Deitamos juntos no chão da sala após fazermos um baldinho de pipoca e ao nosso lado uma jarra de suco de goiaba, o filme era simplesmente incrível, o lar das crianças peculiares, e até agora Biel não constatou que era um filme ruim, como antes disse ao ver que eu pretendia assistir Harry Potter.
Ficamos um bom tempo ali, até que o mesmo dormiu e eu o levei para o quarto, onde Diego também dormia. Realmente estava tarde e essa era a última noite dos dois nesse quarto.
Observo o anel em meu dedo e sinto uma dor forte no peito, realmente já sabia o que estava acontecendo, eu só não queria acreditar que faria mesmo aquilo.
Tiro-o com todo o cuidado o anel, e beijo-o como sinal de zelo, e vou até Diego que parecia exatamente tranquilo na cama, beijo seu rosto tendo a noção do que estava prestes a fazer e coloco ali o anel na cabeceira da cama próximo ao abajur, pego umas roupas no armário e troco de roupa, eu não pretendia fugir, apenas não estar presente na hora da sua ida, e com isso conseguir sair sem chamar a atenção de alguém ou das meninas, o dinheiro que eu tinha na minha mão era o suficiente para ir e voltar, tirando o fato deu não ter noção de onde deveria ir.
Apesar de estar tarde e a rua deserta, consigo encontrar um grupo de taxistas perto de um bar que tinha um ar despojado, não havia mais ninguém a não ser uns funcionários, mulheres, homens e alguns adolescentes quase que bêbados rindo como se tudo fosse um conto de fadas.
— Com licença, vocês ainda estão a serviço? — Digo já perto dos moços que bebiam próximo aos carros.
— Depende de onde a senhorita queira ir. — Falou um dos moços, ele parecia o mais simpático de grupo.
— É que, eu quero ir para a universidade de Montreal. — Ele concordou se candidatando a me levar, após avisar aos amigos que de lá iria para casa.
Passei o trajeto todo olhando as casas, prédios, lojas, sentindo uma imensa vontade de voltar para o apartamento e colocar a aliança no dedo, mas não, eu não posso fazer isso, primeiro eu preciso construir minha vida que está quase um caus.
Se não fosse por conta de um medo e trauma, talvez eu tivesse assumido aquilo na hora, e aceitado sem pensar duas vezes, e mesmo que as pessoas não entendam, eu queria fazer tudo por mim mesma entende, sem pressão da família, sem amigos no meu pé , sem ter que dar explicações ao meu suposto noivo.
— São 10 dólares senhorita. — Ele me olhou pelo espelho do carro e sorriu gentil após eu pagar, sair do carro confiante mas sem saber o que eu estava prestes a fazer.
Conseguir entrar na Universidade sem esforço, estavam algumas luzes acesas e alguns seguranças na entrada, como no internado, mas lá os seguranças me conheciam, aqui não, a maioria me olhava e um dos se aproximava com uma lanterna acessa.
— No que posso ajudar? — Ele disse um pouco desconfiado, talvez muito desconfiado, não deveria ser normal ter uma desconhecida naquela hora da noite.
— Ham... Eu... só estou... procurando a fraternidade.
— Qual das?
— É... deixa eu ver, a de... garotas... eu acho. — Eu não sabia o que estava fazendo, não sabia mesmo.
— Você é aluna?
— Sou... novata, na verdade.
— Sei. — A cara dele não era das boas, provavelmente achava que era mentira minha.
— É que disseram que iria ter uma festa... — Minto.
— A única festa que está rolando é a da fraternidade Dexter, fora isso nada de garotas. — É o que ele disse, mas eu tinha ouvido falar dos Dexter, um nome muito ridículo por sinal.
VOCÊ ESTÁ LENDO
B. F. F ⭐ Amigas ⭐3
AvventuraLIVRO 3 - TRILOGIA "Faculdade. Essa palavra não me assusta mais como antes, sinto uma imensa vontade de ir logo para uma universidade e cursar jornalismo, sim é meu sonho, escrever é uma das coisas que mais adoro fazer. Minha vida toda eu esperei an...