Capítulo 15

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CASSIDY MILLER

Fiz imensa questão de olhar em seus olhos para ter toda certeza de que aquilo não era um trote ou sonho, minha mente se transformou em um tornado de incerteza e dúvida, fiquei tão abalada com a tristeza de Gabriel que não sabia se estava mesmo acordada.

Me ajoelhei na sua frente e segurei todas as lágrimas necessárias o abraçando, segurei sua mão com a aliança a amostra e coloquei a mesma no centro de sua mão fechando logo depois e trazendo com isso sua atenção total, ele engoliu em seco e negou para mim com os olhos marejados.

— Diego, eu te amo muito... mas do que adianta ser sua noiva se a gente acaba sempre separado? — Ele abriu a mão com a aliança e beijou ela.

— Nessa aliança eu depositei toda a minha confiança, e essa é minha promessa para você senhorita Miller, te fazer feliz todos os dias das nossas vidas! — Ele limpou o meu rosto enquanto minha visão está toda nele, minha vida está uma confusão total, como eu poderia casar com alguém mais confuso que eu?

— Eu posso pensar por favor? Eu não quero te dar uma resposta da boca pra fora, fazemos assim você fica aqui por mais dois dias e eu te dou a resposta ta? — Ele assentiu totalmente triste, mais ainda sim feliz.

— Então você usa o anel, se no dia da minha idá você tirar eu vou embora pra sempre de sua vida, mas se você ficar com ele eu vou e volto para ficar, definitivamente! — Vacilo em meus pensamentos, eu não sabia se seria uma boa idéia.

— Ta. — Ele me deu um selinho inesperado e demorado, eu me assustei totalmente, ele colocou a aliança no meu dedo e me abraçou, eu com toda a minha educação o afastei e sorri, um sorriso que dizia muito a seu ato inesperado.

— Vou pensar bastante Diego, mas eu não te dou liberdade para me beijar ou se aproximar de mim, entendeu? — Ele balançou a cabeça concordando e me ajudou a levantar, eu saí do quarto nervosa e apreensiva encarando constantemente o anel em meu dedo.

— Ah você ta ai, olha o que eu trouxe! — Cominhei até o sofá da sala e sentei ali sem parar de encarar o objeto em meu dedo, me sentia... na verdade eu não sabia, a única coisa que sei é que eu não compreendo meus sentimentos. — Cassidy? — Olhei para a pessoa em minha frente e me surpreendi com Taila me encarando confusa.

— Você não estava no trabalho? — Pergunto sem reação, na verdade com curiosidade.

— E você também não deveria estar trabalhando?

Passei a mão suada no rosto e suspirei, não faria diferença eu ir, provavelmente Lucky pegou meu lugar, seria uma perda de tempo e eu não quero ouvir sermão, estou sem saco.

— Esqueci. Não se preocupe eu invento algo mais tarde... mas e você? — Ela sentou na mesinha a minha frente e sorriu toda contente.

— Conseguir uma vaga para estagiar como enfermeira cirúrgica. — Ela levantou o envelope. — Não é um boa notícia?

Balanço a cabeça e sorri para ela tentando demonstrar felicidade, e orgulho o que tenho de sobra, Taila é muito talentosa, sabia que conseguiria, e com a faculdade tenho certeza que será uma ótima cirurgiã.

— No começo foi difícil você sabe, mas eu não desistir, eu continuei lá firme... — Ela continuou falando, dizendo como sua companheira era sem sal, que só sabia dar em cima dos clientes e profissionais do local, e o resto eu não sei, porque ela levantou, tagarelou um pouco mais, e toda minha atenção foi levada para o anel em meu dedo.

Minha vida poderia facilmente ser associada com uma cena de novela, se eu não me conhecesse diria que estava ficando louca, e caso eu já não esteja, logo ficaria, então calma Miller, acalma seu coração, você vai precisar.

Peguei minhas forças e me levantei, procurei as minhas chaves e meu celular, mas decidir deixar pro caso deles quererem me procurar por ai.

— Ei, vai aonde? — Olhei para Taila e mordi meus lábios e sorrir.

— Respirar. — É tudo o que eu digo após fechar a porta e não ter a visão de seu rosto confuso e estagnado, mas principalmente chateada.

* * *

[ Ouçam Miley Cyrus - When I Look At You. ]

Sorrisos. Ansiedade. Medos. Raiva. Surpresa. Vergonha. Tristeza. Orgulho. Inveja. Depressão. Neutros. Desprezo. Felicidade. Amor.

O corpo humano é tão cheio de utilidades, tem tantos trabalhos a ser feito, comanda um corpo inteiro e é tão magnífico.

Durante seis minutos conseguir destacar expressões humanas em cada desconhecido que passava em frente ao parque, homem, mulher, idosos, criança, jovens, cada um com uma vida diferente da minha, e por que?

Porque estou aqui? Enquanto poderia estar feliz em meu apartamento com o meu noivo, o homem que jurei amar para sempre até o último dia da minha vida, o carinha que me tirou do chão e me fez cair sem nem eu perceber, o garoto que me conhece tão bem e ao mesmo tempo não sabe nada de mim, quem sou eu?

Eu cansei dessas perguntas, eu não quero mais a resposta, parei, pensei, visualizei e recusei, não quero, não posso, preciso viver, preciso conhecer algo diferente do que vivi, o amor para mim foi dor, lágrimas, solidão e exaustão, eu não fugir atoa, eu não esqueci atoa, eu não perdoei atoa.

Sentir respingos de chuva em meu rosto e me alivio com a sensação de liberdade, não demorou muito e começou a cair forte a chuva sobre minha cabeça, nem mesmo me movi, assistir as pessoas correndo de um lado para o outro tentando fugir, e outras abrindo guarda-chuvas e se aquecendo com um casaco de couro.

Eu permanecia ali, e demorou muito para que eu percebe-se as lágrimas misturando com a chuva, misturado com minha tristeza, com minha insegurança, e com minha incerteza, eu não aguentava mais essa dor me apertando o coração, eu só queria uma resposta, porque eu não consigo ser feliz?

Ei moça, está tudo bem? — Vejo um moço com o guarda chuva na mão, olhando par mim de uma maneira que parecia preocupação, e isso me deixou feliz, foi a primeira vez hoje que alguém me perguntou se estou bem, e a resposta é tão triste.

— Estou. — Finjo um sorriso que parecia real, parecia verdadeiro, mas eu vi que uma lágrima caiu, e se misturou disfarçando em meio as outras.

— Tem certeza? — Ele me olhou estranho, parecia ler a minha mente, mas eu afirmei, e ele concordou, me deixando sozinha de novo, fiquei sozinha, mais não era o que eu queria.

— Droga, o que tá acontecendo comigo... — Respiro fundo soltando o ar gélido pelos meus lábios. — Porque com tanta gente ao meu redor, eu me sinto tão só?

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Segura as calças bebês, o livro está voltando, e sim, vou começar a postar frequentemente.

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B. F. F ⭐ Amigas ⭐3Onde histórias criam vida. Descubra agora