Capítulo 4

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Não tinha como, eu só pude participar pelo facetime e não estava satisfeita, queria pegar a garotinha nos braços e enchê-la de amor e carinho, dessa vez eu não era madrinha dela, Dielly conseguiu, venceu a luta, e o idiota do Miguel decidiu que seria padrinho por namorar minha amiga, mesmo ele tendo levado um corno ali e aqui.

Eu fiquei o dia todo no celular falando com Tyler sobre a bebê, ele me disse com quanto de peso nasceu, falou que ela tinha os olhos da mãe e que é tão pequena que tem medo de derrubar, e eu entendo sua empolgação, Gabriel não é seu filho, ele não o pegou nos braços quando nasceu, e com a bebê agora ele sabe o que é sentir isso, ele esteve presente em todas as fases da gravidez de Gelvana e isso é o que me encanta, meu amigo é o melhor namorado que uma garota pode ter, pena que não tive tanta sorte, eu sinto vontade de pegar o primeiro voo para Califórnia e ir correndo até eles e dizer que já está na hora de casar, seria engraçado a reação de ambos, os dois se amam tem de parar de adiar.

— O meu afilhado cadê? — Pergunto para Tyler que se distrai com alguém ao seu lado.

— Ham… A Blair ficou com ele no apartamento. — Seu tom de voz abaixou, é como se ele não quisesse que eu entendesse.

— Eu não quero meu afilhado com aquela... — Não terminei de dizer, Diego pegou o celular de Tyler sorrindo para a câmera como se eu estivesse afim de o ver.

— Dar vácuo é coisa feia sabia, você não respondeu minhas mensagens mas visualizou. — Revirei os olhos e passei a língua nos lábios.

— Você que não entendeu que eu não queria falar contigo, talvez a gostosa da vez fosse a Blair, não precisa mentir. — Eu tenho um ódio mortal por essa garota por causa da foto que recebir a um tempo atrás, que ela tinha me mandado.

— A gostosa era você, eu estava brincando. — Não sei se é mentira, mas isso não importa mais.

— Passa para o meu amigo eu não quero ver sua cara! — Ele revira os olhos e sorriu cínico.

— Você amava essa cara a alguns anos atrás. — Me mostra sua língua e eu reviro os olhos em seguida.

— Falou certo Diego, a ma va. — Soletro para que fique bem claro. Ele apenas dar risada e devolve a Tyler o celular.

— Cara vocês se amam! — Eu o amo, mas não vou admitir, por que não temos mais nada, isso nunca daria certo.

— Vai se ferrar. — Ouço a risada de ambos e desligo a chamada de vídeo pensativa, odeio quando isso acontece.

Quando penso de mais, fico arrependida por muitas coisas, fico pensando na minha amiga que sumiu e me ligou duas vezes, no Alencar que não me ligou nem uma vez, e em Diego esse babaca que costumava prometer me amar eternamente e na primeira oportunidade ficou com uma garota assim que descidimos ser amigos por um tempo, e isso foi a causa para um celular quebrado e três semanas de castigo, e eu o odeio por isso, porque eu sabia que existiria outra Isabele entre nós e dessa vez não é uma morta.

— Seu pai mandou perguntar se não vai jantar? — Olho assustada para Viviane e concordo com a cabeça vendo ela sair logo em seguida.

O jantar foi silencioso, a não ser pelo som do talher batendo no prato e as respirações pesadas, o clima estava ruim pós meu pai não disse palavra alguma, Vivia até tentou puxar assunto mas eu não estava com vontade, só queria comer e ir para o meu quarto, meu celular estava apitando feito louco por conta das mensagens e se isso ainda não irritou o Sr. Miller logo há de irritar.

— Será que dá para desligar? — E finalmente ele se pronunciou apontando para o meu celular e olhando para qualquer lugar que não seja meu rosto.

— Não. — Seguro o sorriso e mordo os lábios, Vivia me olha apreensiva como se pensasse que a conversa de mais cedo não deu certo, mas deu sim.

— O que disse? — Ele me olhou dessa vez, ameaçador, parecia bastante furioso.

— Não podemos continuar agindo como crianças não é mesmo, qual a idade do senhor, quinze? — Eu sei que tirar onda com a cara de meu pai não é lá uma boa ideia mas eu sei o que estou fazendo, Viviane estava com os olhos arregalados e meu pai me olhava confuso. — Digo, eu tenho responsabilidades, eu não posso desligar meu celular porque tenho minhas necessidades, assim como o senhor pai, sua maior necessidade é trabalhar.

— O que você está dizendo…

— Ainda nada, só quero que saiba que eu entendo você mesmo não querendo admitir eu erro, eu errei, me desculpa, fui uma grossa, pisei na bola, mas… nós sabemos que você também errou e feio. — Estava tentando o manipular, se o que Viviane disse sobre ele ter aceitado pensar, eu vou lutar para conseguir um sim.

— Você está se desculpando? — Ele coçou o queixo e olhou para Viviane surpreso, ela não estava diferente. — O que você quer? — Que droga, até parece que fazemos isso só porque queremos algo. O que significa que nossos pais não são burros.

— Nada pai. — Dou de ombros e bebo um pouco do meu suco, ainda estava com fome, nas não queria engordar, odeio isso.

— Cassidy Miller, eu sei que você quer alguma coisa e a resposta é não. — Reviro os olhos e me levanto da cadeira com um bico enorme. — Onde pensa que vai?

— Simplesmente não dá para conversar com você pai, estou tentando parar de ser insuportável mas você ganha no quesito chatice, deveria parar. — Cruzo os braços fazendo birra e ele rir, sim estou chegando no ponto onde eu queria.

— Tudo bem, desculpa por ter agido tão mal com você filha, por dizer coisas que eu nunca deveria ter dito, por não confiar em você, mas as vezes eu sinto que estou perdendo minha garotinha.

Viu aí, meu pai já mordeu a isca.

— Você nunca vai perder sua garotinha senhor Miller, eu nunca faria nada que o fizesse ter uma visão errada de mim, eu só queria ser independente. — Ele concorda com a cabeça e levanta de seu assento caminhando até mim e logo depois me abraçando, eu retribuo também, sorrindo para Viviane que me olhava com um olhar de felicidade.

— Eu acho que Viviane tem razão. — Ele me afasta olhando meu rosto e segurando meu ombro. — Você já é uma mulher minha filha, e dependente de tudo não posso te dar tudo, eu bem que queria, mesmo assim tinha esperanças de que você viesse de volta para casa, saber que o Canadá é onde você quer estar me faz sentir um péssimo pai.

— Muito pelo contrário, o senhor é o pai que toda garota merece ter, mesmo sendo ranzinza as vezes. — o som da risada calma de Viviane escoa pela cozinha e eu dou risada também.

— Não exagere. — Dou mais risada ainda, ele é implicante de mais meu Deus.

— Continuando... Eu amo o senhor, e dependente de tudo, das brigas você será sempre o melhor pai para mim. — Aplico minha última carta e finalmente o peixe morde a isca, porque vejo meu pai sorrir, olha para Viviane e me devolver sua atenção logo em seguida.

— Arruma as malas, você vai para Montreal.

Até a próxima quarta-feira

B. F. F ⭐ Amigas ⭐3Onde histórias criam vida. Descubra agora