Capítulo 27

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Tenho andado distraído,

Impaciente

e

Indeciso.

Maria Gadu - Quase sem querer.

Lucker Phoukon

Os planos estão indo por água abaixo, todas as coisas que jurei não fazer ou sentir já não fazem mais sentido, meu corpo não aceita mais os meus comandos. Agora tenho que lidar com as saudades que sinto dela quando estou longe, como se eu estivesse viciado em seu jeito, seus costumes e seu corpo maravilhoso. Ela me embriaga de uma forma espontânea e eu não preciso me preocupar com as suas intenções, pois consigo ver em seus olhos o quanto gosta disso também.

A casa dela se tornou um grande conforto para mim, já que grande parte do nosso tempo tem sido vivido dentro daquelas paredes, aproveitando-se do que o outro tem a oferecer. Ainda assim, retorno para o meu apartamento e realmente, está uma zona. Ficar fora de casa tem suas desvantagens, não tive tempo o suficiente para contratar uma pessoa de confiança para vir fazer uma faxina ou algo do tipo. Droga. Mal consigo achar minhas próprias roupas nesse mar de bagunça.

(.....)

Mesmo contra a minha vontade, tenho compromissos administrativos marcados na empresa. Não tenho honrado muito o meu papel principal de supervisionar as coisas mais relevantes lá dentro, minha mente tem se distraído com uma coisa tão interessante quanto. Mas é hora de voltar aos eixos. Chego em minha sala e automaticamente, na porta já sou recebido com diversos papéis de contratos ou qualquer outra coisa que esteja pendente. Entro na minha sala e largo tudo sobre a mesa, analisando as coisas com um longo suspiro até a porta se abrir. É Henry.

_ Tem estado ocupado ultimamente – comenta - Examinando muito as curvas da morena, meu irmão? - diz ele com seu tom brincalhão mas cafajeste.

_ Há muito mais que curvas para examinar, meu irmão – respondo, passando a mão no cabelo, hábito que eu faço sempre que estou agoniado. E acredito, bate uma agonia imensa a ver o quanto estou submerso nessa complicação toda.

_ Está apaixonado, Senhor Sonho? – resmunga soando divertimento. Meu irmão adora me torturar, é um dos seus maiores prazeres. Quanto mais se pode pressionar minha mente com as possibilidades negativas, mais ele o faz.

_Nunca – esbraveço - Você me conhece, Henry.

_ Conheço tão bem que posso dizer que essa não é apenas uma foda fixa qualquer. Você foi laçado - ele ri e se joga na cadeira a minha frente. - Só tem medo de admitir isso em voz alta, porque o seu ego é grande demais para ser ferido por alguém de 1,60 de altura.

_ A única coisa que sei é que estou perdido – suspiro em derrota, me jogando em minha cadeira - Me viciei naquele corpo que agora não passo mais de 12 horas sem ele.

_ E por acaso, falou isso a ele? – indaga.

_ Mayu não é do tipo que se apega fácil, Henry. Muito menos do tipo que abdica da sua liberdade e privacidade para viver um romance – consto -  Ela é única. Tem um espírito forte e acima de tudo, livre. Ela não gosta de nada que a prive de fazer as coisas.

_ Acho que inconscientemente escolheu a pessoa perfeita para você – ele ri -  Ninguém melhor que alguém que não aceita controle para uma pessoa que excede controle.

_ Ah, cala boca. Eu não sou controlador. Gosto das coisas corretas.

_ Para você, as coisas corretas são do seu jeito, seu imbecil. Não percebe que ela é a única que não tem medo de você? Você é literalmente um mafioso e ela nem liga para isso. - ele ri. - Ela é a única que você não pode controlar. Agora vire homem e vá falar com ela de uma vez, porque não aguento mais ver essa sua cara feia ainda mais estragada.

𝙹𝚘𝚐𝚘 𝚍𝚘 𝙿𝚎𝚌𝚊𝚍𝚘Onde histórias criam vida. Descubra agora