Capítulo 52

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Laila

Chego na fronteira pela noite, nem acredito que retornei tudo isso, só para enfrentar aquele a quem sempre fugi. Já posso imaginar o que me espera. Mas enfrento até a morte para salvar o amor da minha vida. Meu coração pulou dentro do peito, quando ele disse que me amava. Infelizmente, o demônio encarnado voltou a me perseguir.

O motorista seguia a uma velocidade considerável e pude ver o anoitecer em todo seu esplendor. A lua já assumia o céu arroxeado e sorri. Talvez, fosse a última vez que a veria.

O taxista me olha pelo retrovisor e vejo que está com medo, mas eu não sei nem como chegar no local pedido.

Vejo um carro de André estacionado na estrada e peço para o taxista parar e pago a rodada. Ele eapera eu descer, impaciente. E logo, dá partida.

Olho para o carro, confusa, mas enfim, sei que Cloyd está nele e meu amor está em suas mãos. Dou minha vida pela dele, sem pensar duas vezes.

Me aproximo em passos regulados até o carro, e vejo a porta do lado direito se abrir. Vejo Cristina sair do veículo, um lado do seu rosto está roxo. Aposto que Cloyd fez isso, não duvido nada. Ela me olha de lado, parece estar com raiva, cruza os braços e bate o pé.

Me aproximo o bastante para ver melhor o estrago em seu rosto. Estou curiosa para saber o que ela faz aqui, ainda mais com o carro de André.

- Que demora hein?! -pergunta ela, impaciente.

- Desculpe.

- Sei.

- O que você faz aqui, Cristina?

Ela dá uma risada irônica e me olha furiosamente.

- Você é muito burra, não é mesmo?

- O que?

Escuto um farfalhar entre as fokhagens densas e verde escura da mata, e sinto um arrepio percorrer meu corpo inteiro e olho firmemente, para o lado direito e vejo uma sombra alta passar pelas folhagens, enquanto a sombra da noite esconde sua pessoa, parece um vulto.

- Quanto tempo, Laila. - diz a voz maléfica e poderosa que fazia meu corpo tremer de medo.

Cristina mantém o sorriso irônico no rosto, enquanto me olha com desdém.  Será que ela está fazendo isso, porque André a rejeitou? Eu não sei o porquê, mas sinto um medo sobrehumano controlar meus sentidos, não consigo pensar em nada, somente na voz poderosa daquele que me causou tanto mal.

O único som que consigo destinguir nesse momento são as batidas fortes do meu coração angustiado e medroso. Sinto minha mão gelada e volto a olhar na antiga direção.

A pessoa atrás das grandes moitas dá alguns passos firmes, porém lentos e cautelosos em minha direção,  e a luz prateada da lua, banhou graciosamente dos pés a cabeça seu traje negro. Ele está mais alto e corpulento do que antes, parece ter malhado bastante. A cada passo que se aproxima posso sentir o horror e o medo tomar conta, começo a me desesperar, porém minhas pernas não respondem aos meus comados.

Cristina segura fortemente o meu braço para que eu não fuja e a olho pedindo socorro, ela sorri forçado, mas seus olhos demonstram uma coisa que não consigo decifrar.

Delegado Sedutor - Livro 1 (Repostagem) Onde histórias criam vida. Descubra agora