Capítulo 7 + BÔNUS

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DIEGO PERES

Soltei a mão de Gabriel enquanto o encarava correr pelo parquinho com uma de seus colegas enquanto Blair e eu procurávamos um canto para nos sentar, está frio em Stanford e mesmo acasalhado sinto a ponta dos dedos gelados.

O rosto corado da garota em minha frente é mais que o habitual nas garotas de Califórnia, e por incrível que pareça, mesmo com essa postura de garota meiga, Blair consegue me lembrar de Selma, não sei se é algo bom ou ruim, só espero não estar entrando em um beco sem saída, outra vez.

— O que tanto pensa, mal trocamos palavras no carro. — Sentamos-nós em um dos milhares de bancos daquele lugar enquanto eu encarava o pirralho com a neve.

— Preocupações. — Ela concorda com a cabeça, e é quando eu analiso seu rosto e suas bochechas ficam mas rosadas do que já estão.

— Não me olha assim. — Ela sorriu tímida abaixando a cabeça enquanto eu deixava um sorriso escapar.

— Assim como? — Cruzo os braços vendo Blair levantar a cabeça mansamente.

— Como se eu fosse a única. — Ela desviou o olhar agora encarando em direção ao carro preto estacionado a nossa frente, Blair para mim era um enigma a ser estudado, mas o que eu menos queria era me envolver, mesmo que a maioria dos meus amigos da fraternidade — tirando Tyler — apoia-se um relacionamento que não existe a não ser uma amizade linda que eu tanto venero.

— Você é, — Reviro os olhos, mas ao mesmo tempo sério. — a única amiga que me entende e cuida de mim.

— Mas é só isso Diego, e eu quero mais... — Ela toca minha mão e eu não reclamo ou me afasto, por simplesmente não achar maldade naquilo.

— No momento eu e a garota que tem meu coração demos um tempo, e mesmo que a sua condição em se relacionar com outras pessoas esteja aberta, eu aida a amo e ainda a quero para mim. —  A mão de Blair foi retirada pela própria enquanto eu a via revirar seus lindos olhos azuis.

— Você é bom de mais para ela, depois de tudo, de toda traição, você poderia encontrar alguém melhor. — Suas mãos cruzadas em cima da perna, Blair parecia querer dificultar mais as coisas.

— Não duvido do que quero Blair, e além do mais, não existe ninguém melhor que a minha garota, ela merece o meu amor sempre.

— Não vamos falar disso, certo? — Um sorriso maldoso tomou posse de seu rosto e Blair tirou o celular do bolso o balançando no ar. — Fotos?

Desde que a conheci, tudo o que mais ela falava era sobre fotos, sobre ser apaixonada e querer cursar fotografia, quando pequena ganhou uma polaroid que até então é seu xodó, mas ultimamente ela usa mais o seu iPhone do que qual quer câmera profissional, e mesmo Blair gostando das suas maquinas, ainda sim adora algo moderno.

— Quando vai cansar disso? — Ela fez careta enquanto mexia em seu aparelho móvel e configurava sua câmera a preparando para bater um click nosso.

— Quando finalmente eu estiver a sete palmos da terra virando pó. — Piscou para mim, levantando o celular e se aproximando, fizemos uma careta e logo depois o celular registrou o momento. — Amo tirar fotos de careta com você, fica tão fofo. — Suas bochechas ruborizada fazia com que meu sorriso por ela aumentasse, Blair com certeza é uma linda garota, merece o melhor do mundo. — Podemos tirar outra, algo mais romântico? — Ela fez um biquinho e juntou as mãos com o celular ente eles e pedindo por favor.

— O que eu não faço por você Blair? — O sorriso dela aumentou e então ela levantou o celular posicionando sua câmera na nossa direção me dando o selinho sem que eu esperasse por isso, e então ouvi um click e eu fiquei encarando ela, a mesma afastou o rosto e beijou meu queixo de uma forma meiga, mas eu não estava bem, estava em estado de choque.

— Ei. — Suas mãos pousaram em meu rosto e agora seu olhos azuis me encaravam.

— Você fez de novo... — Antes que eu pudesse reclamar com ela outra vez pelo beijo, Gabriel apareceu gritando eufórico por ter visto a cena, ele estava reclamando que a gente estava namorando e não dava atenção a ele. — Calma ai pirralho, a gente não está namorando. — Ele cruzou os braços com um olhar birrento fazendo com que a garota ao meu lado desse risada.

— Minha madinha disse que não era para deixar ela beijar você, você não pode tio. — Ele cruzou os braços com seu bico costumeiro e eu estreitei os olhos curioso, Cassidy falou isso?

— Ae? Sua madrinha não pode mandar na gente. — Blair disse irritando o pirralho, eu ainda o encarava tentando processar o rumo da conversa.

— Mas ela vai casar com meu padrinho, você não pode beijar ele. — Gabriel bateu o pé no chão como se estivesse sendo contrariado, quando na verdade Blair só quer o irritar por diversão.

— Ae? E cadê sua madrinha? — O garotinho ficou calado pensando na resposta de onde ela poderia estar e logo respondeu com certeza convicção.

— Estudando, coisa que você não esta fazendo, querendo roubar meu padrinho da minha madinha. — Dessa vez eu e Blair ficamos de queixo caído, eu não entendi porque tanta raiva por Blair, ele sempre gostou dela, até se davam bem quando ela decidiu cuidar dele enquanto Gelvana ficava de plantão no trabalho e Tyler estudava, eles eram bem amigos, mas agora, ele a odeia e dar pra perceber em seu olhar.

— Tudo bem galerinha, vamos voltar, o dia foi bem intenso. — Me lavantei e segurei a mão de Gabriel que encarava Blair destemido. — Eu e você garotão, vamos ter uma grande conversa, hoje você foi muito malcriado com a Blair.

— Não se preocupa Diego, ele sabe que eu só estava brincando não é Biel? — Ele escondeu o rosto atrás do meu corpo como se não quisesse responder. — Certo. Vocês podem ir, vou fazer uma caminhada e tirar algumas fotos por ai.

— Sem problemas, nos vemos logo. — Blair estava preparada para se inclinar e me beijar quando Gabriel puxou a minha mão me fazendo afastar literalmente.

— Quero ir no banheiro! — Ele gritou, enquanto eu me afastava de Blair e acenava para ela me despedindo, a mesma parecia estar decepcionada.

— O que aconteceu lá? — Perguntei para ele abrindo a porta do carro e esperando que ele entrasse, logo depois eu entrei também.

— Nada. — Ele ligou o som do rádio e mudava de estação a cada som desconhecido, até música gospel ele mudou, deixando tocar músicas infantis, que sua mãe tanto briga para que ele ouvisse, pobre garoto, daqui uns dias vou mostrar a ele o que é música de verdade. — Eu quero ver minha madinha.

— Só no feriado agora camarada, o Brasil é muito longe daqui. — Manobrei o carro saindo da vaga onde estacionei, enquanto seguia rumo a casa de seus pais.

Mas ela foi pro Canadá.

B. F. F ⭐ Amigas ⭐3Onde histórias criam vida. Descubra agora