Emily on:
Saio correndo para fora da casa e olho por todos os cantos da área externa... Jardim, quintal, entrada pra praia. Pelo jeito, Pedro foi mesmo. Fui até a entrada da casa mas não vejo ninguém. Meu sorriso desaparece no mesmo momento. Parece que nunca vai dar certo nós dois. Infelizmente.
Fecho os olhos e respiro fundo.
-Sabia que se ficar muito tempo parada, podem te confundir com uma estátua, pensadora? -ouvi uma voz e um sorriso repentino surge nos meus lábios.
Abro os meus olhos e vejo a grande árvore da entrada, só que lá estava Pedro, sentado por alí com um violão do lado.
-Que lugar improvável, pensador -falei rindo e o mesmo dá de ombros sorrindo.
-Ouvi dizer por aí que os lugares improváveis são os melhores -falou chegando mais perto e me estendendo a mão para eu poder subir.
É quase inevitável não sentir um arrepio quando sua mão encosta na minha. Tanto tempo que nem tocava ou olhava para Pedro, que parecia tudo novo.
Sento-me do lado dele e encaro o mar que estava alí, esse mar foi um grande amigo esses dias (risos). Olho para Pedro e o mesmo me encarava e coro envergonhada.-Estou com alguma coisa na cara? -perguntei rindo.
-Não, mas nunca mais tinha visto o seu rosto. -falou sorrindo e ri.
Esse é mais um dos meus problemas, eu rio nos momentos mais inoportunos. Tipo agora, o menino te dá um elogio e eu faço o que? Rio. Vai entender.
-As coisas mudaram muito -falei pensativa e Pedro se ajeita no seu lugar.
-Na verdade, eu mudei muito. Alguns anos atrás, eu era horrível como pessoa. Você já olhou para o grupo de Lucas? Agora imagine que eu estava alí. Eu não conhecia eu mesmo. Até que eu bati em Jarbas... Foi naquele momento que eu vi que eu não queria fazer aquilo. -falou Pedro olhando para o mar. E não o culpo, deve ser difícil pra ele falar isso.
-Mas então, por que fez? -perguntei curiosa.
-Por que eu tinha medo, Emily. Eu parecia aqueles primos pequenos que admiram os maiores e querem ser iguais a eles, sabe? Eu era meio que um clone de Lucas em personalidade. No dia em que ele pediu-me para bater em Jarbas, e-eu não queria fazer aquilo. Eu fazia tudo o que Lucas mandasse, sem nem pensar duas vezes, mas naquela vez... Eu pensei. Ele ameaçou contar para os meus pais o que eu já tinha feito, e eu não queria aquilo. -falou Pedro e via que o mesmo estava magoado -Cada soco que eu dava em Jarbas, eu me sentia horrível. Aquilo não era eu, nunca foi. Depois que para mim veio as consequências... Eu parei com tudo aquilo. Eu me fechei, não falava com Jarbas e fui obrigado a entrar no West Plaza. Onde foi lá que revirei tudo em mim e virei o que sou hoje.
Agora fazia sentido, por que Pedro não queria que eu ficasse com Lucas, que eu não falasse com Jarbas para eu não imaginar o pior dele, agora tudo fazia sentido.
-Era melhor você saber por mim do que por outra pessoa. Como ocorreu com a minha mãe -falou Pedro ainda encarando o mar e fico surpresa, pois ele nunca falou da mãe dele. -Ela ouviu a história da maneira errada, e deve ter pensado que o filho dela não valia nada e então deixou eu e meu pai, e foi pro mundo.
Uow. Agora estou chocada, não estava acreditando. Meus olhos já estavam com algumas lágrimas... Não acredito que Pedro passou por isso. Scott também passa por isso, mas o pai dele não o deixou.
-Ei! -falei chamando a sua atenção e só agora vejo os seus olhos verdes cheios de água -Você tem a mim, Scott, Valon, Jarbas e até seu pai. Tenho certeza que não foi esse o motivo de sua mãe ter partido. Acho que está na hora de ter aquela conversinha com o seu pai -falei tentando o animar e o mesmo dá um sorriso pequeno.
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Emily
Genç KurguATENÇÃO: SE VOCÊ ESTIVER LENDO ESTA HISTÓRIA EM QUALQUER OUTRA PLATAFORMA QUE NÃO SEJA O WATTPAD, ESTÁ SOB RISCO DE SOFRER UM ATAQUE VIRTUAL (MALWARE E VÍRUS). SE VOCÊ DESEJA LER ESTA OBRA EM SUA VERSÃO ORIGINAL, BASTA ACESSAR ESTE LINK: É GRATUITO...