Aos poucos eu me sentia viva de novo, estava tudo calmo, silencioso, minha cabeça gritava, eu não conseguia focar em nada, tinha uma luz bem na minha cara, fazendo meus olhos lacrimejarem, minha cabeça doía tanto que eu não sei mais o que é ficar com fome por dias, mesmo as porcarias que me dão, meu estômago pede socorro, enquanto minha cabeça grita por ajuda.
Eu tinha que tentar sair, mas sabia que não seria possível se alguém aparecesse de repente, eu não tinha forças para apanhar outra vez, estava com medo de levantar, mas eu tinha que lutar, eu precisava tentar, nem que eu morra.
Tentei alcançar a a luz que atrapalhava a minha visão até consegui afasta-lá sem fazer muito barulho, aos poucos fui acostumando meu corpo a se sentar, eu sentia que tinha pouco tempo, não sei se era adrenalina, ou instinto, então coloquei a primeira perna para fora da cama, doeu, me custou uma língua mordida, que não doeu mais que o movimento dos meus quadris, logo depois a outra.
Tentei mexer os dedos mas pareciam duros, eu não andava mais, passei esse tempo deitada, eu não sei como sobrevivi tanto, devo estar com infecção, talvez, eu precise de um corpo novo.
Sinto o frio do chão, o ar gélido não é necessariamente o que eu queria, me casou uma leve sensação de choque, me arrepiou da cabeça aos pés, me sentia cansada e paralisada, mas não seria o suficiente para me deter, era opção de vida ou morte, e eu tenho que viver.
Fui caminhando até a saída usando o que estava ao meu redor, como eu não tinha nada enfiado em minha veia com soro eu precisava de um milagre, e um dos melhores.
Me apoio na parede para poder descansar e tento abrir a porta mas está trancada, se tivesse algo aqui que eu pudesse testar na fechadura, mas não, isso só acontece em filmes, eu nunca vou sair daqui.
"Diego, por favor, chega logo." me sento no chão e respiro fundo tentando bolar um plano não suicida, eu não sei que horas são ou quando voltam, mas sei que eu tinha que fugir, então continuei andando pelo quarto, para me acostumar com os meus pés, tentei não fazer barulho e conseguir, precisava ficar calada, sem emitir som algum para identificar a chegada deles.
Minhas pernas não estavam mais duras, mas a cada minuto de pé eu sentia enjôo, tontura, e uma sensação ruim no peito.
Meu estômago embrulhou na hora e eu senti praticamente meu coração sair pela boca, vomitei tudo que eu tinha e não tinha, tinha feito uma sujeira aqui, e agora está tudo um nojo, eu nunca mais vou esquecer o que Kitty e Lara fizeram.
"Acordou Bela adormecida?" Me assustei com a voz mas não tinha ninguém no quarto. "Não se assuste, sou eu anjinho, o diabo em pessoa."
"Aparece covarde, está com medo de mim pôr estar de pé?" Sigo com meu ódio, eu poderia mata-lá se estivesse aqui.
"Oh meu Deus, que medinho." Escuto sua risada e me dar vontade de vomitar. De novo. "Estou muito entediada hoje, vamos brincar?"
"Vai se fu..."
"Na na ni na não! Olha a malcriação mocinha, quer levar paulada na cara?"
"Foda-se!"
"Sabia que a porta está aberta?" Meu coração acerela em pensar que é verdade, mas só de pensar que poderia ser apenas um truque dela, me deixa sem escapatória. "Vamos fazer assim... Você terá 30 segundos para fugir daí, se eu te achar, você perde, se você for boa, eu te dou mais 30 segundos."
"Não confio em você."
"Mas eu já dei a ordem Cassidy, tic tac, o relógio não para."
Fiz o que meu instinto falou, abrir a porta e corri para qualquer lugar que pudesse ser a saída desse prédio, eu não sabia onde ir e mesmo assim não parei de correr, contei na cabeça segundo por segundo, na missão de ganhar vantagem.
"Sabe que eu consigo te ouvir daqui?" Me assusto quando acho que ela está bem atrás de mim, mas não paro de correr, faltava 7 segundos de vantagem.
Escutei o som de tiros lá de baixo e parei, tinha uma porta dizendo saída a minha direita, e se não for o que estou pensando, hoje será exatamente o meu fim.
"Cassidy, seu namoradinho chegou pra se divertir." Ela estava perto, muito perto.
Fui até a porta que dizia saída e tentei abri-lá, mais ao invés de conseguir escapar, levei choque, caí no chão sentindo as cargas no meu corpo, provavelmente em uma voltagem absurda, foi doloroso, senti queimarem os meus órgãos, nunca fui tão inútil como agora, boba, enganada, como eu poderia achar que seria tão fácil, e Diego, o que será que ele vai pensar, será que com todos esses tiros ele sobrevive?
"Bobinha." Foi a última coisa que escutei de Lara até ela me eletrocutar outra vez, meu corpo sacudiu, sofreu, meu cérebro parecia estar fritando, o local onde ela colocou o aparelho me queimou, e ela não parava, colocava aquilo como se eu estivesse sentindo cócegas, deu risada de mim e falou outras coisas das quais eu não entendia, estava me perdendo, até que eu o vi, escondido tentando não ser visto por essa lunática, nos olhos de Diego estava o pânico, o medo, o ódio, não deu muito tempo para mim, mais sim, sussurei o que eu deveria ter dito a dois meses atrás.
"Eu aceito."
Ele balançou a cabeça para mim, e me viu resistir, eu era falha, e humana, e estava pronta, por ele.
Seguro o braço de Lara onde ela descarregava o brinquedo dela e a emburrei com o resto das minhas forças, foi o suficiente para Diego correr na nossa direção e pega-lá, o aparelho de choque tinha caído ao meu lado, mas com a tremedeira que eu estava, não me impediu de pegar e pressionar contra a garganta de Lara, eu a vi cair, Diego a segurou, e quando ela chegou a desmaiar me afastei, ele levaria ela, mas eu não me sentia mais tão forte assim, só sentir como estava doendo, e como eu queria chorar, então eu fiz, chorei, até apagar.
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B. F. F ⭐ Amigas ⭐3
AventuraLIVRO 3 - TRILOGIA "Faculdade. Essa palavra não me assusta mais como antes, sinto uma imensa vontade de ir logo para uma universidade e cursar jornalismo, sim é meu sonho, escrever é uma das coisas que mais adoro fazer. Minha vida toda eu esperei an...