Cassidy Miller - parte 1

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Aos poucos fui me acostumando com a claridade do ambiente, eu me sentia bem em estar bem, eu me sentia bem em estar viva, talvez me seja o suficiente, no momento, só posso agradecer por estar viva, com as pessoas que amo ao meu lado.

O engraçado é lembrar que os meus planos de simplesmente me focar na faculdade, e tentar me formar sem nenhum problema no semestre, não foi tão fácil quanto eu esperava, de verdade.

Eu achava que ser uma adolescente normal, adulta com contas a pagar, fosse os planos de Deus para mim, mas pela primeira vez, depois de varias de tentativas de assassinato, eu percebo que sou grata por simplesmente não ser normal, mas estar aqui, com saúde, e com uma segunda chance... e é tudo o que eu preciso, mas não deixar de viver, com tudo o que ele tem me abençoado.

- Ei, no que está pensando? - Diego estava parado bem na minha frente quando me despertou de meus pensamentos, com certeza eu estava com o olhar vago, acho que mais vago que o meu olhar é a cara de tensão e preocupação que eu via em seu rosto.

- Em como eu pude ter a segunda chance de dessa vez fazer as coisas do jeito certo... - Os olhos dele não me enganavam, ele tentava evitar o meu olhar, como se estivesse escondendo algo terrível, algo que me magoaria. - Você não esta bem Diego, o que aconteceu?

- Estou bem sim... Cassidy você está viva, é a melhor coisa no mundo...

- Diego por favor... - Eu não queria ser grossa ou parecer irritada, mas ver ele assim me preocupa, me faz pensar que ele vai embora outra vez ou então a gente vai terminar para sempre, sei lá.

- Você não tem que se preocupar agora meu amor. - Se aproximou, tocou em meu joelho e encarou o lençol que cobria as minhas pernas por segundos.

- Se for sobre as minhas pernas, eu já sei Diego, eu escutei as enfermeiras enquanto eu fingia estar descansando... - Ele me encarou surpreso, depois engoliu em seco como se não soubesse o que dizer. - Olha... - Eu mexi uma perna, e arrastei o cobertor para que ele visse eu mexer os dedos também, não era a mesma coisa de antes mais ainda sinto, não está tudo perdido, eu não vou deixar mais nada desse tipo me abalar.

- Você é incrível, sabia? - Ele sorriu, mas os seus olhos estavam tristes, e neles haviam vestígios de lagrimas que ele inutilmente tentava controlar.

- Casa comigo? - A pergunta saiu como um alivio de minha boca, eu não aguentava mais ter que guardar para mim essa vontade de querer ele apenas comigo, como um só.

- O que?

- Casa comigo ue, eu sei que posso dar trabalho principalmente para quem desaprendeu a usar as penas, mas ainda sei cozinhar bem... - Ele deu risada, parecia estar melhor, bem mais feliz, acho que esta tudo dando certo agora, acho que agora vai, certo?

- Você não precisa pedir duas vezes, me convenceu com a fase ''sei cozinha bem''. - Dessa vez eu rir, acho que é a primeira vez desde que eu o vi nesse hospital, que Diego agiu tão descontraído. - Eu me casaria contigo, mesmo se você queimasse a minha comida preferida umas mil vezes, eu me casaria contigo mesmo se você me obrigasse a lavar os pratos todas as horas, eu me casaria contigo, mesmo se você me fizesse cocegas nas horas mais inusitadas.

- Eu nunca conseguir fazer cocegas em você Diego...

- Então eu me casaria com você mesmo você não conseguindo fazer cocegas em mim. - Ele segurou minha mão, e beijou a minha testa, da mesma que forma que fazia no ensino médio.

- Obrigada! - Seu olhar confuso o fez inclinar a cabeça para o lado como sempre fazia antigamente, ele mudou, mas continua sendo o mesmo garoto chato que eu amo.

- Pelo que?

- Por ter dado em cima de mim tão descaradamente, por ter insistido em me ajudar a falar português mesmo quando mal tivemos aula para fazer isso acontecer, por ter voltado mesmo que não no momento certo, mas por ter me amado como amou desde o primeiro dia... - Sempre foi ele.

B. F. F ⭐ Amigas ⭐3Onde histórias criam vida. Descubra agora