Capítulo 3

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Eu não estava contente, em momento nenhum da viagem consegui abrir um sorriso, eu queria chorar mas não tinha lágrimas, eu sentia que minha vida havia acabado que quando eu saísse do avião eu não seria a mesma e não é drama, eu só acho injusto o que está acontecendo.

Não era o que me vinha na cabeça antigamente, quer dizer, Taila e eu achávamos que nosso futuro seria realmente em Chicago, eu nunca imaginei que iria embora para o Brasil, e essa ida para uma cidade desconhecida só me fez acreditar que ir estudar no Canadá era o meu único sonho, eu queria conhecer o lugar que tanto me encheu os olhos e me fez amar, tudo isso graças a um garoto canadense que amo.

Eu poderia ficar inteiramente bem por aqui, mas não é o que eu quero, eu não aceito, e tão pouco é mimo, eu só quero fazer as coisas do meu jeito, eu ganhei uma bolsa da faculdade e não vejo necessidade em ir para uma universidade particular, simplesmente não vejo graça em continuar dependendo de meu, como é que eu vou entender viver por si se meu pai insiste em que eu fique sob suas asas, ridiculamente ridículo.

Assim que desembarquei suspirei aliviada, era só eu e minha pequena malinha, aproveitei que conhecia o local e fui procurar algo para comer, eu não tive estômago para qualquer coisa que fosse daquele avião e também passei horas acordada pensando e matutando como iria ignorar Jonathan Miller por anos, seria extremamente difícil.

— Posso ajudar? — Perguntou uma moça com um sorriso gentil atrás do balcão, pelo menos tem gente feliz no mundo.

— Sim. Eu vou querer um pedaço dessa torta e uma soda. — Ela concorda com a cabeça e separa a torta que me dar água na boca, logo depois pega uma soda e me dá um canudo, eu pago em dólar e me sento em uma das mesas que ali haviam, eu sempre guardava os dólares em casa, já que no Brasil é real então eu não usava, e até que serviu de bom grado.

Peguei o celular dentro da bolsa e o liguei pois tive que desligar no avião, quando a tela brilhou finalmente, havia seis ligações perdidas, três de meu pai, uma de minha mãe e duas de Dielly.

A primeira pessoa que me veio a mente eu liguei, mas deu caixa postal, provavelmente Taila estar muito ocupada com o namorado médico dela, por isso não me atende, provavelmente de propósito.

Meu celular vibra em minha mão me pegando de surpresa, era meu pai e eu não estava muito afim de retornar à ligação, não queria falar com ele por agora, só queria um pouco de tempo para ficar só.

Despedi-me da moça que me olhava ainda sorrindo e fui caminhando pelo aeroporto olhando para os lados procurando mudanças mas estava tudo igual já que a última vez que estive aqui estáva indo embora para o Brasil depois das férias de Natal, tudo tinha sido incrível.

Entrei em um táxi que estava parado em frente o aeroporto e dei as coordenadas da casa de meu pai, eu estava ansiosa e ao mesmo tempo não estava, eu queria adiantar o motorista mas o mesmo parecia não ter pressa, tudo isso me deixou mas ansiosa ainda, não era por estar feliz, mas sim por ter curiosidade em saber se tudo estava como eu deixei a anos atrás, se por acaso o meu quarto tinha sido redecorado e se o jardim estava com as flores que minha mãe tanto almejava cuidar, eu sinto falta de tais momentos.

Meu coração chegou a acelerar, meu estômago dava voltas e eu sentia uma vontade de mandar ele dar a volta e voltar para o aeroporto, minha vontade de dizer que o local está errado é enorme só para não parar, meu pai estava parado em frente à casa com o telefone no ouvido e parecia discutir com alguém, quando viu o táxi parar tirou o telefone do ouvido e veio abrir a porta esperando que fosse a mim.

— Você ficou louca Cassidy, deixou eu e sua mãe preocupados, por que não ligou avisando que já estava aqui você ficou louca? — Ele estava gritando tanto que eu senti vontade de dar um abraço por conta da saudade porém me contive quando lembrei que estava magoada com ele.

B. F. F ⭐ Amigas ⭐3Onde histórias criam vida. Descubra agora