Capítulo 21

6.3K 711 40
                                    

André

Vejo a van parar e me preocupo mais do que o possível por essas meninas. Eu pela primeira vez, na vida estava com medo, com medo de perder duas vidas que agora estavam em minhas mãos. Eu me condeno por não ter prestado mais atenção aos detalhes, talvez se tivesse sido mais atento, pudesse ter pego esses dois e teria evitado muita coisa. Laila estaria com seus pais, Lorena em seu devido lugar e eu na minha delegacia trabalhando ou em casa assistindo uma série policial ou um filme.

Paro o carro num matagal baixo mad o suficiente para me esconder e esconder o meu carro e vejo Lorena escapar. Mas como foi que ela escapou?, penso. Mark sai rapidamente e corre atrás da jovem garota machucada e penso em me aproximar, mas Cloyd sai do carro com uma arma prateada em punhos e deu a volta. Ele se inclina e puxa Laila pelos cabelos, me deixando com uma raiva inumana, infrlizmente eu não podia ainda fazer nada, pedi a Carlos que seguiria na frente, pois ele queria me ver sozinho e pedi que eles continuassem, mas eu iria na frente e ele concordou.

Por um vago momento vejo Laila ainda caída no chão sem se mecher e em questão de segundos se vira lentamente, como se estivesse fraca e vejo sangue por seu rosto o banhando, a essa altura Mark já havia pegado Lorena, que estava nervosa demais.

Eu queimava em fúria, quero ir lá e salvar as garotas que estão em suas mãos. Mas estou em desvantagem. Tinha que pelo menos esperar as viaturas chegarem ao local. Ele levanta a mão para apontar a arma para Laila que estava um pouco bambeada pela dor, eu pude sentir a dor que ela sentiu quando bateu fortemente a cabeça no chão. Eu estou com uma baita dor de cabeça que chegava a me irritar.

Em pouco tempo, Carlos se aproxima lentamente e me chama a atenção. Todos os policiais estavam a postos e aguardando nossas coordenadas.
Carlos está sério e incomodado com alguma coisa.

- André,  antes de começarmos preciso que saiba de uma coisa. Nós podemos abater o Cloyd, mas isso é coisa para os homens federais.

- Eu sei, mas meus homens morreram queimados graças à aquele desgraçado.

- Eu sei, mas tenho que alerta-lo que não temos poder para isso.

- Eu sei, mas agradeço por estarem aqui.

- Então, tem um plano?

- Sim...

Explico tudo para os policiais e separei-os em grupo, três policiais ficariam na vigília caso um deles fugissem, eu entraria e os policiais da frente iria aborda-lo em seguida. Carlos ficaria encarregado de chamar a ambulância, ele já tinha idade e não deve mais aguentar bater de frente numa situação como essa e me levanto.

- Aguardem o meu sinal!

Todos assentem e entro no lado do carona e sento no motorista e dou partida, no mesmo momento desço furioso e o encaro. Ele dá um sorriso vitorioso e começa a atirar em mim, me escondo do outro lado do carro, não sabia que ele atiraria, merda!, penso. Engatinho até  a parte traseira e dou o sinal e os policiais entram em ação e Mark foge e os outros da vigília entram. Carlos assente e pega seu celular.

Levanto e vejo Lorena segurar a mão de Laila que parecia estar fraca. E começo a correr em direção a elas. Minha preocupação está no extremo, principalmente se tratando de Laila, ela parecia tão frágil que me dava vontade de aninhar ela no calor do meu abraço.

Mas tinha que perguntar a Lorena o que houve com elas durante esta viagem doida que elas fizeram na mão deste maluco.

- Lorena! - grito.

Ela me olha aliviada e vem em minha direção e me abraça, eu retribuo mas a contragosto. Eu quero mesmo, é olhar para a mulher que está aos meus pés sangrando e fraca.

- Senti tanto medo, Dé! - diz ela baixinho.

- Eu sei, se acalme, estou aqui. Você está bem?

- Estou viva graças à Laila, ela tentou me ajudar a fugir, mas meu pé está torcido e não consegui correr muito longe.

- Fique calma, a ambulância está a caminho.

Ela me solta e assente, olho para trás e vejo os policias levarem Cloyd para a viatura. Enquanto a ambulância chega ao local.

- Cloyd!- grito e ele me olha. - Sua cela nos Estados Unidos lhe aguarda, fique sabendo que estadia aqui é temporário e bem curto.

Ele dá um sorriso e vai para viatura, alguns paramédicos pyxam Lorena e outros dois se abaixam para ver seu estado e fico perto de Laila.

- Batimentos fracos, perdendo muito sangue e tem um corte profundo na cabeça. - diz uma mulher de branco. - Tragam a maca.

O que estava esperando foi buscar a maca e voltou correndo e fizeram todos os procedimentos e removeram ela para a ambulância e agradeço a Carlos por toda sua ajuda.

- Cuide dela! -pede ele.

- Vou cuidar.

Dou um passo em direção a ambulância e vejo Lorena sentada na traseira de uma viatura e ela saí.  Mesmo com os ferimentos límpidos era possível ver os estragos em seu rosto. Me senti penalizado por ela, mas nada do que isso.

- Venha comigo, anjo. - pede ela. - Eu gostaria de ficar esse momento ao seu lado.

- Lorena, eu disse que ia te salvar, mas não pense que isso é uma ponte para retomar um relacionamento que nunca existiu. Para de tentar, eu não te quero mais, não mais...

- Por causa dela? Ela transformou sua vida num inferno!

A fuzilo com o olhar, como ela pode falar isso da garota que minutos atrás tentou salvar a vida dela? Como pude ter sido tão cego de não perceber quem era essa garota de verdade.

-Ela tentou salvar sua vida, se lembra?!

A médica que cuidava de Laila parou na porta aberta e perguntou.

- O senhor vai?

- Sim, um minuto...

Ela entra e me volto para Lorena.

- Eu fiz o meu trabalho e cumpri com a minha palavra, eu te salvei. Mas nunca mais me procure, esqueça que eu existo. Eu não pertenço à você. Me esquece!

- Você se apaixonou por ela.

Aquelas palavras me fizeram congelar e ela não precisa saber o que eu sinto.

- Não lhe devo satisfação. Prefiro mil vezes ela do que você de novo. Adeus, Lorena.

Subo na ambulância e fecho a porta e olho para Laila. A ambulância dá partida com o grande veículo e seguro a mão dela.

Será que estou mesmo apaixonado por ela?, pergunto à mim mesmo.

Delegado Sedutor - Livro 1 (Repostagem) Onde histórias criam vida. Descubra agora