CAPÍTULO QUATRO: WHO YOU ARE?

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Publicado: Novembro de 2014.

Sophie desembaraçava os cabelos, embora o olhar se desviasse para a figura potente na cama. Tinha certeza que Ulisses analisava seus gestos, especialmente com os furtivos sorrisos.

Respirou fundo, seria tão fácil se apaixonar por ele caso fosse mais jovem e inexperiente. Contudo, seus trinta e um anos mostravam que finais felizes e amor eterno eram personagens ficcionais.

— Que horas será o voo? — Ele perguntou com a voz rouca, cruzando os braços sobre a cabeça.

Por fim, a mulher de olhos verdes abandonou a escova de cabelo e girou na cadeira – um dos poucos móveis que comprara para Ulisses – fitando nos olhos. Sentia uma leve tristeza por estar terminando a parceria com o empresário.

Parceria? Em que momento as horas com o italiano tornaram-se banais?

— À noite — ela respondeu breve, agora o observando — Por quê?

— Podemos aproveitar as horas extras — Ulisses argumentou.

Sophie arqueou as sobrancelhas, entreabrindo os lábios retocados com o batom vermelho, estava impressionada com a súbita mudança de Ulisses. Desde quando ele se preocupava com sua partida?

— Irá faltar a empresa? — Ela resolveu questioná-lo. Adoraria estender, ou melhor, recomeçar a explorar os músculos fortes e rijos do italiano, mas sabia que nada poderia sobressair ao Grupo Slughorn.

Ele riu, mexendo-se sob o fino lençol. Notou quando a loira abaixou a mão até as sandálias, o olhar fixo em sua anatomia.

— São três horas da manhã, Sophie — ele respondeu em deboche — Agora volte para cama!

A loira meneou a cabeça, em passos lentos aproximou. Deixou ser puxada com certa violência, sentando-se sobre Ulisses, sem importar com a saia que se embolava na cintura.

— Por que está agindo assim? — A voz dela era decidida, fitava-o sem demonstrar qualquer compaixão, os botões da camiseta sendo abertos com rapidez.

— É uma comemoração, Sophie, deveria sorrir — ele murmurou, beijando-lhe o pescoço. As mãos da loira apertavam-lhe os ombros, a atmosfera do quarto tornando-se novamente satisfatória para ele. Logo os corpos estavam entrelaçados, ofegantes e sedentos.

Antes das sete horas da manhã a mulher estava recomposta assim como Ulisses. Ela conferiu os objetos na bolsa, para depois olhar de relance o cômodo.

Frio e impessoal! Sorriu com ironia, observando o empresário arrumar a gravata e conferir o horário.

— Quer tomar café ou podemos ir? — Ulisses perguntou com polidez.

— Não tem que me acompanhar até o hotel. Tenho vários compromissos e não creio que haja espaço em sua preciosa agenda para se ativer a mim — ela respondeu ferina, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.

— Sempre gostei da sua sinceridade, Sophie — ele articulou, beijando-a rapidamente.

— Irá me visitar em Washington?

— Talvez seu futuro marido não se sinta confortável com a minha presença — Ulisses argumentou ao fitar o anel.

Sophie ergueu a mão, sorrindo em deleite com o diamante. Uma joia cara que ela sempre merecera.

— Isso nunca foi motivo para retê-lo, Ulisses — disse seguindo para a porta, interrompeu o trajeto, curiosa — Por que nunca comentou?

Ulisses colocou as mãos dentro dos bolsos da calça, franzindo o cenho diante da insistência de Sophie. O que ela esperava? Uma declaração, que implorasse uma desistência; um homem que provavelmente conseguiria manter um casamento de fachada quando já não suportassem dividir o leito conjugal. A loira finalmente encontrara uma maneira de conseguir estabilidade e família.

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