Capítulo 26

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Mal sabiam eles que a desgraça lhes rodearia a partir de agora.
A menina, junto com seus lindos olhos azuis, trazia algo mais além do mundo natural.
Ela, sem dúvida alguma era a maldição em forma humana.

....

Depois da visita ao orfanato, decidiram sair para almoçar.
E assim, ainda em silêncio seguiam a caminho do restaurante.

Victoria : Heri, quando poderemos levar a pequena para casa?

Heriberto : Não sei, mas segundo as normas do orfanato, temos direito de levá-la por 15 dias, será como uma experiência antes da adoção.

Victoria : Que bom. - sorri de canto.

Por incrível que pareça, uma barreira estava sendo criada entre eles. Nunca foi rotineiro passarem mais de cinco minutos sem conversarem nada, ou até mesmo trocarem frases cheias de monosílabos...

Victoria : Heriberto, o que está acontecendo com a gente? Desde que saímos do orfanato quase não conversamos.

Heriberto : Pare ser sincero, eu não sei. É um milagre estarmos tanto tempo em silêncio. Isso é assustador.

Victoria : Concordo.

Depois de chegarem ao restaurante, fizeram seus pedidos e ainda em silêncio comeram. Lhes parecia uma situação incomodo, eles queriam conversar, mas alguma coisa os impedia. Era como se ao tentarem proferir alguma palavra, suas línguas ficassem pregadas no céu da boca.

....

Na semana seguinte, a pequena Melissa já estava em casa. O processo de adoção ainda não lhes fora concedido, entretanto, puderam ter semanas de experiência com a pequena de olhos azuis.

Melissa : Que cãozinho lindo, posso brincar com ele? - perguntou com uma feição indecifrável. Aliás, tudo que a garota fazia, era fora do comum. Até sua maneira de falar era esquisita. Parecia ser fria como a neve.

Victoria : Claro querida, mas tente não se sujar. O Robby adora se lambuzar e lambuzar as pessoas, tome cuidado.

Melissa : Ele é quem deve tomar cuidado. - sorriu e disse em tom baixo para que ninguém a escutasse. - Parece que essa será a última brincadeira do Robby...

Victoria : Disse alguma coisa?

Melissa : Ah, não. Impressão sua,
M-A-M-Ã-E... - disse essa última palavra com cautela, analisando cada feição do rosto de Victória. Ao vê-la sorrindo feito boba, sorriu e saiu caminhando em passos lentos como se estivesse pisando na morte.

Maria : Mamãe, Oiiiii! Vim te ver. Parece que depois da chegada da pequena, esqueceu de mim.

Victoria : Claro que não, meu amor! A mamãe ama todas vocês por igual. - abraça a filha. - Como estão os meus netos?

Maria : Bem, muito bem. Onde está o Heriberto, preciso contar algo que o deixará feliz.

Victoria : Está no escritório. Vou chamá-lo.

Maria : Eu vou com você, mãezinha. - caminha abraçada com a mãe.

O que as duas não perceberam é que, dois olhos tão gelados quanto a neve, as secava. Sim, a pequena estava a observar cada passo de todos na casa.

Voltando ao que interessa...

Victória : Heriberto, meu amor! Temos visita. - sorri e aperta uma das mãos de sua filha.

Ao vê-la, ele sorri e vai ao seu encontro.

Heriberto : Maria! - a abraça forte. - Que bom te ver. Como estão meus netinhos?

Maria : Era precisamente sobre isso que eu queria falar. - dá um pequeno sorriso. - O Gabrielzinho... Ele...

Heriberto : Ele?

Maria : Ele falou a primeira palavra. E não vão acreditar, mas a primeira foi vovô.

Heriberto se põe um pouco triste, já que pensou que o pequeno havia se referido ao Osvaldo.

Heriberto : O Osvaldo deve estar feliz...

Maria : Ele não chamou o Osvaldo de vovô, chamou você! Estávamos vendo o álbum de familia, e ele avistou uma foto sua e da mamãe, então ele falou : "Vovô Berto".

Ao ouvir atentamente as palavras de Maria, o sorriso voltou a brotar em seus lábios e ele a abraçou forte girando-a no ar. Em seguida, foi a até sua amada Victória e a pôs nos braços também girando-a.

Heriberto : Nosso neto me chamou de vovô! - mencionava animado ainda com ela nos braços.

Victoria : Fico feliz, meu amor! Mas, me põe no chão, estou ficando tonta. - sorri e ele a atende.

Heriberto : E por quê você não o trouxe Maria? Quero ver meu neto!

Maria: É que Max levou as crianças para um passeio.

Heriberto : Bom, então você fica aqui com a gente é avisa ao Max que assim que ele chegar, venha junto com os meninos para cá. - disse ainda risonho.

Maria : Está bem, irei ligar para ele. Já volto. - saiu do escritório e tirou o celular da bolsa.

...

Victória : Oh, meu amor. Fico tão feliz em te ver assim. - acariciou a face do esposo enquanto olhava em seus olhos.

Heriberto : Eu tenho uma família meu amor... Eu tenho tudo! Uma mulher maravilhosa, filhos de coração e netos. O que mais eu poderia pedir? - sorri abraçando-a pela cintura.

Victoria : O que pedir eu não sei, mas sei algo que podemos fazer para comemorar... Não acha? - pisca para ele e morde os lábios.

Heriberto : Ah, eu também sei. E sei bem. - abre dois dos botões da blusa de Victória deixando a mostra parte de seu colo.

Victoria : Sim, você sabe muito bem. Bem até demais. - o beija de forma selvagem introduzindo a língua e a movendo lentamente, tornando o beijo ainda mais delicioso.

Enquanto se beijavam, Heriberto percorria com suas ágeis mãos, toda a cintura de Victória, apertando.

Em meio aos amassos, ambos não se deram conta de que não haviam trancado a porta e que estavam no escritório. Seguiram num ritmo caliente, até que Maria os interrompeu.

Maria : Ai, mil desculpas. Eu... Ah Santo Deus, eu não quis
interrompê-los... - falou tapando os olhos.

Victória e Heriberto caem na gargalhada.

Maria : De que estão rindo. Não teve graça. Eu estou constrangida. - rindo também.

Heriberto : Nos perdoe. Nos deixamos levar. Mas tudo foi culpa da sua mãe.

Victoria : Heriberto! - lhe deu um tapa no braço. - É, ele tem razão. A culpa foi minha.

Heriberto : Viu filha? Sua mãe é a pervertida da história.

... Enquanto isso no quarto de Melissa

Maria, a empregada, limpava tranquilamente seguindo sua velha rotina. Estava a limpar os móveis do quarto temporário da pequena, quando de repente algo lhe chamou a atenção. Algo brilhava em baixo do travesseiro da cama.
Se aproximou em passos lentos e quanto levantou o travesseiro, qual não foi sua surpresa. Ali estavam quatro facas... Facas pontudas e amoladas com marcas de sangue.

Ainda espantada, sua única reação fora gritar. Após se recompor, apressou o passou em direção a porta, iria contar para os patrões... Porém, alguém a deteve.

Melissa : Aonde pensa que vai? - sorriu diabolicamente.


Continua...


Olá, venho brevemente
saudar-lhes. Perdão pela demora. Estava pensando em abandonar a fanfic, mas não me dei a esse luxo.

Espero que tenham gostado.

Bjssss


By: Thaís Silva 🍃










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