Capítulo 15

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Ah

Esse tom de voz eu reconheço

Mistura de medo e desejo.

Medo Bobo - Maiara e Maraisa

O sol bateu em meus olhos por entre os vãos das cortinas, preenchendo o quarto e despertando meu corpo. Passo a mão ao meu lado, a cama está vazia. Gargalho alto, abro os olhos e sento na cama. Talvez essa tenha sido minha reação em resposta a minha não surpresa ao olhar ao redor e me deparar com os lençóis branco bagunçados, carregados de lembranças.

Arrumo meu cabelo em um coque frouxo e deito com a cabeça escorada no encosto da cama. Porque eu não estou surpresa? Ele já tinha conseguido o objetivo dele: comer a psicóloga/vizinha. É lógico que ele tinha ido embora, ou mudado de quarto ou de hotel. Não importa. Ele não foi homem o suficiente para olhar na minha cara hoje, imagine o que acontecerá em ter que vê-lo na empresa. Com certeza serei demitida. Aff!

Levanto da cama e encontro um bilhete segurado no meu celular sobre a escrivaninha. Nele dizia:

- Tive uma emergência na empresa. Espero vê-la na festa de inauguração, meu motorista irá passar o dia com você, mas estará no prédio para te pegar às 19:30 em ponto. Esteja pronta! Tem o dia livre, aproveite a viagem para conhecer a cidade, o cartão de crédito com a senha está na gaveta da escrivaninha. Tem café da manhã te esperando na varanda.
L.p

_ Vai pro inferno! - cuspo as palavras e amasso aquele papel em minha palma, jogando a bolinha pelo quarto.

Tenho o dia livre para conhecer a cidade. Literalmente ele me trouxe para ter férias em um lugar que não conheço, então vou dar o máximo para  aproveitar novos ares. Hoje tem a festa e eu não trouxe nada apropriado para esta ocasião, então preciso fazer umas compras. Sigo para um banho demorado na banheira com um sal de rosas vermelhas que tinha no armário do banheiro. Preciso tirar todos os resquícios de que meu corpo foi tocado por aquela criatura asquerosa.

Abro a mala e coloco alguns par de roupas sobre a cama, levo minutos para resolver qual vestir. Isso é quase um hábito meu. Coloco uma calça social preta com alguns recortes na barra, uma lingerie branca, uma blusa branca com botões no início que deixo aberto propositalmente, um sapato bico fino mesclado de branco e preto nos pés. Sento na frente do espelho e passo uma maquiagem básica fraca apenas para rosar o rosto e não sair parecendo um cadáver, prendo um rabo de cavalo folgado no cabelo.

Chego ao saguão do prédio e caminho para fora. Um branquinho muito bonito vestido em um terno preto com óculos de sol escuros pendurado em sua camisa branca, ele se aproxima com um lindo sorriso no rosto. Analiso sua postura firme enquanto caminha e educadamente começa a falar.

_ Senhorita Zadath? - diz firme, não consigo evitar sorrir com seu sotaque engraçado. Apenas confirmo com a cabeça. - Sou Adam. O senhor Phoukon pediu para eu te acompanhar para o lugar que a senhora desejar.

_ Sem formalidades, por favor. Me chame de Mayu, senhora é um termo muito velho para minha idade. - sorrio e entro no carro que ele já havia aberto a porta. - Espero que conheça a cidade ou seremos dois perdidos.

_ Nasci aqui, Lucker me conheceu quando veio passar uma temporada por aqui por causa da madrasta. - ele arregala os olhos. - Falei demais. Bom, oque eu quis dizer é que conheço a cidade.

𝙹𝚘𝚐𝚘 𝚍𝚘 𝙿𝚎𝚌𝚊𝚍𝚘Onde histórias criam vida. Descubra agora