Delegado Sedutor - Livro 1 (Repostagem)

Capítulo 31

André

- Mas confessa, está apaixonado. - exclama Daniel, brincalhão.

Estou começando a ficar irrirado com isso, eu sei que foi errado ter me aproveitado da Laila. Mas, não estou apaixonado. Na verdade, estou confuso em relação a minha vida pessoal que não tenho mais certeza de nada.

Eu penso nela quase a maioria do tempo, sinto a necessidade insana de ficar ao lado dela. Sinto falta dela, quando esta não está comigo. Mas, não que signifique que estou realmente apaixonado. Sinto um nervosismo descomunal ao seu lado, mas acho que é normal entre uma linda amizade de duas pessoas com sexos diferentes. Nunca tive amigas mulheres, apenas amigos.

Eu não tenho tempo para relacionamentos e para sentimentos, essa é a verdadeira questão. Um relacionamento me atrapalharia agora. E, tenho certeza que Laila, pensa a mesma coisa.

Talvez não tenha mal nenhum em dar umas fodas por aí, mas agora com ela. Uma amizade colorida até que caía bem.

Olho para Daniel e jogo uma pilha de ficha para ele checar. E eu veria como andava o fim da delegacia. Ela parece mais um hotel de luxo agora. Alguma coisa me diz, que tem algo errado com ele e eu quero descobrir o que é. Mas ele não abre uma brecha.

- Então, Norberto Ferreira foi preso pela polícia militar semana passada e...- diz ele, olhando distraidamente para a ficha.

- Daniel...- chamo.

- Fala...

- Eu te conheço não é de hoje, sei que está acontecendo alguma coisa, independente do nosso trabalho somos amigos, pode me contar.

- Não está acontecendo nada, André.

- Você está diferen...

Um homem alto irrompeu pela minha nova sala feito uma bala. Seus cabelos grisalhos penteados levemente para trás, revelaram logo de quem se tratava. Meu tio Daniel, óbvio que ele não podia esperar. Quando ele marcava algo, tinha que estar lá.

Suspiro violentamente e me recosto na cadeira, esperando sua tão impaciente prosa.

- Sr. Daniel, retire-se preciso falar com o delegado...- disse meu tio furioso.

- Sim, Sr. Farcoland. - diz Daniel que se retira em seguida.

Ele fecha a porta atrás de si e mantenho meu olhar no meu tio.

- Quando eu marco algum compromisso eu costumo ser pontual.
- Tio Daniel, aparentemente ao que pareça,  eu estou tomando conta de uma delegacia que foi destruída semanas atrás. Então, no momento estou sem tempo...

- Essa agora é sua desculpa para tudo, André. Estou sem tempo, sua mãe fica chateada sabia?

- Ah não fica não! Quase todo domigo estou lá agora e ela não tem do que reclamar.

- Não é sobre isso que eu quero falar. - diz ele, diminuindo o tom.

- Então, diga, seja rápido e claro. Tenho muito o que fazer, Daniel.

- Eu não gosto nada de ver meu filho com medo de ir visitar o meu irmão,  porque você o espancou quase até a morte...

- Seu filho mereceu, porém nunca impedi que ele fosse a casa de meu pai.