Capítulo 45

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André

A única coisa que eu podia fazer nesse momento, é ver o ônibus seguir o seu rumo para onde quer que estivesse indo. Abaixo minha cabeça e meu coração lateja de dor por dentro tanto, que tenho a impressão que não vou aguentar, mas eu não posso fazer nada.

Eu tentei impedir, ela não quis, agora o que me resta é voltar para delegacia e resolver algumas questões que surgiu e tráfico de drogas. Voltamos a velha estaca. Volto para o meu carro com aspecto cansado e me penalizo dele.

- Você vai rodar mais um pouco, tá?! - digo alto.

- O senhor está bem? - pergunta uma senhora ao meu lado, parece assustada.

- Estou sim...

- É, porque vi você falar sozinho.

Sorri fracamente.

- Não, só pensei alto, obrigado pela preocupação.

- Certo, sabe se ela te ama, vai voltar...- diz a senhora e dá uma piscadela.

Franzo as sobrancelhas e tento entender o que foi isso. Ela entra no seu taxi e se vai. Desisto de tentar entender e entro no meu carro e suspiro fundo e fecho os olhos.
Como fui capaz de deixar ela pensar que eu a humulhei? Não quero que ela pense isso, mas é tarde demais.

Ligo o motor e dou partida para minha delegacia. Resolver questões e mais questões. Meu celular toca novamente e atendo.

- Alô?

- E aí, delegado, vai sair esta noite? - pergunta Gabriel, já conheço sua voz.

- Não vai dá,  Gabriel.

- Ah qual é? Fica trancafiado na delegacia?

- Fiquei com o trabalho mais difícil, né Gabriel?!

- Quem disse, que meu trabalho é fácil?

- Tchau, Gabriel. Estou na estrada agora.

- Beleza, tchau.

Jogo meu celular no banco e sinto meu coração se apertar. Eu sei que não fui um dos melhores homens e nem soube dominar a situação. Estava confuso e fechado para tudo, não percebi que estava apaixonado por ela, desde o momento em que a vi. Minha intenção, é que dizendo a verdade sobre o que sinto, mesmo ainda sendo bastante difícil, mudaria tudo. Mas não foi bem o que aconteceu, ela me rejeitou sem ao menos dizer o porquê.

Enfim, mesmo que a amasse e que, talvez isso fosse recíproco, não posso obrigar ela a ficar do meu lado. Na verdade, eu sei o que eu sinto mas ainda penso em Lorena e p que a fez fazer aquilo. A confusão de sentimentos volta com toda força e me sinto desprotegido com isso.

Eu preciso agora é de um tempo mesmo para pensar e pôr meus sentimentos em ordem. Não posso ficar choramingando por uma mulher que se culpa diaramente por ter feito nada. Eu não ligo para o passado dela, fico descontrolado quando vejo suas cicatrizes lá, para se proteger de algo pior,  ela não podia se auto julgar por uma coisa que não aconteceu.

Resultado disso foram as torturas que passou na mão daquele idiota. Agradeço por ter chegado a tempo e ter salvo as duas, lembro-me da fisionomia de Cloyd, seu jeito frio e calculista. E mesmo assim, eu fui firme e o prendi. Mesmo achando, que estava fácil demais.

Ele parece o tipo de bandido que não abriria brecha para qualquer policial se aproximar, em sinal disso, estava as provas, ele fugiu do FBI durante um bom tempo, de nós também sempre falsificando pistas para que ele pudesse sair sem problemas do país com as vítimas. Maioria deve estar morta, mas tenho sorte de ter buscado Laila ainda com vida. Ela é forte e deve saber disso.

Após um tempo dirigindo e exausto, olho o relógio e vejo que vai dar meia-noite. Bufo e paro em frente ao meu prédio. Fico alguns minutos dentro do carro, pensativo e lembrando das palavras duras de Laila.

Eu procurar a Lorena? Por que diabos eu faria isso? Deixo esses pensamentos de lado e saiu do carr9, travando as portas e ativando o alarme e encontro o porteiro segurando a porta para mim e sorrio em agradecimento e subo para meu apartamento, sem dizer uma única palavra.

Meu celular apita e o pego do bolso.

Número Desconhecido:
Eu te disse que venceria, eu sempre venço. Você não passa de um delegado de merda.

André :
Parabéns para você, se quiser uma ovação de pé, vai para Broadway.

Número Desconhecido:
Você é muito engraçado, morri de ri. Não se esqueça, um botão e ela morre.

André :
O que? NÃO JOGO ASSIM NÃO.PORQUE NÃO VEM ME ENFRENTAR? E SABEMOS QUEM CAI SER O MELHOR COMPETIDOR??? SE ESCONDER É FÁCIL...

Número Desconhecido:
Quem disse que estou me escondendo?

André :
Ah é mesmo, já que sabe tanto da minha vida, por que não aparece? Vem tirar satisfações,  a não ser que esteja com medo...

Número Desconhecido:
Medo? Kkk.

Sinto uma arma grudada em minha cabeça e fico paralisado. Espero a pessoa se identificar, esboço um sorriso debochado no rosto.

- Eu não sou de ter medo, quem deveria estar com medo é você, delegato. - diz uma voz feminina, conhecida por mim.

- Então, era você o tempo todo?

Senti seu sorriso triunfante queimar minhas costas, tenho que esperar o melhor momento para desarma-la.

- Sabe o que é mais ridículo? Você nunca ter parado para pensar quem eu poderia ser. Sempre foi um estúpido.

- Realmente, Cristina, eu nunca iria imaginar uma traição assim.

- Traição? Não fomos nada, você não seignifica nada para mim! -grita.

- É mesmo? Que tal isso...

Me viro repentinamente deixando-a sem ação, que retiro a arma de sua mão. Aponto a arma para sua testa agora, estou com raiva. Ela ri debochada e uma maldade cruza rapidamente seus olhos. Realmente não podemos,  acreditar em mais ninguém.

- Acha mesmo que você me intimida, delegado? - pergunta ela, debochada e sorrio forçado.

- Acha mesmo que vou ceder chantagens de mulher com orgulho ferido,  por ter sido um objeto sexual?

- Cala a boca! - ela tira o sorriso da cara e altera a voz.

- Sério?

Alguém sai da escada e sinto um movimento estranho e sinto uma dor insana na cabeça e apago.

Delegado Sedutor - Livro 1 (Repostagem) Onde histórias criam vida. Descubra agora