Capítulo 16

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This was all you, none of it me.

You put your hands on, on my body

And told me

You told me you were ready.

Adele - Send My Love.

Com a atenção indesejada voltada para mim, minhas pernas tremem sob o salto e posso o sentir balançar. Meu corpo nega a se manter em pé, meu primeiro pensamento é dar meia volta e sair pelo mesmo lugar que entrei. Por um momento, é como se eu estivesse suja ou algo parecido. Um sentimento de desconforto, acompanhado de uma vergonha que não é algo padrão de se ter frequentemente.

Mesmo no efeito negativo de querer sair, respiro fundo disfarçadamente e pouso minhas mãos trêmulas no metal frio envernizado de vermelho vinho, o corrimão da escada me auxilia a manter postura ereta de queixos erguidos para não deixar transparecer meu nervosismo e desgosto por estar ali. De degrau a degrau, pacientemente chego ao fim da escada, que parecia não ter fim. Em um fragor elegante, meus saltos chocam-se contra o piso branco repleto pequenos riscos vinho em detalhe para acalentar ainda mais a sofisticação do ambiente.

O lugar é digno de um palácio de reis, plenamente bem decorado com os melhores dos materiais. Assim como, a produção da festa arrasou em cada detalhe. São finos e ao mesmo tempo singelos, chamam atenção de uma forma moderada, com o ar de admiração pelos mínimos detalhes. É o tipo de recinto que se admira cheio de suspiros.

Aperto minha bolsa em minhas mãos, com uma força que meus dedos chegam a ficar branco. Vou cruzando o caminho, desviando de algumas pessoas que conversavam em roda animadas, tagarelando acima da música ambiente que soa no fundo. Com sufoco, chego ao bar que não poderia ser menos requintado: branco e vinho, um abajur pendurado no pequeno estabelecimento iluminava todo o arredor, deixando uma sombra mais escura nas prateleiras repletas dos mais variados tipos de bebidas caríssimas, importadas e envelhecidas.

Sento-me em uma das banquetas, ajeitando meu vestido de um jeito confortável e disfarçado, que não marque tanto meu corpo e muito menos me curve como uma uva-passa. O garçom vem me atender com um sorriso lindo, seus dentes brancos são magníficos, seus olhos mel são chamativos, seu cabelo caramelado um pouco grande que está preso em um coque frouxo. O cabelo é de dar inveja.

_ Boa noite, Senhorita. Bem-vinda! - tua voz é docemente suave e ele parece perceber o meu encanto, então ele continua. - O que devo servir a esta bela dama?

Sem dúvida é um galanteador de sucesso, tem a pinta de quem sabe o quanto é digno de um deslumbre. Mas também, como não? O ser é lindo e por mais incrível, ele parece não ligar para os olhares das outras mulheres que estão sentadas no bar lhe dão. Na verdade, ele parece não se importar com nada. Seu jeito é despojado, leve, um ar meio hippie e sem compromisso.

_ Eu quero.. - começo a falar, sendo bruscamente interrompida por uma voz grossa e rouca que vem de trás de mim, como se alguém estivesse colado as minhas costas e eu não me dei conta.

_ Um martine leve, Matt. - pronuncia alto e claro.

Torno meu sentar lateral de como que consigo encarar o olhar da criatura atrevida. Quase caio para trás em desgoverno ao nota-lo parado com sua postura firme, vestindo um smoking preto perfeito em seu corpo, sua camisa branca exala limpeza, sua gravata é preta e seu sapato de couro da mesma cor deixa tudo ainda mais lindo.

𝙹𝚘𝚐𝚘 𝚍𝚘 𝙿𝚎𝚌𝚊𝚍𝚘Onde histórias criam vida. Descubra agora