Capítulo 61

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André

Acordo com um aroma gostoso que vem pela porta. Obviamente é Laila, fazendo algo gostoso para mim. O sol banhava, parcialmente, meu quarto. E, surpreendemente, meu amiguinho de baixo está dolorido. Não é para menos, ela acabou comigo ontem.

Me levanto e dou um gemido abafado,  e passo a mão nos cabelos desgrenhados. Olho para baixo e vejo meu amiguinho de baixo murcho, enrugado e acabado. Riu baixo. Visto apenas uma bermuda e vou direto para o banheiro, fazer minhas higienes.

Tomo um banho gelado e relaxante, nesse calor escaldante, uma água gelada faz bem. Molho meus cabelos e relembro da minha noite mais comtemplada, os carinhos trocados, os beijos quentes dos seus lábios rosados e carnudos, seu sorriso, tudo.

Após alguns minutos, termino e vou me arrumar. Felizmente, resolvi tirar o dia de folga hoje, curtir minha menina. Penteio os cabelos para trás e depois o sacudo para ficar desgrenhados mas com classe. Fico sem camisa mesmo, já que estou em casa e pretendo curtir a tarde com ela.

Ainda me sinto curioso pelo que a fez voltar. Ainda temos que conversar. Chego na sala e vejo a mesa do balcão composta por um café da manhã incrível. Há torradas, pães de forma, frutas, suco, geléias, nutella, pão de milho e entre outros.

Por que as mulheres acham que eu como todas essas coisas? Tecnicamente, eu posso ser enorme, mas isso é resultado de anos teabalhando como delegado. Uma vida extremamente agitada. Nunca dormi tão bem como essa noite.

A noite mais longa de todas. Percebo que Laila ainda não notou a minha presença e me aproximo sorrateiramente e me sento na cadeira e a fico observando, dançar e tafarelar.

No mesmo instante que ela se vira e me vê, dá um grito e deixa a jarra de suco cair no chão e me mato de rir.

- Por que não anunciou sua chegada? Você quer me matar? - diz ela, arfante.

- Desculpa, é tão linda quando dança e canta na cozinha. - continuo rindo. - Mas isso tudo é para mim?

Ouço risadas misturadas e vivas atrás de mim. Como se não bastasse, meus irmãos estão na minha casa, sentados no sofá, como se tivessem sido convidados. Odeio quando eles aparecem sem avisar. Eles não tem a menor noção da vuda e muito menos do tempo.

Meu estômago se contorce e estou claramente irritado. Olho para Laila que parece não entender porque estou tão furioso. Eles são meus irmãos, claro, inconvenientes, chatos e estraga-prazeres. Como eu não pode imaginar suas visitas tão inesperadas como a de uma infestação de baratas francesas? Ótimo, vou aplaudi-los por me deixar sem espaço para conversar para a mulher maravilhosa toda ensopada de suor na cozinha.

Bem, eu não como mesmo tudo isso, bebo suco mais no calor e neste Verão estou mesmo precisando me hidratar. Mas não dispenso o meu café bem forte de manhã,  que me dá energia extra para me manter de pé. Sou pura cafeína.

Eles param e se levantam e arqueio uma sobrancelha.
E eles pigarreiam.

- Que bonito, seu André. E a gente veio na esperança de tirar da masmorra. - diz Gabriel.

Henrique sorri de orelha a orelha.

- Ora, só perdemos tempo.

- O que fazem aqui? O que eu disse sobre "telefone"? - pergunto.

- E o que falamos sobre você não atender a chamadas da sua família? - dizem juntos.

Reviro os olhos e aponto para as cadeiras vagas. Eles se sentam e esfregam as mãos e bufo. Olho para Laila que esconde um sorriso sarcástico nos lábios.

- E você, por que deixou eles entrarem? - pergunto, um pouco irritado.

- Ora, eles são seus irmãos, como não deixaria?

Ela ri divertida com a situação e Gabriel arqueia a sobrancelha num gesto irritantemente repetitivo. Eu me sinto exposto, nu. Meus irmãos, sempre chegam na hora mais inconveniente e aposto que não é recado da minha mãe, segundo eles, retirar-me da masmorra. Eu quero que eles vão embora e me deixem sozinho com a minha garota. Já sinto meu pau latejar por debaixo da bermuda ao ver o corpo dançante da mulher sexy atrás do balcão da cozinha.

Sinto seus olhares maliciosos sobre mim, porém discretos o suficiente para que só eu percebesse. Sorrio maliciosamente e dou um gole no meu café forte com adoçante. E deposito novamente na mesa e meus irmãos se deliciam com torradas, pão de milho e suco.

Odeio a inconveniência desses dois vagabundos ao meu lado.

Então, eles me atacam o rosto com algo espesso e gelado. Rosno de raiva e passo o dedo e vejo que se trata de nutella.

- Vocês não crescem não? - rosno furioso.

- Ah, qual é, estamos só zuando com tua cara...- diz Gabriel.

Sorrio forçadamente e me levanto, eles franzem as sobrancelhas. Pego a tigela de suco e ando até eles que se encolhem para trás, com olhares apelativos.

- Que tal os vagabundos arrumar o que fazer fora daqui?

Cara de mal.

- Oh, delegado não nos castigue, ppr nossa falta de amadurecimento!

Reviro os olhos e jogo tudo neles, pelo cheiro é maracujá. Vai ser bom, para acalma-los no caminho.

- Aaaaah, qual é André, mau humorado?! - diz Henrique e Gabriel se levanta para tirar a maior parte do líquido de sua roupa social.

- Melhor vocês irem embora.

Gabriel fecha a cara e vai ao meu quarto e pega uma das minhas camisas. Uma da para Henrique e a outra ele colocou.

- Depois você vai lavar, essa camisa custou caro, maninho.

Sorrio forçado e caminho até a janela. Laila, se senta neste momento e conversa animadamente com meus irmãos. Parece nem que eu existo, porém tenho de conversar com ela, sobre muitas coisas. Ainda há espaços que quero entender o motivo que nos impede de ficar juntos. Quero saber, por que não posso ouvir o seu "sim".

Se ela me ama como eu acho que ama, porque não acaba com este meu tormento? Por que não começamos a planejar o primeiro passo do nosso felizes para sempre? Eu não quero mais esperar, mas também não posso falar na frente dos meus irmãos.

Eles iriam me zombar, diminuir, até o fim dos tempos. Não posso aguentar piadas sobre meu lado sentimental. Não mais, depois que sofri encarnação por um ano meio graças à Lorena.

Eu não sei porque ainda penso nela, eu me odeio por isso. Me volto para os visitantes indesejados.

Vão embora, quero comer minha mulher e lhe tirar satisfações, grito mentalmente.

Me sento entre Laila e Gabriel, que ri baixo e Laila parece gostar desta conversa.

Olho para ela, e, mesmo que tente manter minha raiva, só de olhar para ela e seu sorriso. Uma centelha de chama flamenjante aquece meu coração e me acalma. Me desnorteia, me desconcerta, me faz esquecer tudo o que devo esquecer.

Meu coração explode de amor por ela.

Não consigo pensar direito na sua humilde presença. O que há comigo? Estou muito, muito apaixonado por ela, e vou fazer questão de que ela saiba disso.

Delegado Sedutor - Livro 1 (Repostagem) Onde histórias criam vida. Descubra agora