Capítulo 48

4.3K 475 12
                                    

André

Quando acordei dentro da área de serviço dos funcionários e vi Luís morto a queima-roupa, entendi tudo. Cristina é uma das mensageiras do Cloyd. Mas não é possível, na minha cabeça, ele está preso no FBI, está na sua cela de penitência máxima. Eu o vi ser algemado e colocado na viatura da Polícia Civil. Mas o que está acontecendo?

Pego meu celular caído no chão e vejo a tela trincada com apenas um risco, mas ele funciona perfeitamente. Disco duas vezes o número de Daniel, que não atende. Fico enfurecido e não vejo o meu carro onde deixei. Por quanto tempo fiquei desacordado?

Ligo para Carlos, e explico o ocorrido e ele disse que já vinha resolver o caso.

Tempo depois, quatro viaturas cjegam com os agentes que checam o local do crime, Carlos se aproxima de mim e franze as sobrancelhas ao ver o sangue escorrendo da minha cabeça.

- O que houve? - pergunta ele.

- Eu estava resolvendo algo com uma garota que ameaçava minha vida, quando levei uma coronhada na cabeça e ainda acordei ali...- digo e aponto.

- André, abre teu olho, isso ainda vai resultar no fim da tua vida. - alertou ele.

- Agora, Daniel sumiu e eu não sei o que pode ser isso.

- Já tentou ligar?

- Sim...

- Tenta de novo.

Pego meu celular e por sorte ou coincidência, Daniel está ligando.

- Alô...

- Onde você está?  - pergunto furioso.

- André...

- Onde você está?

- Na rodovia interestadual, preciso te contar uma coisa...

- Ta bom, me aguarda aí.

Olho para Carlos com a sobrancelha arqueada. E ele nega com a cabeça.

- Não está fácil demais?

- Não sei, mas ele é meu melhor amigo, se ele precisa de mim eu quero ajuda-lo.

- Cuidado, rapaz.

Assinto e penso em correr, mas me lembro que meu carro foi roubado pela loira raivosa e olho para Carlos.

- Leve o meu carro! - diz e me joga a chave e sorrio em agradecimento. - Boa sorte, vai precisar.

- Valeu!

Corro até o carro e destravo o alarme e vejo um Palio vermelho encostado. Entro nele e dou prosseguimento na direção.

Chegando na interestadual que dá acesso ao Paraguai. Peguei muitos transportadores de cocaína aqui, por isso a reconheci e vejo Daniel no acostamento sentado, lia alfo em um papel pequeno e franzo as sobrancelhas.

O que ele está fazendo aqui é o que está me agoniando. Estaciono o carro e vejo que não há carro nenhum na estrada, afinal caminhão de transporte não iria passar por essa hora, estou tranquilo. É início da madrugada e o céu estava escuro com alguns raios da luz prateada da lua.

Desço do carro e ele se levanta rapidamente com um sorriso maior que o próprio rosto. Continuo confuso e ele junta as mãos nos quadris.

- Sabe quem voltou?

- Quem?

- Cloyd.

- Não, eu o prendi e o extraditei para o Estados Unidos. Se falasse Cristina eu até acredito.

- Ele nunca foi preso, André. - diz Daniel firmemente.

- Não é possível! - exaspero. - Ele vai atrás dela.

- Tenho que te contar uma coisa...

- Fala...

Ele suspira e passa a mão no cabelo e me olha de uma certa forma, triste. Ele nunca foi assim, sempre brincalhão. Mas nunca foi de mentir, sei que ele pode estar falando a verdade, até então é ver para crer.

- Minha mulher foi sequestrada e está grávida. Recebi uma notificação anônima que se eu quisesse salvar o meu anjo eu tinha que seguir conforme o que ele mandasse.

- Por que não contou isso quando te perguntei?

- Não podia, arriscar a vida da minha mulher para você se envolver seria o pior de tudo. Quando encontrei com ele, vi de quemvse tratava e me pôs contra a parede.

- Encurta...

- Ele queria que eu o traísse para atrair a Laila até aqui. Mas, no caminho vi Cristina apanhar feio dele...

- Até concordo com ele...

- André!

- Continua...

- Ele muda os planos como troca de cueca. Ele queria que eu te chamasse aqui. Para te levar para um lugar a qual ele me daria as coordenadas e quando Laila chegasse eu te mataria na frente dela e depois ele a mataria.

Eu estou boquiaberto com aquela revelação. O pior de tudo não é saber ele ele faria isso, mas não ter confiado em mim o suficiente para ajudá-lo. Não se dá mais para confiar em ninguém.

Dou as minhas costas sem acreditar no que ele acabou de falar.

- Pelo menos sabe onde ela está?

- Agora sei, graças a Cristina.

- E acha que é tão fácil assim? Eles vão deixar você encontrá-la sem nenhum empecilho?

- Não sei, só quero salvá-la.

- Mas isso fica longe pra caralho!

- Eu sei...mas tenho que tentar...

- Você iria cumprir a promessa?

- Claro que não. Eu ia dar um jeito.

Balanço a cabeça positivamente ainda desconfiando de suas ações. Sigo em frente e Daniel me acompanha no pocesso lento de entrar na mata do acostamento e pego minha linda apontando para o chão, o verde escuro atrapalha um a visão,  nos deixando com certa dificuldade.

Uma cabana abandonada no meio do mato, não é boa coisa. Eu posso sentir o ar sombrio que aquele lugar passava. Eu sinto que vai acontecer alguma coisa, porém não consigo tirar conclusões assim, para isso um delegado serve, para criar hipóteses e juntar as provas que incriminam o suspeito indiciado.

Meu trabalho árduo é algo que não consigo mesmo entender porque fui escolher logo a profissão mais difícil do planeta, porém, gosto de sentir o perigo e ver a adrenalina percorrer minhas veias como nitrometano.

Avançava lentamente mais a fundo daquela mata sombria e só via verde escuro e nada de cabana. Eu sei que está escuro e isso é muito longe. Temos que arranjar os detalhes para que nenhum dos dois percam a vida.

- Vamos voltar não podemos alcançar a cabana nessa escuridão. Estoy cansado, com dor e uma forte enxaqueca, podemos voltar amanhã d manhã com alguns homens.

Ele suspira triste.

- Vamos salvar a sua mulher.

Delegado Sedutor - Livro 1 (Repostagem) Onde histórias criam vida. Descubra agora