Capítulo 17

195 25 0
                                    

CASSIDY MILLER

Hoje, eu li um livro totalmente diferente de todos os outros. Sentia que a cada palavra, nela se destacava um pouco da minha vida e do que eu estava vivendo no momento.

As mesmas qualidades e defeitos, aquilo se encaixava perfeitamente em algo como eu, e principalmente o ramance de um casal, os personagens eram adolescentes, do mesmo colégio, com um relacionamento cheio de confusões mínimas, ela de um certo jeito sempre arranjava uma maneira inocente de estragar o clima sem nem perceber, e ele com palavras tolas apertavam o coração dela sem imaginar.

Era como um problema, os dois nem conversavam mais, porém existiam amor, um amor tão lindo, eles realmente estavam super envolvidos, nem a diferença de idade poderia mudar aquilo, mas havia o problema, os dois se magoavam com palavras.

E nesse meio, ela era a garota fria, solitária que ele amava e era recíproco, ambos se encaixavam na palavra amor, porém com as coisas do passado, ela meio que mudou sua maneira de agir.

O que estou querendo dizer é, eu não sei mais quem sou eu, de novo eu não sei quem estou querendo ser, Diego só tem mais um dia aqui no Canadá, logo após eu o perco, ou o tenho, e é tão difícil viver nessa situação que só de imaginar não o ter, eu sinto uma grande dor se manifestar em meu peito mas ao mesmo tempo, eu não quero me enrolar, eu só quero descobrir algo diferente do que só estou acostumada, é só isso, mas como entrar em um acordo sem ao menos saber como encerra-lo.

Após ficar doente e de cama um dia e meio, meu chefe me liberou por mais alguns dias, segundo Taila, que foi com quem ele conversou, ficar resfriada e servindo pratos enquanto espirro, não era o que ele estava querendo, e com isso conseguir me recuperar bem, na faculdade, uma das minhas colegas de classe, entregou a Dielly as atividades que eu tinha perdido, e em casa eu estudava, e não parecia tao complicado, porém, tive dificuldades de desenvolver.

Com Diego cuidando de mim mais que o normal fiquei melhor, e com Biel me dando carinho, me sentir no paraíso.

Sinto que todo esse mimo me deixou mais feliz do que passar o dia na chuva, mesmo com um clima de tristeza, eu fiquei feliz em fazer algo que eu queria desde que cheguei, me sentir um pouco livre.

— Ei. — Um rosto conhecido apareceu com o corpo sendo escondido pela porta. — Como se sente?

— Melhor que ontem. — Digo mais para mim do que para ela.

— Diego pegou muito no seu pé? — Observo seus movimentos e recebo sua atenção após se sentar de frente pra mim na poltrona.

— Não muito, ele só relaxou enquando dava uma de mãezona.

Ficamos caladas por tempo indeterminado, e o pior, aquilo estava começando a me agoniar, além de estranho, é chato, ficar muda e sem assunto

— É... — O incômodo de Taila virou praticamente meu. — Desculpa cara, por ter agido estranho ultimamente.

— Relaxa, não me lembrava mais. — Não era exatamente mentira, e muitos menos verdade.

— É que eu fiquei com ciúmes, da maneira que você trata Dielly, e pensei que estava perdendo a minha melhor amiga. — Ela abaixou a cabeça um pouco triste, e tudo o que aconteceu com Taila e comigo me veio na lembrança.

Era como um fluxo que eu apenas queria jogar no lixo e esquecer, fomos iludida pelo mesmo garoto, traída e o pior, eu jurei a odiar, e ela por pouco não perdeu a vida...

— Você tinha que pedir desculpas a ela...

— Eu fiz. — Fu interrompida e assentir com a sua resposta.

— Eu fico feliz, até por que eu amo vocês, e por incrível que pareça, meu amor pelas duas é sem medidas, é para sempre. — Ela sorriu e aproximou-se para me abraçar, retribuir feliz e certa do que dizia. — Amigas para sempre? — Estendi o dedo mindinho para ela e a mesma levantou a dela e segurou, giramos o dedinho e terminamos com uma piscadela, era um ritual.

— Amigas para sempre! — Rimos outra vez e eu a puxei para um abraço mais apertado, era bom ter minha amiga outra vez, melhor do que aquela chata que ficava falando abobrinhas na minha cozinha. — Somos retardadas.

— Você é, eu não. — Ela ficou surpresa e fez uma cara maléfica, mas eu já sabia o que significativa e pedir para ela não fazer, mas a poucos segundos Taila me encheu de cócegas me deixando sem ar, sem fôlego, sem conseguir falar nem uma palavra. — Sô... — Comecei a rir desesperada, chutando tudo que podia, tentando puxar as mãos dela ou me virar, mas nada resultou. — Para... — Formulei a frase e gritei alto, logo ela já tinha saído de cima com o cabelo bagunçado, e comigo parecendo uma mendiga esfarrapada.

— Parece uma louca do hospício que tentou fugir e acabou sendo pega.

Olho para ela sem um pingo de humor e com os cabelos na cara tentando recuperar a respiração, mas a criatura permaneceu ali, como se não estivesse com medo, então prolonguei minha atuação e me levantei para pega-lá, entretando, a vaca correu para fora do quarto sem nem que eu tocasse nela, uma verdadeira cara de pau.

* * *

Encaro o relógio que atazanava constantemente o meu juízo, depois que eu tomei o último remédio do dia o sono veio com tudo, mas eu não queria dormir, precisava permanecer acordada e formular algo de útil antes da idá de Diego para a Califórnia, eu precisava de respostas e não sono.

— Ainda acordada garota? — Ele veio para perto de mim, e sentou do meu lado, onde eu lutava internamente com meu sono.

— O que você me deu? — Bocejo pela terceira vez em uma hora.

— Um comprimido para parar a tosse, não um remédio para dormir...

— Eu queria te responder uma coisa. — Encosto a cabeça em seu ombro já sentindo o efeito com 92% de efeito no meu organismo.

— Eu vou esperar até amanhã Cassidy, hoje estou aqui por você. — Eu sentir suas mãos tocando a minha, mas foi só isso, eu apaguei com com certeza, porque depois tudo ficou incerto e eu só via alguns borrões na minha mente, talvez um fluxo ou a última coisa que vi após dormir totalmente.

B. F. F ⭐ Amigas ⭐3Onde histórias criam vida. Descubra agora