B. F. F ⭐ Amigas ⭐3

Capítulo 16

Destranquei a porta de casa, meu lar, e fui recebida pelo silêncio, escuridão, e calmaria, o que era bom pois ouvir sermão de jovens não é fácil, não quando você tem a idade deles.

Ligo o interruptor e tiro os tênis encharcados dos meus pés, espirrei algumas vezes e me apoiei na parede, estava casanda e com fome, talvez até com febre por conta do banho que a chuva me deu.

— Onde você se meteu? — Me assusto com o ser parado de uma maneira engraçada no sofá, ele parecia cansado, mas ao mesmo tempo não, como se fosse minha mãe, no dia que cheguei bêbada da festa de despedida antes de me mudar.

— Na praça.

— Que praça? — Olho para ele desacreditada, por acaso só falta mandar eu ir pro meu quarto, pronto estou de castigo.

— Central Park conhece papai? — Digo irônica enquanto tiro meu casaco e vou pra cozinha espirrando que nem condenada de frio.

— Olha seu estado. — Ele veio atrás, nem me importei, peguei algumas bolachas e comi, estava com fome, e sede. — Está me escutando?

— Não nasci surda. — É tudo o que digo após continuar enfiando bolachas na boca.

— Por que está fazendo isso? — Ele ficou triste de repente, mas não vou ligar, só quero que me deixem comer.

— Comendo bolacha com água? É bom. — Dou de ombros.

— Cassidy por favor... — Me afasto após ele se aproximar.

— Sai daqui, amanhã a gente se fala.

— O que eu fiz?

— Me deixa caramba, eu quero ficar sozinha... — Me irrito, não grito, mas falo alto o suficiente.

— Não adianta me afastar assim, eu te amo, vou estar no sofá se precisar. — Falou tão baixo que quase não conseguir escutar, estava com pressa para chegar em meu quarto, e quando conseguir tirei todas as roupas do corpo que estavam colando na pele e vesti roupas quentes por preguiça de tomar banho, espirro duas ou três vezes e bocejo no final, meu corpo parecia se alegrar com minha cama pois as dores musculares passou.

Vejo meu pequeno príncipe e sorrio ao ver ele sereno e lindo, seu jeito tão fofo de persuadir alguém, parece com a Claire e Ângela, minhas princesas, sinto tanta saudades, de minha mãe e Otávio, sinto saudades até de Agatha.

* * *

No começo da manhã acordei mas preferia não ter acordado, estava suando frio e com dor de cabeça, uma crise de espirro, dores na garganta e no peito.

— Quer dizer que tomou chuva a tarde toda, você tem o que na cabeça minhoca? — Disse ele furioso, mas sem nenhuma razão, nem o chamei aqui.

— Eu precisava de um tempo. — Ele me entregou um comprimido e água, e nem mesmo pestanejei com o ato, simplesmente agradeci e voltei a deitar sem capacidade de levantar pra nada.

— Toma um banho para ver se melhora, um banho quentinho. — Ele alisou minha cabeça e se afastou com o copo após eu simplimente concordar, mas não faria agora, só quero dormir.

* * *

Abrir os olhos quando percebi um som estranho no quarto, vejo Diego desconfortável numa cadeira e todo torno, e parecia estar sentindo dores pois ele não parava de se mecher, então dei meu jeito.

— Ei. — Seguro seu braço e ele acorda meio assustado já medindo minha temperatura, todo doido.

— O que foi, sentindo alguma dor? — Ele começou a tocar minha testa, levantou, andou pra lá e pra cá e me olhou confuso.

— Nada não, só deita aqui comigo? — Falo com vergonha e vejo ele concordando.

Calmamente se deitou ao meu lado, e o abracei, como se fosse um travesseiro, ele estava quente e cheiroso, e eu amando a sensação, de poder abraça-lo outra vez.

— Cadê Gabriel? — Pergunto já prestes a dormir outra vez.

— Com Dielly. — Escuto sua resposta entretanto me desligo horas depois.

* * *

DIELLY SCOTT

Consigo sair do quarto sem fazer qualquer barulho que seja, após eu ver que Diego tinha sumido fui procura-lo, e me surpreendir com a à proximidade dos dois numa cama como um casal.

Eu sei que Cassidy ainda o ama, e que ela tem medo de fazer o mesmo que no passado e dar errado, eu sei também que essa raivinha inesperada é algo passageiro ou tpm, quer dizer, pode ser realmente passageiro ou então a Cassy adolescente de alguns anos resolveu encarnar na minha amiga como uma cola que só Deus.

Quando ela está nessa situação, na maioria das vezes é bom só dar espaço, pois é o que ela quer, apenas pensar na vida sem ninguém falando a cada dez minutos no seu ouvido algo que ela fez ou deva fazer, e já começo a pensar que jornalismo não é exatamente a profissão da vida dela, Cassidy anda tão desleixada com a faculdade, provavelmente seja esse seu mau humor também.

A quem eu quero enganar, minha amiga é como todo mundo, problemas e mais problemas são normais, o máximo que posso fazer é continuar a ajudar.

Talvez trazer Diego pra cá tenha sido uma péssima, horrível e pior ideia desde minha existência, se eu tivesse consutaldo, talvez, ela estaria bem mais alegre, mais alegre que Taila.

— Foi olhar a vida dos outros? — A mesma perguntou vestida devidamente com a roupa do trabalho.

— Qual o teu problema comigo mesmo? — Faço minha melhor cara de confusa e encaro seu modo de preparar um café.

— Você roubou minha amiga por três anos, isso não te diz algo? — Ela me olhou com uma cara séria, uma caranca de tédio, e o humor tava de matar.

— Como é que é? Eu roubei?

— É Dielly, por incrível que pareça, achei que teria oportunidade de me aproximar mais dela, mas você com seu problema, só mostrou que eu estive enganada. — Seu suspiro destacou o tom de realidade que eu jurava ser brincadeira. — Depois do Simon, soube que Cassidy nunca séria a mesma comigo, eu só pensava em implorar o perdão dela, mas ela se mudou, conheceu você e terceiros, eu fiquei em segundo plano por muito tempo, me sentir excluída, e esquecida, solitária.

— Poxa...

— Mas, eu parei para pensar bem, e estou fazendo tudo errado desde que cheguei, diminuir você, brigar, te odiar não vai mudar nada, estou apenas sendo ridícula e infantil... — Ela largou o que estava fazendo e veio até mim. — Scott, me desculpa, por ter sido a pior colega de apartamento desse mundo? — Encaro seus olhos, seus braços abertos e seu nervosismo.

— Desculpada Collins, e a propósito, você não foi cretina, foi um ótimo obstáculo, com o que você me disse me ajudou a parar de chorar por ai, obrigada por conseguir um estágio, quando nem eu conseguia.

O melhor de tudo naquela manhã foi que eu ganhei minha amiga outra vez, e espero que dessa vez as brigas sejam bobas e que amanhã Diego receba o sim esperado de Cassy e que os dois se casem e me dêem muitos afilhados, pois sei que Taila e eu ainda vamos brigar bastante.