Capítulo 9

6.9K 600 93
                                    


  Com o carro em movimento, William pede o endereço dela seguindo para a casa de Lia.

— Você não devia ter saido nessa chuva.- ele diz num tom sério, ainda estava um pouco desconcertado ao lembrar que queria beija-la.

— Eu não podia ficar lá.- ela diz baixinho.

Liana estava constrangida e com muita vergonha. O momento de antes não saía da sua cabeça.

— Vai acabar ficando resfriada, esta toda encharcada. Esta com frio?.- ele pergunta, desviando um pouco seu olhar pra ela.

— Não, eu estou bem.- responde, mas era mentira, ela não estava bem, suas mãos doíam, estava com muito frio e estava molhada e suja.

Não convencido da resposta dela, ele liga aquecedor para diminuir o frio.

— Desculpa por esta sujando o seu carro, eu estou imunda.- ela diz, mexendo nos seus cabelos de leve.

— Não tem problema.- ele diz.

Logo em seguida outro trovão é ouvido, o que faz Liana se encolher mais ainda no acento e fechar os olhos com força, levando sua mão ao seu peito.

  O sinal de trânsito havia fechado, então ele à olhou.

A  blusa branca dela estava encharcada e colada no corpo dela, os seus cabelos negros cacheados, estavam grudados no pescoço dela, a pele dela era uma mistura, o que o fez lembrar de café com leite.

Ele estava fascinado com a beleza simples e natural dela.

— Tem medo de tempestades e trovões?.- ele quis saber, fazendo ela abrir os olhos e virar-se para ele.

— Não me trazem boas lembranças.- ela diz, e a sua voz sai arrastada. Ele notando isso, prefere não aprofundar no assunto.

O sinal ainda estava fechado, então ele  à olhou novamente.
A verdade era que ele queria guardar cada detalhe dela pra ele, mas então ele notou as mãos dela.

— Eu já disse que você precisa de outra cadeira.- ele diz, e segura as mãos dela, ela o olha surpresa com a atitude.

Esse ato faz com que ambos sentisse uma eletricidade com o toque, uma eletricidade conhecida por ela, que o amava e, desconhecida por ele que, não sabia o que sentia.

Mas mesmo assim ele continuou mantendo o toque, começou a analisar as mãos dela, percebendo o quanto estavam cheias de calos e descuidadas.

— Estão muito machucadas, como aguenta empurrar sua cadeira de rodas?.

— Não tenho muitas opções.- ela diz.

— Perdão.- ele pede, ao notar que foi indelicado com a pergunta.

— Sem problemas.- ela diz, ele ainda segurava as mãos dela.

— Por que ainda não comprou outra cadeira de rodas?.- ele à questiona.

— por que não dá.- ela responde, tirando suas mãos das dele, o sinal abre, e ele põe o carro em movimento.

— O que você recebe por acaso é pouco?.- de novo ele pergunta, por que o salário que ela recebia não era muito mas não era pouco e, ele sabia disso.

— Não.- ela responde.

Ela nunca poderia imaginar, que algum dia estaria no carro do seu chefe, conversando normalmente com ele.

Talvez isso seja sorte.

Ela pensou, dando um sorriso.

Proposta De Amor(Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora