Capítulo 50

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Laila

Depois que cheguei na rodoviária de São Paulo e ver meu primo e minha tia a minha espera. Recebo a mensagem de que André havia sido raptado. Mal chego no lugar, mal tive tempo de curtir minha tia e já tenho outros problemas.

Eu estou no carro da minha tia a caminho da sua casa, tentando achar um plano conveniente para salvar o meu amor, meu salvador. Meu primo seguiu calado o tempo todo, ele parece não ter gostado da minha vinda, mas como eu venho dizendo não tenho escolha.

Eu não tenho nem como ir salvá-lo, não sei nem por onde começar. Pode ser um blefe, talvez não devesse dar tanta importância a isso.

Tento relaxar mais é quase impossível,  com isso apitando a cada segundo na minha mente. Minha tia me olha pelo retrovisor e abre um sorriso.

- Então, querida, sua viagem foi tranquila? - pergunta ela docemente.

- Sim, sim...

- Fiz um strogonoff de frango, lembra quando vocês eram crianças que me pediam para fazer?

- Lembro sim, tia.

- Espero que goste de Guarulhos, você é bem vinda, né Leonel?

- É, mãe... - diz o garoto emburrado.

- Tudo bem, tia.

Sorrio gentilmente para ela que retoma a direção na estrada e só consigo pensar naquela maldita mensagem. Eu não entendo, eu fiz tudo que ele mandou, para eu poder guardar a vida do meu delegado. E, agora, isso.

Eu estou muito aflita com tudo isso, minha tia está tão feliz que nem percebeu o quanto estou apreensiva com tudo isso, juntamente com o medo ensurdecedor que tenho de alguém me tirar daqui de novo. Mas, não podia mostrar as mensagens para André, podia ser pior.

Pego meu celular e não há mensagem nenhuma, e suspiro. Vejo Leonel me olhando pelo retrovisor e tento sorrir no momento em que ele vira o rosto.
Eu não entendo, porque ele está tão fechado assim. Mesmo o tempo que ficamos afastados, éramos super amigos na infância. Tia Glória, sempre dizia que íamos casar quando fôssemos adultos, mas eu só o via como um grande amigo e hoje, vejo um estranho.

Chegamos ao nosso destino muito tempo depois, pois sua casa fica bem no centro de Guarulhos. Está escuro, o céu assumia um tom arroxeada indicando que a madrugada se inicia, e suspiro. Estou exasta com essa viagem e fora a leve dor de cabeça que se instalou,  o prédio de dez andares parecia mais aqueles arranha-céus que existe em Nova York. Abro minha boca num "O" ao ver a estrutura lisa e linda.

A portaria é de vidro com um pequeno jardim dividindo a passagem, lindo. Retiro minha mala do porta-malas, e a deposito no chão, e a arrasto até a entrada. Leonel passou feito bala por mim, quase me derrubando e minha tia deposita sua mão em meu ombro e dá meio sorriso.

- Ele mudou desde que se separaram...

- Percebi...- suspiro.

- Vamos, preparei seu quarto.

- Ta bom, obrigada.

Subo com eles até o quinto andar e a três portas à esquerda. Entro pela porta amarronzada e admiro o lugar grande e aconchegante que é a casa da tia Glória.  Tudo é em branco e amarelo, é incrivelmente enorme.

Ela dá um passo à minha frente e sorri.

- Vamos, menina.

Assinto a acompanho por um extenso corredor, há quatro portas e ela abre a última porta à direita e entro num quarto acompanhado de tudo que um quarto precisa. Fico cada vez mais admirada.

- Esse é o seu quarto, filha. Sinta-se em casa.

- Obrigada, tia.

- Se quiser tomar um banho, o banheiro é na primeira porta do corredor.

- Ta bom, tia.

- Vou deixar você um pouco sozinha, daqui a pouco venha jantar.

Sorrio e assinto ao mesmo tempo, ela sai me deixando sozinha. Acendo a luz, pois já estava escuro havia uma enorme janela atrás da cabeceira da cama e fecho a cortina.

Meu celular toca nesse momento e vou atendê-lo, deve ser a minha mãe, preocupada. Pego ele com dificuldade e ele para de tocar, é de um número restrito, franzo as sobrancelhas. Ele toca de novo, e atendo:

- Alô?

- Olá, Laila, quanto tempo? - diz uma voz firme e grossa, diabólica.

- Q...qu...quem está falando?

- Ora, já se esqueceu? Tão rápido! -risada maléfica.

- Quem é você e o que quer?

- Acho bom você parar com seu joguinho, você sabe quem está falando. Cristina fez um bom trabalho pegando em conseguir seu número...

- Cloyd...

- Demorou para adivinhar? Eu disse que viria atrás de você. Perdi uma fortuna depois da sua fuga com o detetive. Aproveitou muito?

- Me deixa em paz!

- Você pertence à mim! Ah, seu namoradinho é quem está sofrendo as consequências, que tal você vir se despedir?

- Não toque nele. - digo furiosa.

- Então nos encontre...te passarei as coordenadas. Depois de tudo, você vai ter o que merece.

Ele desliga na minha cara e sinto meu sangue parar, não consigo me mexer. Como e quando foi que ele surgiu?
Mas não posso deixar André assim, de repente ele,  está mesmo precisando.
Mesmo que signifique que eu tenha que abrir mão dele para ele ser feliz com aquela puta.

E depois de tudo, irei para meu destino eminente.

A mensagem com o endereço chegou, ele disse que é para eu mostrar para o taxista, que Cristina estaria a minha espera, quando eu chegasse.

Não penso em mais nada e saiu porta à fora, sem dat satisfação nenhuma para minha tia.

Desço o prédio todo e pego um taxi que passou nessa hora exata e peço para ele me levar até o local indicado.

Aguenta firme, meu amor, vou te salvar, prometo mentalmente.

Delegado Sedutor - Livro 1 (Repostagem) Onde histórias criam vida. Descubra agora