O melhor ano da minha vida

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                        Por Evie

Meu nome é Evie, tenho 16 anos e levo uma vida tranquila, ou pelo menos, levava, desde que minha mãe decidiu mandar a mim e a meu irmão para um internato o clima tem andado muito tenso, eu sempre imaginei como seria poder finalmente sair da “barra da saia da minha mãe”.

-EVIE DESCE JÁ, NÃO QUERO PEGAR TRÂNSITO. –Diz minha mãe que ainda insiste em gritar mesmo estando na porta do quarto.

Ela sempre foi o tipo mãe coruja “onde vai? Com quem vai? Que horas volta? Quem vai estar lá?” e todo esse blá-blá-blá, e é claro que eu odeio isso, sempre odiei. O fato é que quando eu tinha 13 anos, eu via todas as minhas amigas fazendo coisas maneiras, e eu? Estava em casa vendo once upon a time com minha mãe e meu irmão, e então ela disse que eu poderia fazer o mesmo aos 16, e adivinha quem tem dezesseis anos agora? Eu mesma. Tudo ia muito bem, até que...

FLASH BACK ON
-Queridos, a mamãe tem uma notícia incrível pra vocês. –Minha mãe diz animada, e como o silêncio se prolonga, meu pai continua.

-Vocês irão estudar em um internato.
Nesse momento, acabo cuspindo toda água que havia em minha boca soltando um longo e alto “NÃÃÃÃÃO” em seguida, mas era minha mãe, e como já era de se esperar, ela não desiste até conseguir o que quer.

-Não é escolha de vocês, é minha, e do seu pai, claro.

-Do papai? Há quanto tempo não o víamos? Dois meses? –Diz Demeter, meu irmão um ano mais velho.

-Ah, filho, vocês sabem que eu trabalho muito, e não mudem de assunto, vocês vão e pronto.

FLASH BACK OFF

E cá estou eu, linda e maravilhosa no banco de trás do carro da minha mãe, indo em direção a esse maldito internato que ficava a longas oito horas de distância, meu pai me disse que se eu não gostar, posso sair, mas não antes de seis meses. O que faço agora? Me afogo num copo de café, a propósito, amo café e bebo desesperadamente em estados de aflição, e sim, estou aflita com essa de morar na escola, meus pensamentos me levam pra longe e o calmante que eu tomei antes de sairmos faz efeito e eu acabo dormindo, acordando algumas horas depois pela voz da minha mãe, porém, finjo que continuo dormindo.

-Dem, me promete que vai cuidar da sua irmã?

Escuto um suspiro longo e imagino ser de Deméter .

-Como se a Evie precisasse de cuidados. Mãe, você precisa ser um pouco menos protetora, chega a ser ridículo.

Por mais que eu ame minha mãe foi impossível não pensar em um “TOMA ESSA COROA”.

-Não use esse tom comigo, garoto. –Ela diz tentando ser severa, mas sei que ela está querendo rir por dentro. –Mas e você? Deixou uma namoradinha esperando?

Francamente, não acredito que ela ainda insiste nisso. Desde que meu pai foi embora ela meio que se sente na obrigação de ter esse tipo de conversa com meu irmão, por mais que ele já tenha deixado bem claro que não quer falar disso. Ok, tenho que admitir que é um pouco estranho, e eu também já tentei conversar com ele sobre isso, e acredite, foi um total fracasso, a conversa tomou outro rumo e acabamos falando sobre meu relacionamento não assumido com Tyler...

FLASH BACK ON

-Você quer que eu compartilhe minha vida amorosa com você mas nunca me fala sobre a sua. E o Tyler? Ainda te ilude?

-Pare já com isso, Dem! –Disse com a voz carregada de mágoa. –Não há ilusão no nosso lançe.

-Ah, não? E como você nomeia o fato do cara te prometer um castelo e pegar todas as outras plebeias?

-Entenda que não é nada sério, nós só ficamos... De vez em quando.

Ele ri alto.

-E você, bobinha como sempre, se apaixonou.

Ok, essa doeu.

-SAI JÁ DAQUI, DEMÉTER! EU NUNCA MAIS QUERO FALAR DISSO COM VOCÊ, ENTENDEU?

FLASH BACK OFF

Bom, depois da conversa ficou bem claro que romances não era algo que deveríamos compartilhar.

O restante da viagem foi bem tranquilo, sem assuntos constrangedores, paramos umas quatro vezes pra comprar comida, e então chegamos. Desço do carro e fito tudo ao meu redor. Caramba, o internato é muito grande, muito mesmo, fico me perguntando quantos meses serão necessários para saber pra onde ir sem me perder.

-É assustador. –Falo pegando outra mala.

-Tenho que concordar. –Deméter diz e minha mãe nos lança um olhar severo.

Em questão de segundos um monitor se aproxima de nós e nos leva a nossos respectivos quartos. Como já era de se esperar, o dormitório dos meninos ficava em um andar diferente dos dormitórios das garotas, confesso que isso me fez lastimar um pouco, não que eu esteja pensando em invadir o quarto de algum garoto na calada da noite, ta bem, talvez eu tenha pensado nisso. Mas foco, Evie, foco.

Graças a minha querida mãe, que fez questão de sair o mais cedo possível de casa, fui a primeira a chegar no quarto, o que me deu direito de escolher a cama mais macia, depois de vários minutos ouvindo da minha mãe sobre como deveria me comportar e ligar toda semana, ela foi embora.

-Hey. –Escuto a voz de uma garota vindo da porta, assim que viro, me deparo com uma garota de cabelos ruivos e estatura mediana. –Você deve ser Evie Castellamary.

-Eu mesma. –Digo surpresa por ela saber que sou. –E você é algum tipo de vidente?

-De forma alguma. Tem o nome das garotas na porta do quarto, querida.

-Vamos lá...Primeiramente, eu não sou sua querida, e em segundo lugar, não sou tão atenta quanto pensa.

Ela sorri.

-Gostei de você. Sou Katerina Clark, me chame de Kat.  –Ela vem até de mim e me abraça, colocando suas malas em um canto do quarto.
De repente, uma mala cai dentro do nosso quarto sendo acompanhada por uma gargalhada alta o suficiente pra fazer eu e Katerina(não me sinto intima o suficiente para chama-la de Kat) olhar em direção a porta.

-Ah, oi! –Diz uma garota baixinha de cabelos pretos e longos. –Esse será o nosso covil?

-Quarto. –Katerina a corrige e vejo pela expressão da garota que ela detestou, mas o clima muda quando ela começa a rir desperadamente. –Por Deus, ela está drogada. –Katerina observa chocada.

-Eeeeeeu? Claro que não, talvez um pouco bêbada, mas não será hoje que me verá drogada. Confiscaram metade da minha maconha. Ah, sou Clarisse. –Ela faz uma reverência, o que me faz ri. –Mas também atendo por gostosinha da web.

Kat e eu começamos a ri da situação.
-É uma longa história. –Clarisse diz jogando-se sobre a cama do meio.

-Este com certeza será o melhor ano da minha vida.

Lost in rotation Onde histórias criam vida. Descubra agora