Capítulo 22

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Eu posso te fazer sofrer.

Eu posso te fazer chorar.

Mas eu tô tentando,

tentando melhorar.

Príncipe - Lucas Lucco.

Lucker Phoukon!

Mesmo contra a minha vontade, assumo o compromisso de comparecer a festa de lançamento das empresas Calkvian’s devido aos negócios com a mesma. Tudo parece estar borrado na minha vida ultimamente, estou naquele famoso estágio “vivendo por viver”. O tempo todo meu subconsciente torce para que essa noite acabe o mais rápido possível, não pretendo ficar fingindo o humor radiante quando não é do meu feitio exalar essa felicidade. Como um súbito tiro, meu coração dispara encontrar aqueles olhos doces perdidos no meio daquele salão cheio de pessoas medíocres, falsas e interesseira. O que ela tão incrivelmente meiga está fazendo aqui? Envolvida nesse tipo de coisa.

Por instantes consigo receber sua atenção com o seu olhar colada, mesmo a distância, no meu. Ela encara, analisando todo o cenário e depois se vira com uma expressão amarga cruzando aquele rosto delicado. Infelizmente, a realidade me puxa a tona e me recordo da companhia que trago comigo neste momento, Yue. Minha falsa noiva resolveu colar em mim justo hoje, não poderia estar presente num lugar mais inoportuno, justo onde a morena está.

Não que eu pretendia ter mentido, esconder não era a minha primeira opção. Aliás, com um namoro tão público quanto o meu com Yue, imaginei que ela soubesse. Porém, ao não ouvir nenhuma referência a isso, acabei me dando conta de que ela realmente não fazia ideia do que acontecia por trás da página falsa da minha vida. No fundo, acho que não contei pela farsa armada, tentar manter a honra de uma família que se perdeu a tempo.

{..}

O clima que se arma com a minha proximidade na mesa é nítido, todos parecem notar que existe algo pintando, podem interpretar que foi um descuido trabalhista, quem me dera. Vai muito além. A expressão que ela olha, um misto de raiva com mágoa, faz eu me sentir um completo idiota mentiroso. E não questiona seus motivos de estar pensando tal coisa. Só não posso deixar que desista de resolver nossos problemas com o fundamento de que não fui totalmente sincera, ela irá me ouvir. Saber um pouco da verdade.

_ Eu já volto. - sussuro no ouvido de Yue que segura meu braço antes que eu possa sair.

_ Você não vai atrás daquela baranguinha. - diz usando sua voz de mimada de forma ameaçadora. - Estamos noivo lembra, amor? Não pode me deixar sozinha, claramente indo atrás de um rabo de saia. – resmungo, forçando um sorriso quando olha ao redor para checar se ninguém está focado em nossa conversa.

_ Esse noivado é tão falso quanto a cor desse seu cabelo loiro. - tiro sua mão de meu braço. - Se não quiser ficar sozinha, vá embora. - saio e a deixo com uma feição indignada.

Depois de ver todo esse episódio de farpas baratas entre Yue e Mayu, não tenho mais tempo ou paciência para ficar perdendo tempo nessa festa com essas pessoas. Meu coração aperta de aflição enquanto caminho na multidão, procurando Mayu por toda parte, entre os casais na pista de dança, entre os que flertam no canto mais escuro do salão. Nada.

Sei que tudo o que aconteceu entre nós não passou de um episódio de tesão, da minha parte e também da dela. Mas não consigo evitar querer mais daquele corpo, mesmo que tudo o que temos seja apenas atração. É como uma dose viciante de adrenalina, que meu corpo precisa sentir. E ficar olhando para ela, ou pior, não ter ela por perto como é o que está acontecendo, não é uma sensação boa. Não quero isso. Enfim a encontro, sentada no bar com um loiro ao seu lado, conversando intimamente entre risadas. Meu sangue ferve ao ver a conversa tão entrosados, exalando conexão. Ou melhor, atração. Seu rosto se volta para a direção onde a fito, enquanto vou me aproximando acompanho seu sorriso desaparecendo. O loiro que faz sua companhia me olha com interrogação, encarando com cara de maus amigos.

𝙹𝚘𝚐𝚘 𝚍𝚘 𝙿𝚎𝚌𝚊𝚍𝚘Onde histórias criam vida. Descubra agora