13 - Melhor impossível

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Tive uma tontura que fez minhas pernas fraquejarem, mas Luca me segurou antes que eu caísse.

— Você está bem?

— Não...

— Comeu algo hoje?

Balancei a cabeça negativamente.

— Depois que vocês foram embora, eu... Eu corri.

— Saiu para correr sem comer nada? Você está grávida, sabia? — Ele me repreendeu, e eu sabia que estava certo em fazê-lo. — Vem cá.

Luca me levou para dentro de sua casa de novo, fomos até a cozinha, sentei-me em uma cadeira e o observei, ele pegou uma maçã e a lavou, entregando-a para mim em seguida. Imaginei que ele fosse cozinhar para mim, mas não, ele apenas me encarou, meio sem jeito.

— O que foi? — Indaguei.

— Eu queria cuidar de você, mas eu sou burro e não sei cozinhar.

Foi impossível não rir. Nunca na vida eu havia imaginado Luca se chamando de burro, o supremo príncipe das trevas se chamando de burro foi a gota d'água. Até cuspi a maçã que estava em minha boca. Ergui a mão, tentando inutilmente me desculpar por ter cuspido nele.

— Desculpa...

— Tudo bem... Vou pedir comida pronta.

— Okay... — Respondi, ainda sorrindo.

Depois de saborearmos nosso almoço comprado, que estava ótimo, diga-se de passagem, deitamos abraçados no sofá, Scarlett comeu um pão que Luca deu a ela, e pulou em cima de nós.

— Ei! — Ele fingiu ter ficado bravo.

Coloquei-a no chão e sorri.

— Não me lembro de ter tido muitos momentos assim com você.

— Bons?

Dei risada.

— Não, idiota. Praticamente todos os momentos com você são bons... Quis dizer, momentos sossegados, sabe? Apesar do que houve agora há pouco e tal. — Pronunciei com calma as últimas palavras, tentando conter minha raiva.

— Obrigado por ter me perdoado.

— Quem disse que eu perdoei?

— Mas você está aqui...

— Estou aqui apenas porque preciso do seu corpo maravilhoso. — Debochei.

— Ah, é?

Luca começou a fazer cócegas em minha cintura, o que foi muito fácil já que ele estava deitado atrás de mim.

— Para, por favor! Para! — Eu gritava, entre risos.

— Diga as palavras mágicas, Anjo. — Sussurrou em meu ouvido.

— Vá se ferrar.

Com isso, ele me torturou ainda mais, então, quando eu já estava quase sem fôlego de tanto rir, virou-me para que eu pudesse encará-lo e beijou-me, roçou seu nariz na minha bochecha e sorriu.

— Quero ouvir essa risada por toda a minha vida. — Disse, puxando-me para ainda mais perto. — Sabe, estive pensando... O que acha de fazermos uma viagem?

— Uma viagem? — Animei-me novamente. — Para onde?

— É uma surpresa.

— É uma ótima ideia!

Envolvi meu braço em seu pescoço.

— Quero um tempo para nós... — Luca respirou fundo. — Acho que precisamos disso. Pelo menos uma semana, só eu e você.

Herdeiros (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora