Capítulo 36

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Laila

Estou completamente ferrada, Lizandra não vai arredar o pé. Eu tenho que falar, mas não encontro jeito para iniciar uma conversa tão delicada como essa. Depois que o mixroondas apitou, sinalizando que a contagem havia cessado. Retiro o pote quente, e deposito na mesa de plástico e inicio minha degustação.

O que é para ser um momento relaxante, acabou não sendo. O desaforo que recebi de Lorena, da pressão que recebi da Liz, tudp faz criar uma confusão severa ma minha cabeça. A dor de cabeça só aumenta, à medida que o tempo vai passando.

Eu tenho que me decidir,  pois sei que Lizandra não vai facilitar, não importe o quanto eu peça, ela vai dizer que eu tenho que fazer. Mas não estar preparada para isso é como travar uma forte batalha se devo ou não jogar do precipício, e, falar sobre meus sentimentos por ele, me deixaria na beira do precipício.

O gerente entra com cara de poucos amigos e me olha.

- Apresse-se, os clientes estão chegando. - diz ele, saindo sem ouvir minha resposta.

- Bom, termine de comer, eu assumo, por enquanto, mas não demore. - diz Lizandra.

- Obrigada, Liz.

Ela abre um sorriso confortador e sinto meu coração acelerar quando a imagem de André me vem a cabeça. Um homem jovem e lindo, que fazia qualquer garota suspirar, lembro da cena do abraço dos dois e sinto meu coração enfraquecer a medida que o flashback ganha mais força.

Sinto novas lágrimas brotarem em meus olhos, ele não vai aceitar e vai se afastar de mim, eu sei que vai.

Termino meu almoço e volto para o meu posto. Sinto-me vigiada a todo instante, isso me incomoda mas tento ignorar essa sensação. Aliso meu peito novamente, para aliviar o mau pressentimento que vinha com força total.

Tento focalizar em meu trabalho e me sento ao lado de Lizandra. Ela me olha desconfiada e volta ao seu trabalho. Meu celular apita debaixo do balcão dentro da bolsa e olho para os lados e o pego. Era uma mensagem de um número desconhecido.

Número desconhecido:
Apareça no apartamento do André à noite...não pergunte, apenas faça. Vai saber o porquê...

Franzo as sobrancelhas e guardo o celular e há um cliente me esperando impaciente. Me desculpo e logo faço meu serviço.

Está escurecendo, o tom roxo escuro do céu significava o fim do dia, meu tempo estava acabando. Lizandra arruma suas coisas e suspira cansada e está rabugenta.

- Amanhã, virei para saber o que aconteceu entre você e ele. - diz ela, com os olhos semicerrados. - Boa noite.

- Lizandra...

- Hoje!

Ela se vai pela porta da frente e a acompanho até ela se afastar na rodovia com sua Honda preta. Marciel aparece mexendo em seu celular e me olha com um sorriso caloroso.

- Vai ficar? - pergunta ele.

- Não, estava só pensativa.

- Aceita carona?

- Pode me deixar num lugar?

- Claro, vamos.

Delegado Sedutor - Livro 1 (Repostagem) Onde histórias criam vida. Descubra agora