Capítulo 25

6.3K 723 78
                                    

André

Depois que Laila teve aquele ataque de pânico, eu achei que era melhor levá-la embora dali. Segui uma direção para a entrada do brinquedo e quando encontrei o parque iluminado e movimentado, olho para trás para ver se Laila estava bem. Ela não estava mais lá e meu coração dá um salto.

Mas para onde ela foi agora? Vilto todo o trajeto que fizemos juntos e não vejo ela em parte alguma. Um ronco de motor agudo e frenético ecoa pelas paredes improvisadas e um grito desesperador e o grito de Laila.

- Laila! - grito na tentativa de fazê-la me escutar.

Eu sei que é inútil, mas eu tenho que alcança-la. Eu não devia tê-la convencido a entrar. Eu errei como sempre, falhei no dia em que aquele monstro as pegou e falhei agora. Corro o máximo que eu posso, já sentindo a queimação em meus pulmões é  tangível.

Vejo um cara alto levantando a serra elétrica e Laila sentada num canto encolhida, enquanto grita desesperada. Empurro o cara fom a fantasia de Jason e digo.

- Chega! Não está vendo que ela está assustada?

- Faz parte da encenação, senhor. - responde ele.

- Eu sei, mas releva né?!

- Desculpe, senhor.

Vou em direção a Laila e a seguro enquanto vejo as lágrimas descerem no seu rosto e ela me abraça forte pelo pescoço e retribuo.

- Shhh, estou aqui! - tranquilizo-a.

Pego ela no colo e me dirijo a saída do brinquedo enquanto ela mantém o rosto úmido enterrado em meu pescoço. Saiu da estrutura improvisada e a coloquei num banco um pouco distante de nós e ela cobriu o rosto ao nos separarmos. Me sento ao seu lado e fico-a olhando.

Aliso seus cabelos lisos e castanhos,  eles são suaves e sedosos. Agora muito bem cuidados. Penalizado com sua situação.

- Onde você estava? - sua voz saiu fraca e chorosa.

- Ele estava voltando para o ponto de partida e achei que você estava vindo atrás de mim, me desculpe. - peço.

- Ai que medo, Deus. Nunca mais entro num brinquedo assim!

- Eu sei, quer ir embora?

- Não...me desculpe, eu só odeio tudo com rótulo de terror.

- Então, gostaria de ir na roda gigante?

- Sim, parece menos assustador.

Me levanto e ofereço a minha mão, ela a segura trêmula e sorrio. Caminhamos por todo o parque e encontramos a enorme fila que se aglomerava para entrar na roda gigante.

- Bom, vou pegar algo para comermos. - digo.

- Ta bom, não demora. - diz mais tranquila.

Corro em direção a uma barraca de cachorro quente próximo ao brinquedo e peço dois cachorro quentes e dois refrigerantes, ele me serve e pago em espécie e quando volto vejo Laila me olhando distraidamente. Há algo diferente no seu olhar, como uma esperança de algo. Eu não consigo definir o que é,  o que me deixa incomodado e logo eu que desvendo mistérios bem rápido.

Delegado Sedutor - Livro 1 (Repostagem) Onde histórias criam vida. Descubra agora