Pequenas coisas

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POV EVIE

O fim das aulas de sexta chegou mais rápido do que o esperado, e pra falar a verdade isso foi um alívio pra mim, essa semana foi um lixo.

-O que a gente vai fazer no sábado? –Clarisse pergunta colocando umas mudas de roupa na mochila, enquanto Kat e eu fazemos o mesmo.

-Balada? –Sugiro.

-Ou a gente pode chamar uns amigos pra ir lá em casa, uma social, ver um filme, algo do tipo. –Kat fala sentando na cama de Clarisse.

-Ótimo. –Digo e Clarisse concorda. –Ei, alguém tem notícias da Marjorie?

Silêncio.

-Que estranho. –Digo por fim. –Então, já vou indo, minha mãe deve ta me esperando lá fora. Vocês levam minhas coisas pra casa da Kat?

-Claro. Ela te deixa lá em casa ou...

-Sim sim. Até daqui a pouco.

Assim que saio do quarto vejo Peter conversando com Júlia, ele parecia irritado com ela. Caminho até lá e dou um beijo demorado nele.

-Ah, você ta aí, nem percebi. –Digo para Júlia e ela me fuzila com o olhar.

-Eu te levo até o estacionamento, amor. –Peter diz passando o braço por minha cintura. –Tchau, Júlia.

-Do que vocês estavam falando? –Pergunto quando atingimos uma distância em que tinha certeza que ela não me escutaria.

-Nada demais. Dever de história. –Responde me dando um beijo no rosto.

-E você ficou irritado por causa disso? –Pergunto agora alcançando um tom mais sério.

-Ué, eu não gosto de história. –Ele faz graça e eu ganho distância dele, andando rapidamente até o estacionamento, enquanto ele tenta me alcançar.

-Evie. –Chama manhoso. –Qual é?

Paro procurando o carro da minha mãe , ele vem até mim e segura minha mão, me fazendo virar para ele.

-Você nunca teve ciúmes de mim. –Diz afastando uma mecha de cabelo.

-Você nunca tinha me dado motivos.

-E que motivos eu estou dando agora?

-Tá mentindo pra mim. –Respondo fria. –E sabe o quanto eu odeio mentiras.

-Eu não estou mentindo pra você. –Suspiro cansada e puxo minha mão da sua. –A Júlia veio fazer piadinhas sobre nós dois. E sobre o seu irmão.

-Essa menina não cansa de tentar nos separar? Eu tô de saco cheio disso, juro que ela pode falar o que quiser de mim, nem ligo. Mas não sobre meu irmão. –Ele me abraça. –Não sobre nós.

-Não dá bola, é o que ela quer, okay? –Diz e ficamos abraçados por uns segundos enquanto ele acaricia meus cabelos. –Te amo.

-Oi, filha. –Ouço a voz da minha mãe atrás de mim, e logo me viro. –Tudo bem, Peter?

-Tudo, Dona Mayla. E a senhora, como vai? –Peter pergunta simpático.

-Bem. Na medida do possível, filho. Vamos, Evie?

Assinto e dou um beijo que dura uns 10 segundos em Peter.

-Te amo. –Digo e dou outro selinho nele.

-Amo você. –Responde sorrindo. –Tchau, Dona Mayla.

-Tchau, querido.

Caminho com minha mãe até o carro, no início ficamos em silêncio, mas como sempre, não consigo ficar de mal com ela e ao chegarmos no restaurante acabo contando sobre como foi minha semana, os ensaios para a peça, sobre Peter e eu, e como eu estou apaixonada, a viagem, e todo o restante. E obviamente, aproveitei o momento pra ela assinar a permissão para eu ir na viagem.

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