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Estava passando por algo que já não era novidade em minha vida: mudando de escola. Tenho certeza que dessa vez nada vai mudar e uma hora aquilo vai acabar acontecendo, por isso já estou bem acostumado.
Apesar disto, acho que vai demorar um pouco mais de tempo para me descobrirem, essa escola é bem longe da minha antiga escola, que era em Busan. Não é culpa minha eu ser descoberto sempre, eu até tento ao máximo, mas tem algumas coisas que são realmente difíceis de esconder.
Por isso, dessa vez quero apenas ficar invisível, não vou tentar fazer amigos – não que eu tentasse antes, mas as pessoas se aproximavam de mim de qualquer jeito – e ser o mais discreto possível.
Ao entrar na sala de aula, sentei-me na última cadeira da primeira fileira do canto, a sala estava vazia. Jeon Jungkook e sua mania de ser pontual demais.
Aproveitei o fato de estar sozinho e peguei minha garrafa térmica de dentro da bolsa, tomei alguns goles do sangue que continha dentro.
Ah! Acho que vou ter que explicar isso. Bem, vivemos num mundo onde vampiros e humanos coexistem, certo? ERRADO!
A ideia, com certeza, pode ser para coexistir, mas isso nunca vai acontecer. Primeiro por que os humanos morrem de medos dos vampiros, como se fossemos andar sugando o sangue deles por aí o tempo inteiro. Coisa que não fazemos, até porque há regras quanto a isto e quem não seguir... sofre sérias punições.
Tomamos desde o berço – sim, geralmente nascemos vampiros uma vez que é proibido transformar humanos – um sangue semelhante ao dos humanos, fabricado pelo conselho de vampiros e distribuído para as famílias. Não faço ideia de como é feito, mas não é tão forte quanto dos humanos.
Não que eu já tenha provado sangue de humanos, é claro; se o tivesse feito, estaria morto nesse exato momento.
Há muito tempo, vampiros e humanos fizeram um tratado de paz para a coexistência. Nele, como já disse anteriormente, há regras quanto aos vampiros.
Primeiro: não se alimentar dos pobres humanozinhos de forma alguma.
Segundo: não manter qualquer relacionamento acima de amizade. Ou seja, não se apaixonar, não namorar.
Terceiro: não transformar humanos. Esse é meio óbvio.
Essas são as três principais regras, mas, existem outras também.
Tudo o que precisamos saber é: foda-se os vampiros e vamos apenas proteger os humanos.
Revirei os olhos enquanto pensava nisso e guardei a garrafa na bolsa novamente, em seguida enxugando os lábios molhados de sangue.
O problema é que temos que viver completamente escondidos, se formos descobertos numa escola, por exemplo, é expulsão na certa. Sem contar a humilhação...
Entraram vários alunos na sala enquanto eu os observava. Olhei-me num espelho para ver se meu olho não estava azul e suspirei aliviado; não estava. Não me sentia atraído pelo sangue das pessoas que entravam, na verdade, não me sentia atraído pelo sangue de nenhum humano mais... Talvez pelo costume de tomar aquele outro sangue.
Estava tranquilo até sentir um cheiro, junto com um gosto, doce vindo até a sala. Procurei de onde vinha; um garoto.
Ele tinha cabelos da cor laranja, e um sorriso perfeitamente alinhado no rosto; este que o deixava extremamente fofo, uma vez que seus olhos pareciam até que estavam fechados e ele também corava.
Sentou-se na cadeira à minha frente, passou a língua pelos próprios lábios, e parou de sorrir, em seguida virando-se para mim.
Okay, talvez eu estivesse olhando demais. Mas, não é culpa minha, seu sangue me atraía de alguma forma, ele parecia ser diferente.
— Aluno novo? — pergunta. Sua voz era linda.
Antes que eu pudesse responder o professor entrou na sala, e o laranjado logo virou-se para a frente. Quando o professor se sentou na respectiva cadeira, o garoto de cabelo laranja se levantou, fazendo reverência para que todos os outros se sentassem. Assim o fizeram.
Já vi isso antes, ele é o presidente de classe.
— Obrigado, Park Jimin. — agradece o professor — Temos um aluno transferido, já viu? — ele fala com Jimin, apontando pra mim, o garoto assente dando um sorriso sem mostrar os dentes. Não consegui ler o que aquele sorriso estava tentando passar. — Então, você, qual seu nome? — pergunta olhando para mim.
Fiquei nervoso, odeio apresentações.
— Jeon Jungkook. — digo baixo. O professor ri, como se debochasse, levantei o olhar para ele, confuso.
— Por que não vem aqui, se apresentar? — convida – lê-se manda – o professor. Suspirei e em seguida fui até ele em passos pequenos.
Olhei para a sala, todos me olhavam atentos – realmente não sei por que, não devem estar nada interessados —, até Jimin. Tentei olhar para o rosto dele disfarçadamente ao me apresentar.
— Meu nome é Jeon Jungkook — não sou muito bom em apresentações, apenas falei isso e fiz uma reverência, logo voltei a sentar-me. Ouvi cochichos femininos, estavam falando algo sobre... eu ser bonito?
Ri sem graça.
— Sua apresentação foi realmente emocionante, Jeon. — ouço o garoto da cadeira à frente falando e rio baixo.
x
Volto para casa todos os dias com o metrô, assim como também o uso para ir à escola. Agora seria minha primeira vez voltando com a ajuda do meio de transporte, então estava torcendo para não me perder. Entrei e optei por ficar de pé durante o percurso, mas comprimi os lábios ao sentir aquele cheiro doce novamente, Jimin – acho que é esse o nome dele – estava lá, sentado numa cadeira de frente para mim, no metrô.
Sorriu sem mostrar os dentes para mim e eu, por impulso, retribuí. Ele em seguida colocou um fone no ouvido e encostou a cabeça, relaxando com alguma música.
É bonito.
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bittersweet;; jikook
FanfictionNuma sociedade onde vampiros e humanos coexistem, é claro que haveriam regras. Uma delas era não se apaixonar por humanos, e essa foi a regra que Jungkook não conseguiu cumprir. ➹ fanfic inspirada no mangá orange marmalade. cover and fanfiction by y...