Capítulo 23

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Fazia tempos que eu não lembrava como era suar de verdade, depois de ganhar tantas calorias, decidir dar um fim ao que as pessoas chamam de gorduras, e a minha meta é voltar a ter um corpo saudável e bonito, não que eu não tenha por que olha para mim eu sou maravilhosa.

Mas em compensação, eu posso usar a caminhada a meu favor e pensar mais no que minha miserável vida tem se tornado, nada melhor que isso, já que o que eu mais gosto de fazer é ser idiota, vou me acabar com isso.

Seria bom se eu começasse destacando o que eu fiz após meus pais me expulsarem de casa, talvez a única coisa boa que aconteceu foi vir morar no Canadá, mesmo que eu tenha mentido, nada do que eu faço ou deixe de fazer não venha com uma mentira subliminar, mas tudo bem, confesso, eu sempre minto.

Entretanto é uma mentira do bem, e talvez seja humano também, não faço por mania, só para usar algo a meu favor como por exemplo, se Cassidy pergunta quem comeu o bolo dela, óbvio eu vou culpar a Taila, para ficar impune, só que não dá certo, no final ela descobre, cedo ou tarde.

Assim como minha mãe descobriu quando eu dei meu primeiro beijo, eu menti, disse que foi com um colega do colégio, e não com meu primo, mas isso muitas crianças fazem, principalmente quando sua mãe é um pouco rígida, ela morreria do coração se soubesse que eu beijei um primo a um garoto qualquer, mas foi algo bom, e o beijo também foi até ruim, não valeu apena.

Hoje eu não me preocupo mais com nada, achei que a primeira coisa que eu ia querer ao chegar em outro pais era curtir, mas foi tudo o inverso e só piorou, mas estou tão feliz que chega a ser assustador, porém existe um fato mágico, e não esqueço pelo que fizeram por mim, nunca.

"Chega!" Respiro cansada depois de expulsar a palavra da minha boca, nem pra isso estava com forças, apenas peguei meu resto de ânimo e me sentei no banco mais próximo, que tem uma ótima visão das crianças brincando num pula-pula, o que me faz lembrar minha época de criança onde eu me divertir muito, e o mais engraçado era que eu só tinha amigos homens, mesmo mudando de São Paulo para New York com meus pais, eu conseguir me adaptar muito bem com os piralhos, mesmo que os costumes fossem outro, eu aproveitei bastante, pois sabia que seria apenas dez anos e que voltariamos, esse sim era uma das noticias que mais me alegravam, voltar para o Brasil, hoje em dia não sinto falta, me acostumei ao jeito Canadense do povo, eles são simples, humildes, respeitosos e felizes, o tempo inteiro, pelo menos é o que vejo, e os outros inquilinos do prédio em que moro então, todos educados e receptivos, calorosos e divertidos, nunca imaginei nada igual, e se me dissessem, que eu passaria a amar outro país eu morreria rindo como Cassidy, que dá risada de coisas sem graça.

"Olha quem está aqui..." É o que ouço, e suspiro ao sentir tal presença negativa. "A garota que rejeitou o deus grego da empresa!"

"Montreal nem é tão pequeno assim." Eu digo sem humor e irritada com o que ela diz.

"Você é tão burra as vezes, como pode negar algo para o primo do Eduardo garota?"

"Assim como você nega para si mesmo o papel de ridícula que passa na empresa!" Ela fez cara de ofendida e uma careta.

"Escutei bem?" Ela apertou os olhos e se aproximou vagarosamente. "Quer perder seu emprego?"

"E você seus dentes?" Sim uma parte grosseira ainda mora dentro de mim, não é qualquer uma que vai se meter logo comigo.

"Você adora brincar com fogo não é Drielly?"

"Dielly sua demente."

"Do que me chamou?"

"Doente, ridícula e chantagista, que dá em cima do chefe por causa de um bebê que perdeu a dois anos, acha que eu não sei? Já falei, sua reputação é um lixo..." Ela levantou a mão para me bater, mas não alcançou meu rosto, simplesmente segurei seu braço e a afastei de mim, seu rosto se enfureceu, e eu sorrir, como quem vence um jogo no primeiro round.

"Se toca querida, você não é tão gostosa assim, daqui a dois meses ele te troca por mim!" Eu não queria o meu chefe, nem coberto de chocolate, mas trazer fúria e pânico nos olhos dessa doida é muito divertido, e eu já disse, eu minto muito bem.

Voltei a caminhada, porém em direção a minha casa, hoje o dia tinha sido louco, e parece que teremos visitas, acho que são pessoas que Cassidy gosta muito, pois é a segunda visita do ano depois de Diego...

"Droga." Tirei meu celular do bolso e digitei o nome nos contatos, eu tinha que ligar para ele mas havia esquecido desde cedo. "Eu esqueci, desculpa." Digo assim que ele atende.

"Eu percebi, mas relaxa, as meninas estão bem?"

"Sim, e Bruna, como ela está?"

"Dielly, eu não sei... acabei de falar com Blair e ela não recebeu nenhuma ligação daquela louca, parece que sumiu."

"Estou preocupada sabe, depois do que você me contou, fiquei com medo por Cassidy."

"Não vou deixar nada acontecer por vocês, minha irmã vai se mudar com Tyler, para outro país por enquanto."

"Como seu pai foi deixar isso acontecer Diego, que perigo!"

"É eu sei, mas eu deveria me preocupar, não teve enterro, e eu estava focado em Cassidy depois do trauma."

"Será que Cassidy volta a ficar..."

"Não quero pensar nisso sabe?" Balancei a cabeça confirmando, mesmo que ele não pudesse ver. "Ela terminou comigo, eu já refiz minha vida..."

"Como você pode amar alguém em tão pouco tempo garoto? Isso não é normal!"

"Quando Cassidy terminou comigo definitivamente, eu comecei a ver Blair com outros olhos..."

"Me desculpa, mas esses seus olhos estão errados, e com o tempo você verá, que Blair não é a garota que você ama, e que você e Cassidy tem que ficar juntos."

"Dielly..."

"Não, a verdade tem que ser dita, e outra, você mesmo me disse que Blair era infiel nos outros relacionamentos, cuidado com os chifres..."

"Dielly, eu confio nela, eu a amo."

"Não é amor, é deficiência visual, ou você enxerga a verdade, ou eu vou ai esfregar ela na sua cara!" Ele ficou calado, mas não negou, porém eu ouvir seu murmúrio logo após.

"Cuidado Dielly, eu tenho medo do que ela possa fazer, com vocês duas!"

"Confia em mim irmão, nada vai acontecer comigo aqui."

"Você não tem preparação física para lutar com alguém como ela Dielly!" Persistiu.

"Mas eu tenho meu ego, e ele mata!" Ele deu risada, a primeira depois de tantas conversas.

"Se cuida loira."

"Você também!"

B. F. F ⭐ Amigas ⭐3Onde histórias criam vida. Descubra agora