CASSIDY MILLER
Verifiquei as horas no relógio do restaurante e encarei alguns dos meus colegas que trabalhavam de um jeito robótico, era tudo do mesmo jeito, monótono, sem brincadeira ou encrencas, todos agiam com profissionais, e isso eu descobri no meu primeiro dia de emprego achando que faria um amigo e teria bons assuntos com ele ou ela, mas era tudo coisa da minha cabeça, e eu confesso estar sonhando acordada por uns dias.
Graças ao bom Deus tubo vai bem, o dinheiro é suficiente, aulas vão bem, os estudos vão bem, e eu já tenho todo material que preciso para estudar na Montreal, desde os livros a uma caneta, nem continuo achando que é fácil, a vida adulta é mais difícil do que pensei, as responsabilidade dobrou, a preocupação transbordou e a insegurança de que tudo não termine bem multiplicou, mas estou vivendo, um dia por vez.
Sentei no banco para descansar e encarei o ambiente cheio, estava lotado o que quer dizer que o pagamento será bom, e o mais incrível é que eu gosto de trabalhar aqui, não pelo salário, mas por encontrar pessoas diferentes a cada dia.
Quando eu venho trabalhar, eu penso que hoje talvez eu atenda um cliente legal, simpático ou até mesmo carismático. Que enxerga a vida do jeito que deveria ser sem se esquecer da palavra realidade, que sorrir mediante a confusão que vivemos a cada dia e que além de ser uma pessoa de classe importante é humilde.
Mas não esquecendo do mais o importante os indiferentes, arrogantes, de mal com a vida, que da sentido aos problemas e que deixa a velhice chegar no coração, esses são os mais carentes de amor, os que mais precisa de carinho pois são pessoas perdidas no mar de rancor e desamparo.
Eu penso todos os dias que venho trabalhar, eu não quero ser comos os carentes de amor, eu quero ser carismática, ajudar, e além de tudo distribuir amor, porque como diz o meu primeiro amor, todos temos um propósito, e é isso, eu vou distribuir flor quando tudo for pedra.
Abrir a porta do apartamento encontrando minha querida amiga sentada no chão com a mão na cabeça chorando e soluçando, eu sabia exatamente o motivo, e pensei que ela seguraria sua frustrações por mais longos meses. Me aproximei com todo cuidado de ser percebida e me sentei ao seu lado chamando sua atenção, Dielly me encarou com os olhos vermelhos e o rosto da mesma cor, seu peito subindo e descendo de um jeito ritmado me fez perceber que ela já chorava a mais tempo, foi exatamente depois que eu a abracei que ela demorou outra vez.
— Eu quero desistir! — Exclamou com a voz abafada, fungando mais algumas vezes.
— Eu não posso permitir isso.
— Qual é Cassy, eu sou fracassada, olha você e Taila com o emprego de vocês, pagando as contas sozinha, comprando material escolar pra mim e me alimentando, eu me sinto um grande fardo e vocês estão me sustentando, eu não aguento mais ver Taila olhar para mim como se eu estivesse atrapalhando, eu me sinto uma bosta agora, eu me sinto, me sinto, me sinto uma idiota!
A apertei mais em meus braços e a acaricio o seu cabelo, afagando com certa lentidão.
— A Dielly Scott que eu conheço não diria isso porque ela sabe que é capaz, e eu não quero te precionar minha loira, na verdade você é capaz sim, você não é uma merda e muito menos idiota, só está deixando a porcaria do seu medo te aflingir, mais quer saber de uma coisa? — Ela afastou o rosto e me encarou concordando — Você é tão forte quanto pensa garota, você tem uma capacidade enorme e eu acredito nisso, mas você, — aponto pro seu coração. — Precisa acreditar também e começa por aqui.
Ela assentiu com convicção e voltou a chorar no mesmo momento, eu não a empatei, ela precisava liberar a frustração de que sentia e eu a entendo por que me sentiria do mesmo jeito se estivesse nessa situação, e ela precisa de nós, e com nós eu incluo a cabeça dura da Taila que anda agindo feito cretina de bar.
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B. F. F ⭐ Amigas ⭐3
PertualanganLIVRO 3 - TRILOGIA "Faculdade. Essa palavra não me assusta mais como antes, sinto uma imensa vontade de ir logo para uma universidade e cursar jornalismo, sim é meu sonho, escrever é uma das coisas que mais adoro fazer. Minha vida toda eu esperei an...