Publicado: 07/08/2016
CAPÍTULO TRINTA - ALL MY FRIENDS
Então, começa
Nós vamos voltar para a sua casa
Nós verificamos os gráficos
E começamos a descobrir.A morena de olhos azuis observou as cerejeiras no jardim de casa. Sua casa! Ela esfregou os braços, sabendo que logo a temperatura iria cair, uma característica da cidade, a qual estava acostumada. Ulisses ao menos dizia adorar essa súbita mudança, uma vez que se estiverem passeando Verônica não hesita em se acomodar bem próxima do corpo do marido.
— Mamãe.
Verônica abriu os braços e o sorriso. O coração dela parecia se envolver numa mistura de emoções, que provavelmente o grande percentual das pessoas diria não suportar. Mas para ela não havia reclamações, nem quando acordava cedo e tropeçava nos brinquedos espalhados pelo chão.
Fechou os olhos, aspirando o perfume floral de sua filha.
Os cabelos castanhos claros alcançavam os ombros, os olhos idênticos aos do pai traziam um brilho de satisfação e amor, tornando a presença de Verônica uma miragem mais bela do que os quadros de pintores famosos italianos, que Enzo apresentou a neta.
— Que mãos frias, Allegra — a morena disse, beijando os dedos pequenos.
A menina limitou a sorrir, deixando em evidência a covinha numa das bochechas e os dentes minúsculos.
— Papai fez escovar dentinhos.
— É mesmo? O que você estava comendo?
— Bolo.
Ulisses caminhou em direção as duas mulheres de sua vida, cruzando os braços quando Allegra virou o rosto para trás, a ponta da língua para fora.
— O que o papai falou na cozinha?
Allegra voltou a fitar a mãe, os lábios formando um beiço, além da expressão de choro:
— Só um pedaxinho.
— Mas combinamos esperar o jantar, mocinha.
A menina deu de ombros, um gesto que havia aprendido com os primos.
— Não pode desobedecer ao papai — Verônica argumentou, segurando o queixo da filha com delicadeza — Entendeu?
— Sim, mamãe.
E se está saturado, melhor
Porque sabemos que estamos indo até ser tarde
E se você está preocupado com o clima
Então você escolheu o lugar errado para ficar
É assim que começa.Os gestos dela eram refletidos por um tempo, o movimento do lado esquerdo do corpo necessitava de um maior esforço, mas ela tentava não se abalar com a expressão facial parcialmente paralisada. Ainda estava viva.
— Eu faço, amor — o sorriso torto dela, diante das palavras de Bryan, era suficiente. Não importava com as imperfeições que nos momentos de estresse e fúria Susan insistia em apontar; para ele continuava sendo a mulher que escolhera para a vida inteira.
Apoiado em um dos joelhos, Bryan terminou de calçá-la. Ele permaneceu alguns minutos naquela posição, massageando os dedos da mão esquerda da esposa.
— Todos chegaram? — a voz dela apresentava alterações, mas ele pacientemente a ouvia, respeitando suas pausas e a estimulando, embora houvesse sequelas do acidente vascular cerebral. Com as terapias tinham superado muitas expectativas que estavam anotadas numa lista mantida na parede do quarto.
— Sim, e nosso filho está eufórico para entregar seu presente. Ele nem deixou que eu o ajudasse na escolha e embrulho.
Susan riu, aceitando a mão de Bryan. Juntos caminharam devagar até a sala, sendo surpreendidos pela criança eufórica que trazia um presente embrulhado numa loucura de recortes de papéis.
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Limite
General FictionO cassino baseado na sorte ou azar marca o encontro de Verônica e Ulisses, tendo o passado como ponto de partida ambos se concentram em uma aposta imposta pelo desejo, adrenalina e medo. Ulisses é um homem centrado, que se vê cada dia mais envolvid...