A Festa

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POV MARJORIE

-Eu não estou te obrigando a ficar aqui comigo. -Digo à Clarisse.

Estavamos tendo essa conversa a  uns trinta minutos, eu decidi que não vou a festa da Mandy, ela pirou e agora caminhamos para a segunda briga. A primeira foi quando eu contei pra minha tia sobre minha gravidez, ela ficou falando um monte sobre ela contar pro meu pai e ele surtar e toda  essa história.

-Qual é, Marjorie, todo mundo vai.

-Como minha tia sempre diz, eu não sou todo mundo. -Digo já cansada.

-Facilita, por favor.

-Você que tá  complicando. Se quer ir, vá e pronto. Mas não queira me forçar a ir também. Divirta-se por nós duas e ta tudo certo.

-Você que sabe. 

Dito isso, ela sai e bate a porta do meu quarto, respiro fundo e fecho meus olhos disposta a tirar um cochilo.

POV EVIE

Peter e minha mãe tiveram uma conversa que durou mais ou menos cinco minutos antes de virmos pra festa, nem preciso dizer que foram cinco minutos revirando os olhos, né? Agora estava na sala onde, segundo Peter, rola a maior parte da diversão das festas da Mandy. A primeira pessoa que reconheci foi Clarisse, estava participando de passa-a-bala, resumindo a brincadeira: as pessoas ficam em círculos, e alguém coloca a bala na boca e vai passando para  a boca de outras pessoas, quem estiver com a bala quando ela acabar tem que tirar uma peça de roupa. O problema é que os beijos tinham que ser rápidos, mas quando chegava na vez de Clarisse ela sempre passava cerca de 30 segundos beijando a pessoa em seu lado, as pessoas da roda riam e aplaudiam.

-Sua amiga tem alguns parafusos faltando. -Peter diz me entregando uma bebida fraca (amanhã é dia de morte, ops, aula).

-Tipo todos, né? E aí, quer participar dessa brincadeira?

-A única boca que eu quero beijar tá na minha frente. -Ele diz e tasca um beijo em meus lábios.

QUE. BEIJO.

QUE. PEGADA. MARAVILHOSA.

-Sinto falta de quartos. -Digo e ele ri. -E aí, vai querer perder de mim no pebolim?

-Perder? -Ele ri. -De você? -Mais risos.

-Ué, vem que eu te mostro quem é a mestra aqui.

Rimos e ele me acompanha até a mesa de Pebolim, ah, e sim, eu sou muito boa nesse jogo, pratico desde criança  com Démeter. 

POV MARJORIE

Adivinhem que é nesse momento a pessoa mais inconstante do  mundo? Eu mesma. Acabei de decidir que vou a festa. Mandei mensagem pra Clarisse avisando, foi enviada, entregue, visualizada e ignorada com sucesso. Mas que se dane. Pedi minha tia pra ir me deixar e comecei a me arrumar. 

-Você vai ou não? -Minha tia chama entrando no quarto.

-Vou. -Pego minha bolsa e me olho no espelho. -Mano, eu sou a definição perfeita de mulherão da porra.

-De pessoa convencida também. -Minha tia ri e nós caminhamos para fora da casa.

Demoramos pouco pra chegar na festa, considerando que minha tia desconhece aquilo chamado limite de velocidade.

Desço do carro e ela me chama.

-Ei, já sabe né? No máximo dois copos de bebida e...

-Eu sei. Te amo.

Ela sorri e sai com o carro em uma velocidade altíssima.

No lado de fora da casa tem um aglomerado de pessoas cantando algo que reconheço assim que escuto. Despacito. Céus, essa música não sai de moda. Algumas pessoas que eu não faço ideia de quem são falam comigo, e eu aceno somente. Vou diretamente para a mesa das bebidas e pego um copo de refrigerante, vejo que Clarisse vinha falar comigo, mas saio antes que ela chegue. Caminho em direção a musica e chego ao jardim da casa, estava tocando Florence, começo a cantar e dançar loucamente, e eu que sempre achei clichê e idiota a frase "não preciso de álcool pra me divertir" agora concordo plenamente. Sinto mãos em minha cintura e viro-me.

Lost in rotation Onde histórias criam vida. Descubra agora