Capítulo 21

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Em fim termino de copiar as últimas partes das anotações da lousa, a professora que deu aulas de formas diferentes de texto era uma das melhores, as explicações são boas, e sua forma de chamar atenção cativante, ela parecia ter prazer em dar aula para nós, e os alunos gostavam bastante dela, dizem que ela nunca reprovou ninguém em sua matéria.

“Podem terminar de anotar, vou passar alguns trabalhos para a semana que vem, e espero que se comprometam com isto, é o que impulsiona você ao mercado de trabalho, as notas...” Vejo que os alunos nem se abalam, mas eu, me sentia nervosa com esse trabalho, parecia fácil nas nem sempre era. “O trabalho é simples, eu vou querer um texto no máximo duas folhas, impressas, e com curiosidades de um leitor, como por exemplo, eu não quero um jornal, ou livro, pode ser um conto, mas um conto realmente criativo, com um tema qualquer, baseado ao leitor, ele pode ser um leitor cego, ou mudo. Vocês tem que me trazer um conto com passagens e fazes e tudo mais, anotem...”

“Mas esse conto é sobre qualquer coisa professora?” 

“Sim Willow, vocês vão criar essa história para que eu possa conhecer um pouco mais a forma de escrita, e expressão de cada um, é um trabalho que será avaliado pelo reitor, e por vários estágios que darão a vocês uma chance de emprego no ramo jornalístico.”

* * *

“Hey! Iai, muitas atividades?” Afirmo com a cabeça sem disposição para falar, o conto que eu escrevia não era a metade do que a professora pediu, eu sinto que tudo que escrevo sai péssimo e horrível.

“Tai, ler isso para mim, e ver se ficou bom, por favor. ” Chego a implorar de mãos juntas, e ela se aproxima cherando a álcool 70, o que se tornou um hábito todos os dias depois do trabalho dela.

“Com um simples toque em mãos, papel e caneta a mesa, um escritor sente-se atraído em criar versos...” Ela continuou lendo, em voz alta, e parecia menos ruim do que quando eu lia na mente. “Só isso? ”

“Acredite gata, foi o meu máximo.” Ela acabou rindo do meu grande desespero e se sentou ao meu lado no sofá.

“Decidiu onde você deseja trabalhar na profissão de Jornalismo?” Apoiou sua cabeça em meu ombro enquando me olhava digitar algumas frases.

“Não, eu não quero digitar parágrafos para jornais e muito menos virar um paparazzo.” Digito mais outras duas palavras que parecem se encaixar e apago tudo o que escrevi irritada, está péssimo, cadê aquela criatividade toda do ensino médio?

“Porque? Você não ama escrever? ”

“Não Tai, não é apenas isso, eu não quero escrever coisas não reais, eu vou fazer jornalismo por que eu quero muito entrevistar pessoas famosas, viajar para lugares diferentes, conhecer até mesmo a África, minha vida toda eu só queria fazer parte da lembrança de alguém eu acho.”

“Amiga, eu sei que você tem capacidade para tal, basta ver essa sua dificuldade percebo que você se importa de verdade eu mostrar algo melhor, só não se cobra tanto.”

“Se eu não cobrar quem vai?” Ela fez uma cara de pensativa e pareceu me dar razão. “Eu briguei com meu pai para vir pra cá, tu acha que eu não devo me cobrar, eu realmente só não sei onde tenho que ir, como se não bastasse o meu problema sentimental vem o bloqueio, o que é uma droga.”

“É, parece algo tão fácil que meu Deus...”

“Pra você ver, queria pular a parte onde eu estudo, para a que eu exerço a profissão de vez.” Ela deu risada e se levantou indo para o quarto levando as tralhas dela.

“Taila!” Grito. Demora alguns minutos e ouço sua voz vindo do banheiro. “Te amo!”

“Também amo você piranha!” Dou risada do seu gritinho no final e continuo tentando fazer algo que preste da minha vida, mas desisto e procuro um aplicativo bom para baixar livros de graça, fiquei um bom tempo lendo, Dielly tinha até chego do trabalho, falou comigo normalmente com se na semana passada não tivesse me jugaldo, mas eu não ligava mais, não queria brigas outra vez nessa casa, estávamos em uma boa harmônia, sem brigas de Taila e Dielly, ambas se amavam outra vez, eram como filhas minhas sabe, me sentia orgulhosa delas, e o bom de tudo é que a casa nunca ta desarrumada, nós três sempre deixamos arrumado, o que é maravilhoso, amo isso.

“Você viu a minha pinça de fazer sombrancelha?” Perguntou a loirinha ao sair do quarto.

“Eu peguei, está no seu estojo roxo.” Ela concordou e saiu, mas em seguida voltou e sentou de frente pra mim, na mesinha.

“Desculpa, por aquele episódio, é que eu achava que você ia aceitar, eu realmente acreditava nisso.”

“Eu aceito tuas desculpas, só não quero comentar.” Não reparei muito no que ela estava fazendo, mas sentia sua respiração aliviada. “Como ele está? ” A garganta secou, fiquei até assustada.

“Ele diz estar bem, mas está arrasado, quando não está na faculdade está em casa atolado em vídeo game.”

“Eu, não sei o que dizer.” Dielly também não disse nada, se levantou e seguiu para o corredor, suspirei angustiada e olhei para a tela do note, meus dedos seguiram com agilidade até a minha conta no facebook e lá encontrei coisas que eu não lembrava que existia, mexi e curti algumas coisas e fui até página de Diego, a ultima foto publicada era dele com Gabriel no aeroporto, foi quando ele chegou, havia também alguns videos compartilhos e frases dele mesmo, a foto que mais chamou minha atenção foi a que marcaram ele recentemente com Blair, em um selinho num parque coberto por neves, e se eu não me engano foi semanas antes dele vir, esse filho da mãe, curtir a foto sem nem me importar se ele estava chateado comigo, foda-se tudo isso, estou irritada por que aquela piranha sempre sai por cima.

Guardei meu notebook antes que eu joga-se-o longe também e me levantei tentando me acalmar, sempre acontecia isso, eu o via com aquela vagabunda de quinta, e um celular era arremessado na parede, mas dessa vez Blair, dessa vez não.

Com um intuído desconhecido agarrei um copo de vidro e taquei ele no chão aliviando minha fúria repentina, e do quarto ouvir dois gritos assustados.

“Estou bem, estou bem!” Gritei na intenção de acalma-las e Dielly apareceu totalmente assustada.

“O que aconteceu Cassy?” Ela me olhou perplexa porém confusa de mais para continuar assutada por muito tempo.

“É só um momento de raiva que vai passar.”

“Foi alguma foto?” Eu assentir com a cabeça e ela saiu negando pra si mesma, ela sabia pelo que eu passava com esse ciúmes, mas não é só ciúmes, é a raiva por ser tão besta e entregar meu homem de mão beijada pra uma vagabunda sem limites, que ódio.

B. F. F ⭐ Amigas ⭐3Onde histórias criam vida. Descubra agora