Capítulo 34

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Laila

Algumas horas se passaram e eu já estou sentindo minha cabeça latejar levemente como um martelo batendo freneticamente na casa do vizinho.

Lizandra, parece estar relaxada com minha presença aqui e suspiro fundo.

- Isso que dá, quando passa a madrugada fazendo uma coisa antes de vim trabalhar. - rebate Lizandra.

Bufo e rolo os olhos.

- Você parece que está na praia tomando sol aí né?!

- Fiquei uma hora cobrindo o seu atraso, então fique contente.

- Só você mesmo! -começo a rir.

De repente uma compra depositada a minha frente com um baque terrível, me fez pular da cadeira e olhar para a pessoa, era Lorena com cara de debochada e sorrindo para mim.

- E aí, perdida envolvida com bandidos, como está? - provoca ela e não entendo porquê. - Sabe, me admira alguém ter lhe dado um emprego. É, o mundo está perdido mesmo.

Fico parada sem reação quando a voz de Lizandra me retira da minha perplexidade.

- Vem cá, não interessa de onde você é ouvde qual chocadeira saiu. Não pense que pode chegar na lija e humilhar quem nela trabalha. Ponha-se no seu lugar, se veio comprar algo, ótimo, se não retire-se, ou então serei obrigada a chamar os seguranças.

A voz de Lizandra era firme que até me assustou. A risada escandalosa de Lorena me pega desprevenida novamente. Eu não sei como reagir a isso, é uma coisa que eu não esperava. Eu tentei salvar-lhe a vida quando estávamos nas mãos de Cloyd, fiz tudo possível, por que agora está me tratando como sua inimiga?

Eu sei a resposta, é por causa do André, mas ele disse que não tinha mais nada com ela. Talvez, tenha só se aproveitado de mim, quem não iria? Todos que tentaram em Veneza, as surras e castigos que levei, não se compara a dor que já se abatia no meu peito.

E o que mais me machuca é que ontem, apesar de ter sido perfeito para mim, como um sonho que se realizava, havia me causado tanta vergonha que eu não sabia mais quem eu sou ou quem deveria ser.

Só aumenta a certeza que eu e ele não somos o par perfeito. Não merecemos um ao outro. Ele numca vai me enxergar como eu gostaria que enxergasse, nunca me olharia como olha para ela.

Me lembro do abraço que eles deram, quando aquele terror teve um fim. Eu posso ama-lo como nunxa amei ma vida, ele é meu primeiro amor, meu primeiro em tudo, eu posso dizer que é amor, porque o que eu sinto é mais do que uma atração ou uma paixão. É algo vivo, intenso e forte.

Não tive muitas experiências, mas a que vivi ontem foi a melhor da minha  existência podre e castigos inútil.

Dedos estalaram na minha cara, e pude ver Lorena ainda com seu ar debochado, chamando minha atenção.

- Como é que é,  vai passar a minha compra ou não? Esse lugar já foi bom, agora tá um horror. - diz ela, desfazendo de mim e da empresa.

Eu não vou deixar isso assim, eu tenho que revidar, eu preciso, pela minha dignidade.

- Lorena, eu não sei o que deu em você. Mas sugiro que venha fazer o que veio e sair, eu não vou tolerar mas nenhuma odensa sua! - esbravejo.

- Olha a perdida dando uma de maioral. - zomba ela.

- Ai, eu não aguento isso. Eu perco o emprego, mas quebro a cara dela! - exaspera Lizandra se levantando e sehuro seu braço a impedindo.

- Deixa, ela não vale a pena.

Passo o produto dela e ela joga o dinheiro na minha cara e fico perplexa com sua atitude, enquanto ela sai rebolativa. E de repente para e me olha.

- E por favor, não volte a ver o meu noivo, se não vamos ter problemas.

Ela sai do recinto e sinto meu rosto arder de ódio por essa garota. Depois, que me sinto um pouco mais calma,  olho para Lizandra que está, visivelmente irritada e abaixo a cabeça.

- De que noivo que ela está falando? - pergunta Lizandra.

Respiro fundo e conto tudo detalhe por detalhe. Quando dei fim ao meu relato triste, Lizandra está de boca aberta.

- Mas se quer saber, Laila, o delegado tá pouco ligando pra essa daí. Quando ele veio aqui, eu vi a maneira como te olha, toda vez que ele vem te buscar é o mesmo olhar. Ele gosta de você.

- Ele só me ver como amiga e não posso esperar mais do que isso.

- O que? Você é burra? O cara tá gamadão na tua, você não fez nada de errado, sofreu torturas para não dormir com qualquer um. Você não cometeu erro nenhum, só foi sequestrada é uma vítima. - diz ela irritada. - Se você fosse suja e repugnante, duvido que André estaria perto de você.

- A questão é que eu não  posso me dar esse luxo, Liz. Ele é um delegado que ainda gosta da ex noiva, não tenho a menor chance.

- Laila, ache o que quiser só idiota que não vê que ele está completamente apaixonado e você por ele. Ela não é empecilho e dá pra ver porque ele terminou com ela!

Fico pasma com as palavras de Lizandra, ela pode sugerir, mas não há 100% de certeza que há sentimento nisso, somos apenas amigos tentando curtir uma vida serena e razoável. Quando estou com ele, esqueço daquele inferno que me durou seis anos.

Seis anos de tortura, porradas, surras e tudo que se possa imaginar. Me sinto mulher ao lado dele. Mas, não posso chegar a sonhar em ter uma vida com um delegado, sempre vou viver a sombra daquela garota em Veneza que usava o corpo para ganhar dinheiro, apesar de nunca ter me deitado com um homem, era nojento lembrar que eles passsvam, suas mãos podres por meu corpo. Odeio essas lembranças, odeio estar viva.

Cloyd devia ter me matado quando teve chance. Eu nunca conseguirei conviver com isso.

Enquanto eu me afundo nas minhas mais tristes lembranças, o meu protetor agora está em sua casa dormindo feito anjo em seu sofá.

Não dá para acreditar que vou ter que abrir mão do meu amor, do homem que amo e da parte boa que ele me trouxe desde que entrou na minha vida.

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¤ Fernanda Avila Author

Beijos.

Delegado Sedutor - Livro 1 (Repostagem) Onde histórias criam vida. Descubra agora