Para cada ação, uma reação

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POV EVIE

Pressiono os olhos na tentativa de acordar desse pesadelo, a minha frente estava a diretora, Peter, Marjorie e o pior de tudo: Nossos pais.

-Meninas, só faltavam vocês. Sentem-se.

O olhar da minha mãe era acusador e isso já era suficiente pra me fazer querer sair correndo dali, sento o mais longe possível da mesma.

-Achei que vocês não estavam na cidade. -Clarisse fala pro casal ao seu lado e em resposta recebe um olhar frio.

-Então, senhores e senhoras.

-E senhorita. -Uma moça de cabelos escuros e nova demais pra ser mãe de qualquer um ali responde.

-É claro, irmã do Senhor Vanderwall, certo? -A diretora pergunta e a moça confirma com a cabeça. -Os chamei aqui porque como dito na ligação, os filhos de vocês perderam todo o período de aula ontem e como se ja não bastasse, a ficha noturna não foi assinada, o que nos leva a pensar onde eles estavam.

-Responda, Peter. -Um homem de terno preto e aparência rígida fala.

-Também adoraria saber o que tens a dizer, Evie.

O silêncio se instala na sala.

-É... Nós formamos um grupo de estudo. -Marjorie diz e a diretora ri.

-Então vocês ficaram o dia todo estudando? -O pai de Peter volta a falar.

-Isso. E a noite nós... Estávamos cansados e acabamos pegando no sono na biblioteca. -Clarisse complementa.

-Nenhum de nós aqui nasceu ontem. E creio que assim como eu, seus pais também não acreditaram nessa, mas como as câmeras da escola não estavam funcionando não podemos provar.

É PRA GLORIFICAR DE PÉ, IRMÃOS.

-Mas a ação de vocês terão consequências. Uma semana na detenção. E quanto aos senhores e as senhoras, espero que consigam uma resposta mais convincente de seus filhos e caso seja necessário, notifiquem a escola.

-Podemos ir? -Clarisse fala.

-Antes quero que me respondam uma coisa, e espero total sinceridade. Vocês passaram o dia na escola ou de alguma forma conseguiram escapar daqui?

Trocamos olhares entre nós.

-E como conseguiríamos se há cerca elétrica? -Crio coragem para responder.

-O que por si só já é um erro, esse local é uma escola e não um presídio. -Marjorie fala.

-Minha sobrinha tem razão, diretora. -A moça que agora sei que é tia da Marjorie fala em tom acusatório.

A diretora apenas analisa nossas expressões e o sinal que declarava que o último período de aulas tinha acabado é acionado.

-Arrumem suas coisas para irem pra casa. Os pais, fiquem por favor, quero terminar minha conversa com vocês.

Saio da sala praticamente correndo pra não encarar minha mãe e vou pro meu quarto acompanhada de Peter. Assim que chegamos, paro na porta.

-Nos vemos no fim de semana, então?

-Se minha mãe me deixar sair depois dessa. -Falo pondo minha mão sobre seu rosto. -Eu te aviso, ok?

Ele assente e olha pros lados.

-Que foi? -Indago.

Ele vira pra mim e me beija, o beijo não durou muito porque algumas garotas começaram a sair dos quartos comemorando o início do fim de semana. Rio e dou outro selinho nele.

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