apareceu para me buscar. - Ela disse. Seus lábios estavam roxos e tremiam de frio. Peguei minha mochila atrás no banco e entreguei para ela.

- Use o casaco que está aí dentro antes que você morra de frio.

- Obrigada. - Ela falou e finalmente me encarou. Quando meus olhos se encontraram com os dela, percebi que eles estavam extremamente vermelhos. Droga, ela estava chorando.

- Por que você estava chorando? - Perguntei, sem pensar muito antes de fazer tal pergunta.

- Eu só estava com medo... - Ela falou baixo e então eu soube que ela estava mentindo.

- Medo de que?

- Se não fosse você dentro desta camionete, provavelmente eu estaria encrencada agora. - Ela disse enquanto vestia meu casaco. - Você sabe, eu comecei a ficar com mais medo depois de tudo o que aconteceu... - Ela disse cabisbaixa. Eu sabia que o que aconteceu na festa do lago iria mexer muito com ela, e eu não a culpava por isso. Não deve ser fácil se recuperar de algo que pode se transformar em um trauma grande.

- Tem certeza que é só isso?

- Uhum. - Ela disse e balançou a cabeça afirmando, mas isso não me convenceu nenhum pouco.

- Para onde você quer ir? - Perguntei, tentando mudar de assunto, já que era perceptível que ela estava ficando desconfortável.

- Você pode me deixar na entrada do lago.

- Que porra você quer fazer no lago a essa hora, Louisa? - Perguntei incrédulo.

- Eu sempre vou ao lago no dia do meu aniversário. - Ela disse simplesmente.

Com amor, Louisa.Onde histórias criam vida. Descubra agora