Capítulo 18

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Deitamos juntos no chão da sala após fazermos um baldinho de pipoca e ao nosso lado uma jarra de suco de goiaba, o filme era simplesmente incrível, o lar das crianças peculiares, e até agora Biel não constatou que era um filme ruim, como antes disse ao ver que eu pretendia assistir Harry Potter.

Ficamos um bom tempo ali, até que o mesmo dormiu e eu o levei para o quarto, onde Diego também dormia. Realmente estava tarde e essa era a última noite dos dois nesse quarto.

Observo o anel em meu dedo e sinto uma dor forte no peito, realmente já sabia o que estava acontecendo, eu só não queria acreditar que faria mesmo aquilo.

Tiro-o com todo o cuidado o anel, e beijo-o como sinal de zelo, e vou até Diego que parecia exatamente tranquilo na cama, beijo seu rosto tendo a noção do que estava prestes a fazer e coloco ali o anel na cabeceira da cama próximo ao abajur, pego umas roupas no armário e troco de roupa, eu não pretendia fugir, apenas não estar presente na hora da sua ida, e com isso conseguir sair sem chamar a atenção de alguém ou das meninas, o dinheiro que eu tinha na minha mão era o suficiente para ir e voltar, tirando o fato deu não ter noção de onde deveria ir.

Apesar de estar tarde e a rua deserta, consigo encontrar um grupo de taxistas perto de um bar que tinha um ar despojado, não havia mais ninguém a não ser uns funcionários, mulheres, homens e alguns adolescentes quase que bêbados rindo como se tudo fosse um conto de fadas.

— Com licença, vocês ainda estão a serviço? — Digo já perto dos moços que bebiam próximo aos carros.

— Depende de onde a senhorita queira ir. — Falou um dos moços, ele parecia o mais simpático de grupo.

— É que, eu quero ir para a universidade de Montreal. — Ele concordou se candidatando a me levar, após avisar aos amigos que de lá iria para casa.

Passei o trajeto todo olhando as casas, prédios, lojas, sentindo uma imensa vontade de voltar para o apartamento e colocar a aliança no dedo, mas não, eu não posso fazer isso, primeiro eu preciso construir minha vida que está quase um caus.

Se não fosse por conta de um medo e trauma, talvez eu tivesse assumido aquilo na hora, e aceitado sem pensar duas vezes, e mesmo que as pessoas não entendam, eu queria fazer tudo por mim mesma entende, sem pressão da família, sem amigos no meu pé , sem ter que dar explicações ao meu suposto noivo.

— São 10 dólares senhorita. — Ele me olhou pelo espelho do carro e sorriu gentil após eu pagar, sair do carro confiante mas sem saber o que eu estava prestes a fazer.

Conseguir entrar na Universidade sem esforço, estavam algumas luzes acesas e alguns seguranças na entrada, como no internado, mas lá os seguranças me conheciam, aqui não, a maioria me olhava e um dos se aproximava com uma lanterna acessa.

— No que posso ajudar? — Ele disse um pouco desconfiado, talvez muito desconfiado, não deveria ser normal ter uma desconhecida naquela hora da noite.

— Ham... Eu... só estou... procurando a fraternidade.

— Qual das?

— É... deixa eu ver, a de... garotas... eu acho. — Eu não sabia o que estava fazendo, não sabia mesmo.

— Você é aluna?

— Sou... novata, na verdade.

— Sei. — A cara dele não era das boas, provavelmente achava que era mentira minha.

— É que disseram que iria ter uma festa... — Minto.

— A única festa que está rolando é a da fraternidade Dexter, fora isso nada de garotas. — É o que ele disse, mas eu tinha ouvido falar dos Dexter, um nome muito ridículo por sinal.

B. F. F ⭐ Amigas ⭐3Onde histórias criam vida. Descubra agora